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Calábria, sul da Itália.

Kara dirigiu pela estrada que dava a vinícola, era hora de voltar para casa, retomar as rédeas de sua vida, colocar as ameaças para fora do local que chama de lar, não se permitiria mais viver naquele ninho de cobras que era sua família. Se é que poderia chamá-los assim. Durante seu pior período de vida, Kara descobriu que sua família de verdade era suas amigas, que estavam sempre ali para ela e buscavam ajudá-la de todas as formas.

Elas nunca viraram as costas para loira.

— Certeza de que não quer que eu vá com você, querida?

— Tenho, alguém precisa estar com Allegra e você é a única que consegue acalmá-la. — Lena suspirou. — Bella...

— Não quero que os enfrente sozinha.

— Não vou, estarei com Alexandra e Andrea. Sam e Ava irão com você.

Amore...

— Bella, per favore. Irei ao seu encontro assim que terminar ou mandarei alguém lhe buscar.

Lo giuri? (Jura?)

— Sim, bella. Eu juro a você.

A loira repousou a mão sobre a coxa levemente exposta da morena, que ainda tinha o semblante aflito por Kara ter que enfrentar os pais, Lena viu a vinícola passar pela janela do veículo e poucos minutos depois sua casa. Com longos beijos se despediu da loira para descer do veículo, pegou Allegra que estava adormecida no banco traseiro, viu Sam pegar sua mala e caminhou com as outras duas mulheres para sua casa.

Ao entrar em casa, Kieran suspirou de saudades de seu lar, com cuidado levou Allegra para seu quarto e acomodou a garotinha no centro de sua cama. A morena se apressou em tomar banho antes de descer, Sam e Ava ainda estava em sua sala com as malas, as duas mulheres conversavam entre si sobre o que possivelmente estaria acontecendo na casa ao lado.

— Vocês querem deitar ou alguma bebida?

— Aceito um café, não vou conseguir dormir com toda essa preocupação.

— Querem tomar um banho primeiro?

— Seria ótimo.

— Venham, vou acomodar vocês nos quartos de hóspedes.

— Allegra, onde está?

— No meu quarto, ela sempre fica lá comigo.

Kieran guiou as mulheres até o segundo andar de sua casa, mostrou os quartos onde as duas pudessem descansar, anunciou que iria estar na cozinha e desceu para preparar o café. Seria uma noite tensa até receberem notícias de Kara, a estilista tinha medo do que Vincenzo pudesse fazer contra a filha, o homem era traiçoeiro, ambicioso e não tinha receio de prejudicar a própria filha para pôr as mãos no dinheiro dela.

A modista se distraiu com os pensamentos ao encarar a caneca com o brasão da casa El, algo que havia descoberto através de Kara e era relacionado a histórias em quadrinhos, o brasão da Supergirl e do Superman. A morena sorriu ao se lembrar da bela explicação que a loira havia lhe dado ao ver a caneca, Lena tinha comprado a mesma por achá-lo bonita, não conhecia absolutamente nada sobre o símbolo nela até Kara lhe contar.

Também tinha descoberto através do momento nerd da loira, que o S no brasão não era de super, referente aos heróis, S em kryptoniano significa esperança. Lena gostava de desenhar um S imaginário na palma da mão de Kara, a loira fazia o mesmo com a morena, principalmente nos dias em que Lena estava mais inclinada a se render a sua fase solitária.

Storia d'amore - Karlena Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora