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Desferi vários tapas contra o meu rosto na esperança de despertar daquele pesadelo, mas continuava igual, lagrimas insistiam em sair dos meus olhos e meu corpo tremulava. 
Ver a Rebecca naquele estado, com várias lesões e desacordada, me fez acreditar que tudo de ruim que sofri, não se compara a vivenciar aquele momento. Era uma dor dilacerante.
Então sinto uma mão puxar o meu braço me tirando dos meus pensamentos

— Você tem que sair, não esta autorizada a permanecer nesse local — era a voz de um homem, provavelmente o segurança

— Se você não retirar sua mão de mim, ficara sem ela ! — puxei o meu braço fazendo ele largar — Faça algo de útil e chame o medico responsável

Ele apenas saiu em silêncio, me aproximei da Rebecca e me permiti tocar em seu rosto. Era uma sensação estranha, sua pele estava tão fria.

— Eu estou aqui agora — falei enquanto acariciava sua bochecha  — Você pode acordar, já me deu um susto. Só por favor, volte para mim 

— Sou o doutor Owen Hunt e você é a esposa da senhorita Armstrong ? — ela prestava atenção em uma ficha que estava em suas mãos

— Sem papo furado, Doutor, só me diga quando ela irá acordar — falei com a voz embargada enquanto ainda olhava para a minha esposa 

— O estado da paciente é instável, não podemos afirmar quando ela irá retornar a si, pode ser horas, dias ou até anos — ele se aproximou da cama onde estava a Rebecca — Ela já entrou na fila para doação de rim. Mas isso pode ser demorado, tente considerar entrar em contato com os familiares e conseguir um possível doador

Apenas concordei com a cabeça tentando processar todas aquelas informações

— Mas você precisa estar pronta, na melhor das hipóteses ela irá acordar e terá varias limitações físicas e mentais. Na pior das hipóteses... — apenas cortei a frase do medico

— Não tem pior hipótese, ela irá acordar e ficará bem, só existe essa alternativa, doutor.

Fiquei um longo tempo ao seu lado, apenas peguei o celular para entrar com contato com o Heng pedindo que ele viesse em meu encontro.
Logo que ele chegou, eu apenas mandei que ele ficasse ali com ela, fui então a procura do Taylor que ainda se encontrava na recepção do hospital.

— Que merda aconteceu com ela, Taylor ? — falei enquanto ficava na sua frente

— A gente... estava fazendo uma blitz e... e — ele soluçava — O carro.... ele não parou... ele só foi — ele se encolheu na cadeira e pressionou sua nuca com as mãos — ele foi... para cima dela

— Conseguiram pegar o motorista ? — fechei os punhos

— Não, foi... muito rápido, mas temos a gravação do local — ele me fitou — Ela vai ficar bem né ?

— Cadê a gravação ?

— Os policiais recolheram para investigar

Apenas suspirei pesadamente, sentindo toda aquela raiva me preencher, mantive as mãos cerradas e voltei para o quarto do hospital.

— Heng, preciso que você consiga as gravações do local, ela foi atropelada — falei assim que avistei o Heng sentado em uma cadeira que estava no quarto

— Certo, Freen. Não se preocupe, ela irá ficar bem. Deixa que eu fico aqui, vá para casa tomar um banho e comer algo

— Certo

Apenas obedeci aquelas ordens, a minha ficha ainda não havia caído sobre tudo que havia acontecido. Tomei um banho rápido, tratei de voltar para o hospital e encontrei com o medico responsável 

— Me teste

— Me desculpe, senhorita. Testar ?

— Teste se eu sou compatível com a Rebecca

Ele apenas concordou com a cabeça, chamou uma enfermeira e pediu para coletar meu sangue, além de realizar os exames necessários para descobrir se seria viável.
Fiquei em torno de 2 horas sendo examinada, sendo que o resultado só sairia no outro dia. 
Tratei de voltar para o quarto e observei a cena do Heng cochichando algo para a Rebecca enquanto ajeitava os cabelos dela.

— O que você esta fazendo ?

— Coisa nossa, Freen — ele me fitou — você está bem ?

— Eu vou ficar aqui, você pode ir, não esqueça de conseguir as gravações

Ele concordou, deixou um beijo sobre a testa da Rebecca e saiu. Logo que a porta foi fechada, peguei um lenço umedecido e limpei a região que ele beijou

— Eu não sei o que você tem, todos querem te abraçar e beijar — suspirei — Me sinto idiota falando sozinha, mas existem varias matérias que explicam que você consegue me ouvir nesse estado — segurei a mão dela e acariciei a mesma com o polegar — Só de o seu máximo, estarei te esperando aqui 

Arrastei a poltrona para perto da cama e me sentei voltando a segurar a sua mão.
Passei horas naquela posição, várias enfermeiras e medicas entravam para checar, mas tudo passava tão rápido na frente dos meus olhos. Não conseguia fazer mais nada, parecia que assim como ela, eu estava adormecida.

A Mafiosa e a Policial - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora