Capítulo 41 - Que tal um vinho?

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CAPÍTULO 41

- Eu atrapalhei vocês? - Victor pergunta assim que me vê passar pela porta do escritório.

Sorrio negando, indo em direção a mesa, sem realmente encara-lo.

- Acontece. Está tudo bem. E o seu restaurante?

Pergunto enquanto lia alguns papéis, sem observar sua reação, mas pude ouvi-lo gaguejar.

- É..é vai bem! É difícil manter tudo aquilo funcionando, mas tenho conseguido me virar.

Balanço a cabeça e sorrio.

- Se precisar de algo, é só pedir. - afirmo finalmente encarando seu rosto.

O analisei calmamente, vendo algumas novas tatuagens em seu pescoço e braços. Seu rosto me dizia que ele não estava confortável e queria perguntar algo. Aponto para a cadeira a minha frente e digo.

- Por favor.

Victor se sentou e olhou ao redor, parecia tão desconfortável que me deixou confuso e tive que perguntar.

- Algum problema?

- Sim, na verdade sim. - ele parecia energético demais.

- E posso saber qual é?

- Você! Qual é... Desde quando você é tão calmo e educado? E porra! Desde quando você tem morado com uma mulher?! - a última pergunta ele sussurra, como se Stela pudesse aparecer a qualquer segundo.

Cruzo meus braços e o encaro por cima. Quando ia respondê-lo a altura ouço batidas baixas na porta.

- Sim?

- Posso entrar? Eu trouxe algo para vocês beberem..

A voz de Stela me deixa inerte e esqueço totalmente do que acontecia aqui antes de sua voz reverberar na minha cabeça.

- Entre, princesa.

A porta é aberta e a vejo com um avental rosa e uma bandeja de prata nas mãos. Vou até ela e pego a bandeja, sabendo que seria pesada demais.

- Eu teria ido pegar, era só ter me dito, princesa.

- Eu não disse por que sabia que iria fazer isso. - diz com um sorriso nos lábios. - Ah, e eu queria que provasse algo..

Ergo as sobrancelhas, esperando que me dissesse o que queria que eu provasse. Mas antes que ela me dissesse, ela encarou de relance Victor e acenou com um sorriso tímido.

- Você não é alérgico a camarão, é?

Balanço a cabeça negando. Então, ela tira da bandeja um prato pequeno com um molho avermelhado. Ela coloca um pouco do líquido na colher e assopra, por um segundo me vi voltando a ser uma criança. Stela leva com cuidado a colher aos meus lábios e não consigo evitar o gemido satisfeito que sai deles assim que provo o caldo.

- Porra, isso tá muito bom. O que é? - pergunto pedindo mais.

Ela dá ombros e me serve mais uma colher.

- É apenas um caldinho de camarão. Está bom mesmo?

Reviro os olhos.

- Bom pra caralho. Tem mais?

Sua risada toma o lugar.

- Claro que tem. Oh... V-você quer um pouco?.. - pergunta apontando o pequeno prato na direção do meu irmão.

Stela queira ser legal, dar uma boa impressão, mesmo envergonhada e com as bochechas totalmente vermelhas. Mas, bem, Victor não parecia querer ceder.

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