CAPÍTULO 24
Senti um peso na cama que me fez despertar. Tirei os fones de ouvido, deixando de lado o barulho de chuva que havia posto para dormir já que Clarisse tinha dito que os vizinhos eram barulhentos. Me virei preguiçosamente, me cobrindo ainda mais com os lençóis fofos. "Alguém tinha mexido no ar?" pensei, e assim que me virei, pude ver o que tinha me acordado.
Benjamin estava deitado, com as costas nuas viradas em minha direção, pude ver uma tatuagem em seu ombro direito.
Sua respiração não estava calma, estava agitada, ele não estava dormindo ainda.
- Benjamin? - sussurrei.
Sussurrei começando a me levantar, na intenção de ir para o meu quarto, afinal, Clarisse me mandou vir dormir aqui por que iria dormir no meu quarto. Obviamente eu achei estranho, "Essa casa enorme não tem mais de um quarto de hóspedes?" mas, bem. Eu só obedeci achando que ele não voltaria hoje e sim amanhã.
Benjamin me ouviu e principalmente sentiu eu me remexer na cama, já que ele se virou respirando fundo, preguiçosamente. Seus olhos pequenos me encararam e assim que me viu levantando pude ver sua sobrancelhas se franzirem.
- Que horas são? - perguntei ainda desnorteada.
Assim que sai de dentro dos lençóis o frio me bateu e eu abracei meu corpo. "Ele realmente mexeu no ar."
- São três e meia. E para onde você está indo? - perguntou se levantando, vindo até mim.
Cocei meus olhos, sentindo suas mãos segurando delicadamente meus cotovelos.
- Vou para o meu quarto. - respondi com a voz um pouco mais grossa.
Me virei pegando meu celular no móvel de madeira e meus fones ao lado. Assim que os peguei encarei Benjamin. Aparentemente ele não estava mais irritado com a minha reação pelo que fizemos, seu maxilar ainda estava bem marcado, mas não parecia irritado, parecia mais em luta para contar algo.
- Tudo bem? - me aproximei do seu corpo, sentindo seu calor.
Suas mãos foram em direção aos bolsos da calça de malha leve, acho que era uma daquelas que vinha com uma blusa confortável de botões. Benjamin encarou os pés e continuou meio rígido, parecia até.. envergonhado?
- Dorme comigo? - ele sussurrou.
Seus olhos intensos estavam fixos nos meus assim que ele fez a pergunta. E com sua reação confusa aposto que viu meus olhos se arregalando assim que minha mente processa o que eu acabará de ouvir.
- V-você? Q-quer que eu durma com você?!
Sua boca carnuda se manteve em uma linha reta por alguns segundos e esses segundos foram os que me mantiveram entre o céu e o inferno.
- Sim.. por favor. Prometo não fazer nada, eu só. Quero sentir você.
Meu coração errou a batida e senti as famosas borboletas em meu ventre. "Ok, o que droga está acontecendo comigo?"
- T-tudo bem..
Assim que ele ouviu minha resposta, Benjamin puxou o celular e fones das minhas mãos. Ele os colou no móvel que estava antes e segurou minha mão, me levando de volta para a cama. Não vou mentir e fingir que não foquei em minha mão entrelaçada na sua, sentindo sua palma levemente áspera e com alguns calos e enorme em comparação a minha. Eu malditamente tinha gostado daquela imagem.
Benjamin me pôs na cama e puxou os lençóis, me embalando como um presente e aquilo me fez gargalhar.
- Está me empacotando? - perguntei entre risos, observando ele puxar os lençóis nos meus pés.
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A Mercê De Você
RomanceQuando mais nova Stela teve sua vida arruinada pelo homem que dizia ser seu pai. Agora, fugindo contra seu passado ela se vê em um beco sem saída, precisando voltar a New York, onde o seu monstro está a espreita. - Você precisa mesmo ir? - disse Ol...