Capítulo 33 - Diante Do abismo.

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CAPÍTULO 33

Assim que passei pela porta do escritório de Victor, eu suspirei. As várias telas e CPUs, tudo de última linha, era lindo. Lindo demais.

- Mas que.. uau! - suspirei.

Assim que o longo suspiro saiu dos meus lábios pude ouvir a risada sarcástica de Victor, que me fez encara-lo.

- Pensei que abriria pelo menos uma exceção para palavrões quando visse essa belezura toda.

Revirei os olhos e sorri.

- Eu não falo palavrões. - "Só às vezes." penso, lembrando do meu surto de palavrões com o Benjamin à algumas noites atrás.

Segurando com força a alça da minha bolsa eu adentrei o escritório tecnológico e me sentei em uma das cadeiras extremamente confortáveis.

- Então, quem você quer hackear? - perguntei com um sorriso nos lábios e os braços cruzados sob meu peito.

Com todas essas telas e CPUs de última geração, eu terminaria isso em poucos minutos, poderia voltar para o Benjamin bem rápido, como eu havia dito. Lembrar dele fez um buraco em meu peito aparecer, um vazio doloroso. "Não acho que teremos clima para algo depois do que aconteceu de manhã." "Como será que ele está? Acho que deveria mandar uma mensagem ou ligar para descobrir."

- Dominic Bellucci. Quero descobrir tudo sobre esse filho da puta.

Ao ouvir o nome do pai do Benjamin minha respiração se corta e o ar fica denso, apoio meu cotovelo no braço da cadeira e minha palma em meu queixo, deixando meus dedos taparem minha boca que tremeu em surpresa.

- O que ele fez para estar no seu radar, em, prodígio da CIA? - com dificuldade tentei manter o desinteresse solto em minhas palavras e a diversão por estar prestes a usar todo o seu equipamento de última geração.

Victor não me conhecia tão bem, então, não sabia quando eu estava mentindo ou não. E isso era bom, pois eu precisava sair daqui e ligar para o Benjamin, mas, aposto que esses desgraçados tem escutas por todo o prédio. O que me resta fazer é manter a calma e ajudá-lo superficialmente. Mesmo que Benjamin não goste do pai, eu não acho que ele vá querer vê-lo preso e eu particularmente não quero ser a mão que ajudou a quebrar a família dele. "Nem ferrando."

Lubrifiquei meus lábios e sorri.

- Ele é um mafioso bem escorregadio e agora que aparentemente deixou o cargo de Don, é a minha chance de prende-lo e interroga-lo, para enfim poder capturar o novo chefe daqueles assassinos.

Suas palavras pingavam repulsa e escárnio. Mas algo mais importante assola minha mente. O cargo de Don na máfia, só é passado de pai pra filho, geralmente para o filho mais velho, e nessas circunstâncias o filho mais velho é... O... Benjamin!?...

Perco meu foco na luz brilhante que cintilava em um dos coolers, meu peito dolorido e a sensação de congelar por todo meu corpo. "Não, se ele fosse um mafioso, ele teria me dito." é, ele não faria isso comigo. Ele sabe a minha história com máfias e essas merdas, ele não esconderia isso de mim.

- Vamos fazer isso agora? Por que.. eu estou realmente com muita fome e gostaria de fazer uma boquinha antes disso, pode ser? - pergunto me obrigando a sair do transe.

Victor encara o smartwatch em seu pulso e pragueja por alguns segundos.

- Tem um restaurante virando a esquina, vamos comer algo lá e voltar direto para cá. Preciso terminar isso hoje e colocar todas as escutas nos celulares. Tudo bem?

Acenei alegremente, pegando minha bolsa e tirando do bolso da minha calça o meu celular.

- Como a Olivier têm passado?

A Mercê De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora