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— Heng, fique de olho em tudo aqui, irei buscar algo que me pertence ! E se a Heidi aparecer, não a deixe sair, tenho que ter uma conversa com ela.

— Certo, se você quiser posso buscar o Benz na escolinha.

— Não será preciso — seguro nos ombros do meu amigo e deixo um beijo na sua bochecha — Me deseje boa sorte.

— Que porra foi essa ? — ele me questiona e continua parado no mesmo local, processando aquele ato meu de afeto.

Saio rindo e grito — ALEGRIA HENG, HOJE SERA UM DIA MARAVILHOSO  — apresso os passos e assim que coloco meus pés para fora do grande prédio, ouço um estrondo de trovão e noto o grande temporal que estava acontecendo.

" Isso deve ser um teste divino " penso, corro para o meu carro e mesmo que tenha sido só por alguns segundos, já me encontro  molhada.
Entro nele e ligo, porém ao pisar no acelerador ele não da sinal nenhum que iria andar, tento novamente e nada.
Sinto o desespero tomando conta e esmurro o volante — DROGA DE TESTE DIVINO !

— QUER SABER ? Foda-se — continuo falando sozinha — Vai precisar mais do que isso para me impedir — saio do carro batendo a porta e tranco ele.

Checo as horas no meu relógio "A Rebecca esse horário está no trabalho" vou caminhando em passos largos pela calçada, em um certo momento os pingos gelados da chuva já nem me afetam, visto que já estou totalmente encharcada.

— Você gostaria de uma rosa ?

— Han ? Falou comigo ? — paro bruscamente e encaro a figura daquela mulher.

Era uma senhora de aproximadamente 65 anos, cabelos grisalhos e uma péssima postura, estava usando uma capa de chuva amarela e segurava algumas rosas em suas mãos, não eram buques, eram apenas flores separadas e com um pequeno laço no talo de cada uma delas.

— A senhorita gostaria de comprar uma rosa para me ajudar ? — ela segura uma delas em minha direção — Sinta o cheiro, são maravilhosas !

— Eu estou sem tempo, me desculpe — junto minhas mãos e me curvo levemente em um sinal de desculpa.

Ela ignora a minha negação e continua a me oferecer — São ótimas para dar de presente para alguém que você quer conquistar. As mulheres amam receber isso, até os homens.

— Tá, qual o valor ? — pego a minha carteira que está no bolso do sobretudo

— São 100 baht cada.

— E você tem certeza que isso conquista alguém ou pode fazer ela me amar mais ?

— Tenho certeza disso, senhorita. A pessoa que receber isso jamais vai conseguir deixar de te amar !

— Certo — vejo que ela possuí 5 rosas e retiro 5000 baht da carteira e entrego para ela — Vou ficar com todas e por favor, vá para casa, não é bom para alguém da sua idade pegar chuva e fique com o troco !

— Você tem certeza ? — sua voz oscila e após uns segundos ela abre um enorme sorriso, me entrega as rosas e pega o dinheiro guardando em sua pequena bolsa — Vou ir agora mesmo para casa, essa pessoa tem sorte de ter você!

— Obrigada novamente — volto a caminhar pelo meu percurso, agora com várias rosas em minha mão. Mesmo naquela chuva e sem meu carro, eu não podia negar, eu estou feliz.

Mais 15 minutos, foi o que eu levei, confesso que meus pés já estão doloridos e minha respiração está ofegante. E eu tenho quase certeza que irei amanhecer doente, mas tudo vale a pena.

Paro perto da delegacia, respiro fundo e ajeito minha roupa e cabelo, eu estou um desastre por conta da chuva.
Assim que iria entrar sinto um braço me puxar, tapar a minha boca e me arrastar até um beco.

— você está louca ? quer ser presa ? — ela sussurra perto do meu ouvido e retira sua mão da minha boca.

— Eu vim ver você !

— Freen, você está sendo procurada, esqueceu ?

— A gente pode falar disso depois ? É que eu vim aqui por um motivo e se você ficar me falando muita coisa eu vou acabar esquecendo de tudo que decorei.

Ela me fita por alguns segundos, solta um suspiro de aprovação e um pequeno sorriso — Você está toda molhada, vamos conversar no meu carro, ok ?

Apenas assenti e segui ela, entramos rapidamente no carro onde nos sentamos nos bancos de trás.

— Você fica muito gostosa com esse uniforme, já te falei isso ? Acho que posso ter um fetiche em ser algemada por você — fico de lado no banco para observar melhor ela

— Foco, Sarocha — ela dá uma risada — Você disse que veio aqui por um motivo.

— Ah certo — entrego as rosas para ela — Comprei para você !

Ela olha as rosas e depois volta seu olhar na minha direção, com um grande sorriso nos lábios que mostra suas covinhas — Eu amei, é a primeira vez que me dão flores, sabia ?

— Eu sei, eu presto muita atenção sobre você, isso é uma ótima qualidade para uma esposa e eu também sou gentil, ajudei uma velha hoje e beijei a bochecha do Heng, outras qualidades ótimas para se pensar quando for escolher alguém para casar.

— Casar ? Onde você quer chegar com isso ?

— Calma, eu escrevi uma carta para não me esquecer — falo enquanto procurava em minhas roupas o papel — Está aqui e... está todo molhado — falo tristemente enquanto tento ler alguma palavra, porém sem sucesso já que esta tudo manchado pela tinta da caneta.

— Você não precisa da carta, baby, só fale o que quer e eu te entenderei !

— É que eu fiquei horas nisso e até fiz umas  lista de motivos para você aceitar, você ia amar, mas agora está tudo perdido.

— Motivos para aceitar ?

— Para aceitar casar e morar comigo — do um tapa sobre a minha testa ao notar que falei aquilo sem jeito algum — Merda, viu só ? Eu tinha feito até um poema, droga de chuva ! Faremos assim, você finge que não estive aqui e mais tarde eu apareço na sua casa com uma carta que vai ter uma lista de motivos para você me aceitar.

— Não !

— Você não me aceita ? Eu juro, eu tenho motivos muitos bons, sou uma pessoa de boas qualidades, já te falei que ajudei uma velha ? Só me de um momento, quer saber, me de uma caneta e um papel, eu faço isso agora !

— Não, Sarocha — ela deixa as flores sobre o banco e segura meu rosto entre suas mãos — Eu não preciso que você me dê motivos ou me conte suas qualidades, eu amo você.

— Então vamos morar juntas ? Eu, você e o Benz ? — ela concorda com a cabeça — E posso te chamar de esposa novamente ?

— Eu prefiro que me chame de noiva por enquanto — ela deixa um selinho em meus lábios — Eu quero um casamento com você, sem contratos ou obrigações.

— Deixa eu adivinhar, em uma praia a noite ? — do um sorriso.

— Você leu meus pensamentos — ela junta nossos lábios em um beijo.

A Mafiosa e a Policial - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora