Calabria, sul da Itália.
— Eu odeio a Lucy! — Lena assustou-se com a voz revolta da garotinha, franziu a testa ao ver uma Allegra com o rosto avermelhado e lágrimas nos olhos.
— O que houve?
— Ela... Ela é uma bruxa! — A mais velha segurou o riso, não queria aborrecer mais a pequena. Com o dedo chamou a pequena para perto, observou a menina se acomodar ao seu lado e se afundar contra seu corpo.
— Explica o que aconteceu, você não costuma perder a cabeça assim, piccola. (Pequena)
— Lucy me colocou de castigo, ela brigou comigo. — A voz sempre amável falhou. — Ela disse que sou insuportável, que vai me mantar para um internato quando se casar como a mamma e que minha mamma vai me esquecer pois elas terão outra filha, uma menos chata que eu.
— Ei, piccola... — Kieran puxou o pequeno corpo para cima do seu e a embalou. — Sua mamma jamais deixaria Lucy te enviar para um internato, ela também jamais se esqueceria de você. Você não é chata Allegra, Lucy que é insuportável e mal amada.
— Ela disse que eu devia ter ido com a Gayle. — A morena se surpreendeu com a fala, era maldade demais com uma criança tão pura. — Eu sei que a Gayle morreu.
— Sh... Não chora, piccola. Per favore, não chora, não gosto de te ver assim. Você pode ficar aqui comigo até a sua mamma chegar, depois vamos conversar com ela e contar tudo que Lucy lhe falou.
— Tutto bene.
Lena embalou a pequena que ainda chorava contra seu peito, com a voz alguns tons abaixo, cantarolou a música de ninar que sua mãe costumava lhe cantar, não gostava de ver Allegra tão abalada. A mulher sorriu ao ver que a pequena estava adormecida, com cuidado levou a menina para seu quarto e a acomodou em sua cama, a deixaria dormindo por algum tempo e prepararia o jantar para elas.
Não costumava fazer suas refeições, sempre pulava uma ou outra, e comia algum sanduíche para saciar a fome, mantinha uma alimentação vergonhosa quando estava sozinha. Mas não poderia dar como janta um sanduíche para uma criança, não era o certo e sua consciência ficaria pesada depois.
Luthor se dedicou a preparar a massa do ravioli, usou como recheio uma pasta de espinafre, ricota e tomate, torcia internamente para que Allegra gostasse do jantar que estava preparando. A morena franziu a testa ao ouvir baterem em sua porta, limpou as mãos sujas de farinha e massa, e foi verificar quem era que estava ali.
— Pois não? — Falou observando a mulher desconhecida parada a sua frente.
— Allegra, chame ela.
— Quem é você?
— Lucy, sou a madrasta dela. — Kieran arqueou a sobrancelha em deboche. — Chame a minha enteada!
— Primeiramente, abaixe o seu tom, pois estou sendo bem educada com você. E em segundo, Allegra só sai daqui com a mãe dela.
— Quem você pensa que é? Chame a minha enteada agora!
— Você é surda ou o quê? Allegra só sai da minha casa acompanhada pela mãe e não pela amiga, que quer transar com a mãe dela.
Kieran não estava esperando o tapa que atingiu sua bochecha de surpresa, olhou a mulher surpresa, mas não se conteve quando seu sangue esquentou e sua mão se fechou em punho ao ir em direção rosto de Lucy. A mulher não teve dó ao desferir alguns golpes, estava possessa de raiva por tudo que Allegra tinha lhe contado e pela mentira recente de Lucy.
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Storia d'amore - Karlena Supercorp
ФанфикKara sentia falta de uma companheira. Lena se sentia triste e solitária. Uma era mãe solo, vivia todos os dias um algo marcante. A outra vivia com a solidão, o desejo por suicídio, até seu pequeno milagre natalino. (Kara inter)