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Lombardia, norte da Itália.

— Ei... — Lena desviou o olhar para porta, a morena forçou um sorriso ao ver Samantha. — Posso entrar?

— Humrum.

Em silêncio observou a morena entrar fechando a porta logo em seguida, Samantha se aproximou com um pote de sorvete e subiu na cama, fazendo Lena se sentar e aceitar a colher que lhe foi estendida.

— Sinto muito.

— Obrigada... Eu acho. — Murmurou confusa, não sabia como se sentir.

— Vim assim que Alex me contou, eu estava em reunião quando ela tentou falar comigo, mas fui arrumar minhas malas assim que vi as mensagens dela. — Contou. — Sabe que você não é culpada por isso, não é, Nana?

— Eu me sinto culpada... Era o meu corpo e o meu filho, por que ele não foi forte o suficiente para manter o bebê dentro de mim? Por que ele o expulsou? Por que o matou? — Questionou com a voz embargada, Samantha sentiu os próprios olhos ardendo. — Ele só tinha que manter o bebê dentro de mim, seguro e saudável, mas não o fez. Eu falhei com o meu filho e com a Kara.

— Lena, você não falhou. Existem muitas razões para um aborto acontecer Nana. Infelizmente não sei te dizer o motivo de ter perdido o bebê, mas sei que seu corpo lutou muito para mantê-lo bem e o seu bebê também lutou. Não era o momento dele, amiga. — A morena suspirou frustrada. — Algumas coisas acontecem e são inevitáveis, o aborto foi uma delas. Mas eu sei que você conseguirá passar por isso junto com sua esposa, que em breve estarão dando a notícia de uma nova gestação e terão um bebê forte e saudável nos braços.

— Mas e se eu a decepcionar outra vez? Kara irá me odiar tanto.

— Não, ela não irá. Kara estará ao seu lado segurando a sua mão, todas nós estaremos com vocês e seremos o apoio que precisarão. — Garantiu fazendo a modista dá um pequeno sorriso. — Kara me disse que agendou uma sessão com a psicóloga dela para você.

— Sim, ela está com medo de eu ter recaídas.

— É compreensível. Kara está amando alguém após tantos anos e sabe que essa pessoa precisa de apoio psicológico, é normal que ela tenha medo de ver você cair porque ela já esteve no seu lugar, não foi fácil sair do fundo do poço. E eu estou aqui para não deixar você se afundar, começando por sua alimentação.

— Não estou com fome Sam.

— Mas você vai comer um pouco que seja, sua esposa preparando um nhoque divino. Por que não toma banho, veste algo confortável e vamos para sala? Allegra está se empenhando na cozinha para te deixar contente, ela sabe que algo aconteceu e está preocupada com a mãe dela.

— Não quero...

— Vamos Lena, pense no que seu bebê iria querer. Tenho certeza de que aquele anjinho não quer te ver afundar.

— Certo...

— Vamos antes que eu te arraste pelos cabelos até o chuveiro, sua inhaca está indo na sala!

— Samantha! — Resmungou. — Eu não estou fedendo.

— Está sim, vai para o banho.

Resmungando pelo abuso da garota, Lena foi direto para o banheiro, demoradamente retirou suas peças de roupas e entrou no box, cada dia era uma luta para deixar a cama ou comer alguma coisa. Não conseguia se alimentar nem mesmo quando Kara fazia alguma graça, estava afundando em sua tristeza, em sua culpa, e não tinha forças para se reerguer.

Storia d'amore - Karlena Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora