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— Caramba, ficou calor aqui — Irin solta uma risada e se abana — Devo alertar que é uma festa infantil

— Do que você tá falando, Irin ? — a Rebecca a encara, se aproxima cochichando algo no ouvido da amiga que me encara e levanta uma das sobrancelha

— Caramba... Vocês ouviram? — a Irin perguntou apontando para uma direção — Estão me chamando — e apenas saiu do local nos deixando sozinhas

— Desculpe por isso, ela fala demais — Rebecca falou, deu de ombros e pegou a jarra jogando fora o líquido — Você tá com tudo em cima em, os anos te fizeram bem

Revirei meus olhos e bati as mãos contra a mesa — Onde você esteve, Rebecca ? Fiquei te esperando por três anos

— Não foi apenas você que passou por isso, Sarocha — ela mantinha o tom de voz sereno enquanto abria a garrafa de vodka e despejava dentro da jarra — Eu também sofri

— ENGRAÇADO FALAR ISSO QUANDO FOI EU QUE ESPEREI TRÊS ANOS POR UMA LIGAÇÃO, TRÊS ANOS — suspirei pesadamente — Você nem ao menos olha na minha cara

— A gente não vai discutir agora, isso é uma festa — ela pegou agora o energético de maracujá e jogou o líquido dentro da mesma jarra

— Você é uma idiota, Rebecca. Uma IDIOTA — do um tapa contra a minha testa — Você pelo menos pensou algum dia em nós ? Em mim ? — me aproximo dela enquanto gesticulo com as mãos

Ela deixa a jarra sobre a mesa e volta a me encarar — Eu...

Corto a fala dela — Quer saber não é importante, eu não ligo — falo apontando meu dedo na sua direção — Eu não ligo mais, espero que você exploda junto com esse servicinho de merda

Ela me empurrou — Me deixa falar

— Não quero ouvir suas mentiras — empurrei ela também

— Sou eu que tenho que estar magoada aqui — ela me empurrou mais forte — Você é a idiota da história, a mafiosa mentirosa

— Re-pe-te — a fuzilei com os olhos

— MA-FI-O-SA MEN-TI-RO-SA — me empurrou novamente, porém pela força eu acabei perdendo o equilíbrio e antes de cair seguro o braço dela, levando nós duas para o chão

— Por sorte algo amorceteu a minha queda — ela falou rindo

— Rebecca, sai de cima de mim, você tá me machucando

Ela bufou, se sentou no meu colo e ficou me olhando

Me sentei e encarei também — O que foi agora ? — nossos rostos estavam perigosamente próximos e eu desci meu olhar para os seus lábios

— Só tô checando se você tá inteira, parece ok pra mim — ela sorriu, se levantou e ajeitou a roupa

Permaneci sentada no chão a olhando e ela voltou a falar — Que foi, quer que eu me sente novamente ?

— Quero — pensei alto — Não, eu não quero — rapidamente me levantei do chão

— Eu não sei o que rolou, Freen. Mas eu mandei mensagem todos os di...

A Rebecca parou de falar assim que ouviu uns passos, logo a Heidi entrou — Finalmente, te achei, você demorou em, Freenzinha — ela se aproximou de mim e jogou o seu braço sobre o meu ombro

— Certo, vou ir nessa, eu e a Irin combinamos de fazer um teatro com as crianças e a gente tem que rever as falas — ela bateu uma palma e depois saiu

— O que aconteceu, Freen ? Você tá com uma cara péssima, quer algum remédio ?

— Heidi, eu preciso do meu celular, tá com você aí ?

— Por que? Aconteceu algo ? — ela falou procurando o meu celular dentro da sua bolsa e depois me entregou

Abri todos os aplicativos de mensagens e ligações procurando por alguma coisa, mas não tinha nada da Rebecca, dei uma risada nasal e entreguei o celular novamente para a Heidi

— Desculpe, eu só me enganei em algo, vamos beber, que tal ? — pego dois copos enchendo com a nova bebida do jarro, entrego um deles para a Heidi e bebo o outro, o gosto parecia tão ruim quanto o anterior, porém eu precisava de álcool para aguentar aquela festa

— Achei lugares ótimos, vem — ela segurou a minha mão e me puxou para o pátio

Logo nos sentamos em uma mesa um pouco afastada, mas dava para ver as crianças correndo e os adultos conversando
Consegui avistar o Benz, ele estava no colo da Rebecca enquanto conversava.
Parece que eles se entenderam rápido já que estavam distribuindo sorrisos um ao outro

Tentei voltar minha atenção para a minha companhia, ela estava se esforçando e eu deveria fazer o mesmo. Mas a minha única vontade era me juntar com aqueles dois.

Então a Rebecca se aproximou ainda segurando o meu filho — Oi, desculpa atrapalhar vocês. Mas o príncipe aqui, falou que queria muito andar na viatura e olha só — ela pegou uma chave do bolso e mexeu — Então você deixaria ? Eu consigo uma cadeirinha pra ele

— Pur favo mamãe — ele me encarou com aquele olhar pidão e fez um beicinho

— Freenzinha, não é uma boa ideia — Heidi falou e segurou minha mão sobre a mesa — Nada contra você, mas o menino aí, não gosta de desconhecidas e fica zangado rápido — as duas ficaram se encarando

— Pode levar ele, só tomem cuidado

Ela apenas largou um sorriso vitorioso e saiu

— Ela é uma desconhecida, Freen

— Ela não é — bebo o último gole do copo — É a minha esposa

— Aquela que ficou três anos sumida ? — ela me olhava surpresa — Ela é muito babaca de aparecer agora, você merece algo melhor

— Você tem certeza que não recebeu nada no meu celular nesses últimos anos ? Ela me falou sobre mandar mensagens — cocei a minha nuca — Talvez você tenha apagado por engano

— Nãaao, Freen eu nunca faria algo assim. Ela deve estar querendo fazer joguinhos novamente com você

Eu apenas assenti e me apoie sobre o meu braço. Eu estava com aquela mistura de sentimentos era ódio misturado com tristeza e uma pitada de saudade

Eu queria beber mais, eu queria me afogar em álcool em um aniversário infantil, que coisa deprimente.

A Mafiosa e a Policial - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora