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Fui acordada pelos beijos da Rebecca em meus ombros, permaneci em silêncio tentando voltar a dormir
Ela aproximou seus lábios dos meu ouvido e sussurrou

— você tem que levantar, baby

Fiz um sinal de não com a cabeça e me afundei mais contra o travesseiro
Apenas senti quando seus dentes foram de encontro com o meu pescoço e apertaram a minha pele em uma mordida forte

— MERDA, REBECCA — Me levantei em um pulo da cama com a mão sobre o local machucado — isso vai deixar marca — choraminguei

— Você não queria acordar, baby. Tive que fazer algo — ela deu de ombros e sorriu

— Na próxima vez, seja mais delicada comigo — fiz um pequeno beicinho

— Vem, vamos tomar banho — ela fala me puxando

Logo abre um pouco da porta apenas para confirmar que sua mãe ainda dormia

— A gente deveria vestir algo antes de sair daqui, Rebecca — sussurrei tentando olhar pela pequena abertura da porta

Ela apenas negou e me puxou para fora do quarto e indo para o banheiro totalmente peladas, implorei para todos os Deuses existentes e inexistentes para que a minha sogra não despertasse.
E funcionou, ela tinha um sono bem pesado e longo.

Depois de termos escovado os dentes, já aproveitamos para encher a banheira e entrar nela, ela ficou de costas para mim, entre as minhas pernas. Logo iniciou um carinho na minha coxa enquanto deixava sua cabeça encostada no meu ombro.

— Sabe — falei enquanto sentia ela circulando com o dedo uma das minhas cicatrizes — essas cicatrizes foram de situações bem complicadas

— Baby, você não precisa me falar se for algo doloroso para você

— Eu só quero que você conheça tudo sobre mim, antes de se envolver

— Eu acho que já estou envolvida, Sarocha

— Você me entendeu — apenas fechei meus olhos para relembrar melhor aqueles tempos — Foi meu pai — respirei fundo — Meus pais se divorciaram e minha guarda ficou com ele. Ele era um bom homem, porém depois que descobriu que minha mãe havia se casado novamente, ele não aceitou direito e acabava por descontar sua frustração no álcool e em mim — apertei a borda da banheira com as mãos — Um tempo depois minha mãe ficou sabendo e conseguiu a minha custódia, meu padrasto meio que me criou desde então, já que ele não tinha herdeiros e gostava de mim, ele me ensinou tudo sobre a "pequena empresa" dele e me passou o seu cargo

Senti as mãos da Rebecca sobre as minhas e apenas relaxei

— Sinto muito que seu pai tenha feito isso com você

— Tá tudo bem agora — envolvi meus braços em volta da cintura dela — Tudo que aconteceu me permitiu estar com você agora

— E você tem contato com sua mãe ainda ?

— Sim, com ela e com o meu padrasto. Depois que ele me passou tudo, eles apenas saíram viajando pelo mundo. Até a semana passada, eles estavam no Brasil, curtindo o carnaval — soltei uma risada baixa

/-/

E logo se passaram mais alguns dias, minha sogra já havia ido embora, mas antes disso nos deu a benção no casamento, a Rebecca chorou muito naquele dia, porém se perguntarem a ela como foi, ela dirá que foi eu que chorei igual um neném.

Nosso relacionamento estava incrível, mas havia algo que me incomodava, alguém ainda deixava cartas no nosso apartamento e ninguém conseguia saber quem era. Decidi alertar a Rebecca e até tentar convencer de trocarmos de endereço, porém ela sabia quem era, parece que nas últimas semanas o ex dela havia descoberto sobre o casamento e estava incansavelmente perturbando.
Mesmo ela falando que ele era inofensivo, eu apenas pedi para o Heng desse um "jeitinho" não fatal
E foi assim que esse tal "ex" foi preso sobre a acusação de um crime que ele não havia cometido

Logo voltamos aos nossos dias de paz, mas nem só de tranquilidade se vive.
Meu celular toca durante o meu expediente, era a Rebecca

— Oi amor

— Desculpe, Sarocha. É o Taylor — sua voz era um tom sério — Poderia vir para o Hospital Central ?

— O que aconteceu? Por que você tá com o celular da minha esposa? cadê ela?

— Só venha logo, por favor — e ele desligou

Respirei fundo, tentando me manter calma, o que não ajudou, em questão de segundos já estava na recepção daquele lugar
Encontrei o Taylor que ainda usava o seu uniforme de trabalho

— Cadê a Rebecca ?

— Eu não sei, eles não me deixaram entrar, foi tudo tão rápido — ele falou enquanto esfregava o rosto, logo notei que havia sangue em algumas partes da sua roupa

Senti todo o meu corpo estremecer, apenas me direcionei a recepcionista

— Eu estou procurando a Rebecca Patrícia Armstrong, sou a esposa dela

Ela mexeu no computador e voltou a me olhar

— Senhorita, ela se encontra no quarto 105, porém não posso liberar sua entrada. O estado da paciente é delicado

— Precisa liberar porra nenhuma — falei entre os dentes e já me direcionei para os quartos, seguindo as placas que me indicavam

Ouvi atrás de mim alguns gritos me mandando parar, porém isso só me fez aumentar a velocidade dos meus passos para no fim chegar ao 105 e entrar

Lá estava Rebecca, minha esposa, com vários aparelhos ligados ao seu corpo e cheia de machucados

A Mafiosa e a Policial - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora