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Eu tentei gritar o mais alto que pude, mas nenhum som foi emitido, aquele sangue por todo o ambiente e o corpo frio da Rebecca sobre os meus braços. A risada deles, aquela sentença iria me atormentar.

Então eu acordei, totalmente suada, com calafrios por todo o corpo e em completo choro. Tateei o lado do colchão à procura de Rebecca, porém restava apenas o travesseiro.
Tentei controlar a minha respiração, focando no fato que aquilo era apenas um pesadelo, mas eu precisava vê-la para ter a certeza.

Comecei a mordiscar a minha mão enquanto andava pelo pequeno apartamento na procura da minha esposa, minha visão estava totalmente turva por conta das lágrimas que não cessavam.
Foi então que ela abriu a porta e entrou, meu coração errou todas as batidas que poderia ter errado, soltei um suspiro de alivio e corri na sua direção.

— Baby, o que aconteceu? — seu olhar demonstra toda a sua preocupação

— Você... onde.. — tentei falar entre soluços, mas nenhuma frase inteira saia da minha boca por conta do choro

Me deixei cair sobre os meus pés e me abracei contra as suas pernas.
Apenas senti o carinho sobre os meus cabelos e o som da sua voz que tentava me acalmar

— Eu estava correndo, estou aqui agora

— não...protegi...você — permaneci paralisada com a minha testa encostado na sua coxa — não...fiz...nada

— Eu estou aqui, estou bem — Ela se abaixou lentamente, se pós a me abraçar enquanto acariciava minhas costas — passou, baby, passou

Permanecemos mais alguns minutos ali, deixei que meu rosto ficasse contra o seu ombro até que por fim consegui me acalmar.
Logo ela se levantou, pegou a minha mão e me levou até o quarto, onde nos sentamos sobre o colchão.

— Vou pegar uma água com açúcar para você se acalmar — ela disse deixando um beijo sobre a minha testa

— Não...vai — falei agora levemente mais calma, porém o soluço ainda persistia e minhas mãos tremiam

Apenas me agarrei contra o corpo dela, agora deixando meus braços rodearem a sua cintura e posicionando o meu rosto contra a sua clavícula.

— Não...me deixei, Armstrong — falei tentando manter a firmeza na minha voz e apertando o tecido da sua camiseta com os meus dedos — eu não sei...  eu só... não sei se poderei suportar

— Eu não vou a lugar nenhum, é uma promessa — ela afastou seu corpo do meu e esticou a sua mão na minha direção mostrando apenas o dedo mindinho — Juramentos de mindinhos jamais serão quebrados

Estiquei a minha mão na direção da dela e apertei o seu mindinho com o meu, aquela cena me fez soltar um sorriso genuíno.
Logo ela tratou de limpar uma pequena lágrima que escorreu pela minha bochecha.

— Agora você me espera aqui — ela deixou novamente um beijo sobre a minha testa e saiu

Voltou segundos depois com um copo de água, me obrigando a beber e a tomar um remédio para dor de cabeça, alegando que eu iria agradecer ela depois.
Eu sempre iria agradecer apenas pelo fato dela ter entrado na minha vida e ter movido tantos obstáculos e iluminado aquela imensa escuridão que me afetava.

— Agora você pode me contar o que aconteceu ? — ela se sentou na minha frente e ficou acariciando minha bochecha

— Eu tive um pesadelo e eles machucavam você — falei tentando manter a calma conforme ia me lembrando

— Foi só um sonho ruim, então

— Foi mais que isso, era uma visão do futuro — falei com certeza tentando faze-la acreditar

— Você tem "visões" ? — ela fez aspas com os dedos e contraiu a boca tentando se manter séria

— Não ria, Armstrong. Você é uma mulher de pouca fé — gesticulei com as mãos enquanto falava — Uma vez, sonhei que o meu Oscar havia falecido e adivinha ?

— Quem é o seu Oscar ?

— Era o meu hamster e ele morreu dois dias depois — falei batendo minha mão contra o colchão — Nunca me perdoei por não acreditar naquilo, o Oscar estaria aqui agora

— Calma, Sarocha. Muita informação — ela juntou as mãos e me fitou — O nome do seu hamster era Oscar ?

— É um belo nome, imponente e pequeno, igual ele era

— Tá, isso eu entendi... Mas você tá me comparando com um hamster?

— Estou te comparando com o Oscar, os dois foram muito importantes na minha vida, você ainda é — eu dei de ombros

Assim que disse isso, ela caiu na gargalhada deixando sua cabeça ir para trás, apenas me permiti rir junto deixando o clima mais leve.
Por fim, quando aquela sensação de perda se foi, consegui tomar um banho e deixar ela tomar o dela.
Logo ela teve que ir trabalhar, eu até iria pedir para ir junto, porém não queria que ela achasse que estava a perseguindo.

Decidi sair com o Heng naquela tarde, tratei de comunicar a ele todo o fato ocorrido e pedi para que o mesmo tratasse de se mudar para perto e vigiasse o local, pedi câmeras e alarmes.
Eu já deveria imaginar que assim que essa "caçada aos poderosos" começasse, eu receberia uma punição alta por ser x9.









A Mafiosa e a Policial - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora