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— Sogra — falei me referindo a mãe da Rebecca — Desculpa, não foi intencional, senhora 

— Pode me chamar de sogra, não vejo problema nisso, afinal você é casada com a minha filha. Mas você deveria parar de ser tão nervosa enquanto fala comigo, esta parecendo um pinscher — Ela se encosta na parede da cozinha enquanto me observa — É sempre você que faz a comida ?

— A sua filha também cozinha, mas tudo que eu for capaz de fazer para ela, eu irei fazer — dei de ombros enquanto mexia a pequena panela sobre o fogão — Sogra — dei um pequeno sorriso ao ouvir essa pequena palavra sair da minha boca

 — E vocês estão a muito tempo juntas ? — ela se aproxima e olha a panela 

— Não tanto como eu gostaria, mas chegaremos lá — seguro uma pequena colher e pego um pouco de molho oferecendo a minha sogra — Gostaria de provar ?

— Está maravilhoso — ela disse enquanto saboreava 

— Ai estão as duas mulheres da minha vida — Rebecca falou assim que entrou na cozinha com um grande sorriso e dando um abraço na mãe 

— Isso não vai fazer eu me esquecer de não ter sido avisada sobre essa união, Rebecca 

— Mãe, a gente já falou sobre isso — ela fala tristemente enquanto apoiava a cabeça sobre o ombro da mãe — Você deveria me apoiar

Elas continuaram com aquela conversa por mais um tempo, porém almoçamos em "paz", mas eu tinha essa sensação de que tudo que eu fazia ela analisava e anotava mentalmente e se ela não me achasse suficiente para estar com a Rebecca, eu iria ser abandonada novamente. 

/-/

Já era noite, não consegui ter momentos sozinhas com a minha esposa, o que me deixou chateada e com péssimo humor, e estar deitada sozinha em um sofá não me ajudava a melhorar.

Altas horas da noite e nada do sono chegar, apenas fiquei trocando de posições até por fim ficar de barriga para cima encarando o teto, uma fraca luz emanava da varanda.
Ouço o som de notificação do meu celular e pego para verificar, era uma mensagem da Rebecca

"Ta acordada ?"

"Estou sim, esta sem sono?"

"Tem espaço nesse sofá ?"

"Para você, sempre"

Deixei um sorriso crescer no meu rosto assim que ouvi o barulho de seus passos, logo ela chegou perto e eu tratei de deixar um pequeno local ao meu lado, mas para a minha surpresa, ela apenas levantou a coberta e se deitou sobre mim. 
Deixando suas pernas enlaçadas as minhas e sua cabeça ao lado do meu pescoço, sentir a sua respiração quente tão perto da minha pele, fazia eu me arrepiar totalmente.
Coloquei meus braços em sua volta e apenas fechei os olhos antes de adormecer.

Acordei dolorida, revirei meus olhos e bufei assim que notei que estava sem a presença dela novamente, apenas me levantei e tomei um banho para despertar melhor. Assim que já estava vestida notei que nem ao menos minha sogra estava ali. 
Parecia que era de família sair sem esperar os outros acordarem.
Fiquei olhando algum programa na televisão enquanto respondia algumas mensagens, a maioria era do Heng. 

Então notei quanto uma carta surgiu embaixo da minha porta, tratei de pegar e abrir, tinha apenas algumas letras recortadas de revistas e coladas formando as palavras 

"EU JÁ SEI, SE AFASTE DELA, OU SERÁ PIOR"

Reli aquele papel varias vezes e repensei todas as ações que já havia feito, obvio que aquilo se referia ao meu relacionamento com a Rebecca.
Logo a porta foi aberta e ela entra dando de cara comigo, apenas jogo meu braço para o lado escondendo a carta atras de televisão antes que ela notasse.

— O que foi, baby ? — Ela falou parando de andar para não bater em mim

— Nada, achei que tinha ouvido alguém bater na porta , você viu alguém saindo ?

— Vi não 

Apenas sai do caminho, deixei que ela terminasse de entrar e fechar a porta. Teria que informar o Heng e pedir para a Tee verificar as câmeras da rua, mas isso seria depois, pois tinha assuntos para tratar com a minha esposa.
Assim que ela se aproximou para me beijar, apenas virei o rosto deixando que ela beijasse a minha bochecha

— O que foi isso, Sarocha ? 

— Estou chateada com você, Rebecca Patrícia Armstrong

— O que eu fiz agora, Sarocha ?

— Eu sempre durmo com você e acordo sozinha — cruzo os braços sobre o peito — Eu estou me sentindo usada nesse relacionamento

— Oh meu amor, prometo te acordar a partir de hoje — ela deu um sorriso e apertou minha bochecha

— Você me chamou de o que ? 

— Meu amor — ela deu de ombros soltando uma risada

Deixei que um sorriso escapasse  e não consegui me manter mais seria sobre aquela situação, ate as palavras daquela carta foram esquecidas. Apenas juntei os meus lábios nos seus e iniciei um beijo lento enquanto segurava na sua nuca.

— Sabe... minha...mãe.. vai demorar... ta no mercado — ela falou entre o beijo e logo pulou sobre mim, me fazendo a segurar no colo

Tratei de aumentar a intensidade do beijo enquanto mantinha as minhas mãos segurando a sua bunda, logo senti seus dedos brincando com os fios dos meus cabelos.
E então em questão de segundos a porta foi aberta e a minha sogra entrou, em desespero eu apenas retiro as minhas mãos da Rebecca fazendo a mesma cair no chão.

— Oi sogra — falei enquanto passava a manga do moletom sobre a minha boca 




A Mafiosa e a Policial - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora