Mais feroz que tempestade

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Yibo chutou a latinha com toda força, seu pé batendo no exterior metálico da lata de refrigerante e causando um barulho alto no pátio da universidade. Alguns alunos que passaram por ali olharam para ele com cara feia, Yibo bufou e deu de ombros segurando a vontade louca de sair mostrando o dedo do meio para todo mundo que olhasse para ele naquele exato momento de fúria.

Sim, ele estava bastante irritado hoje. E para acabar de completar seu "lindo dia de arco-íris" de merda, seu puto professor de matemática resolveu tirar sarro da cara dele na frente de todos. Yibo rosnou entre os dentes e controlou a vontade de ir atrás da lata de refrigerante só para poder chuta-la de novo e de novo até extravasar.

- Eu odeio, odeio, odeio, aquele maldito professor. - Yibo bateu o pé no chão amaldiçoando, sua cabeça latejando e girando feito engrenagens e rodas de carro de boi.

- Odiar ele não vai fazer você passar em matemática, Yiboty. - Hao Xuan riu descaradamente da cara de raiva de Yibo e deu dois tragos em sua verdinha. Hoje ele havia comprado umas 'balas" das boas.

- Isso é o que me dá mais ódio. - O menor resmungou carrancudo, cruzando os braços na frente do peito com um bico enorme. - Agora me diz? Realmente havia a necessidade de inventarem a matemática no mundo? O corno que inventou isso tinha que ser levado para um manicômio. - Hao Xuan gargalhou exageradamente, atraindo mais olhares para eles e tossindo fortemente ao quase se engasgar com a fumaça do seu próprio "cigarro" verde.

- Ai, ai, Yibo. Quase morri aqui, porra. - Hao massageou a garganta e sorrio escondendo o cigarro de maconha atrás das costas ao ver um dos reitores da universidade passar próximo a eles. Essa foi por pouco, ainda bem que Yibo trouxe perfume de alfazema para disfarçar.

- Eu estou falando sério, me leve a sério seu diabo fumante. - Wang Yibo vociferou, batendo no braço magrelo de Hao Xuan com seu livro de contabilidade. Ele estava muito puto, e ficaria ainda mais se seu priminho idiota estivesse tirando sarro da cara dele. - Pensando bem, é a primeira vez que vejo um diabo colorido fumando maconha, hahaha! Geralmente eles fumam cachimbo e dançam xangô. - Yibo zombou da cara de Hao Xuan caindo na gargalhada, fazendo o moreno olhar de forma mortal para ele.

- Pelo menos não fui eu que foi humilhado em álgebra. - Hao cutucou a ferida onde ela mais dói, satisfeito em ver Yibo calar a boca e parar de rir da cara dele. Hao Xuan fez uma dancinha de reggae e soltou a fumaça na cara do castanho cantando uma musiquinha do Bob Marley.

Yibo fechou a cara e voltou a resmungar indignado pela situação lamentável. Se seu pai sonhasse com isso, ele deserda Yibo sem pensar duas vezes de sua herança.

- Idiota... - Yibo disse com um pequeno beicinho, querendo apagar aquele sorrisinho provocador na boca falante do seu primo nóia.

Mamãe estava louca quando disse que essa criatura sem cérebro vivo seria o exemplo da família. - Yibo pensou com uma expressão revoltada no rosto, analisando a prole de orgulho de sua mãe. Certamente a empresária deixou há muito tempo de bater bem da cabeça.

- Aceite que dói menos. - O moreno cacarejou, dando um trago no cigarro e soltando a fumaça nebulosa para o ar. Yibo franziu a testa para a cena, imaginando que Hao Xuan de alguma forma estava "drogando a mãe natureza". Que desrespeito e desacato com os mais velhos. Por isso que o planeta terra andava meio desestabilizado nos últimos tempos. Talvez a mãe natureza estivesse curtindo a tal de 'vibe' que Hao Xuan sempre fala. Yibo deu de ombros e olhou para o jardim do Campos, onde estava bem vago, seus olhos curiosos avistaram uma figura muito conhecida e agora bastante popular e conhecida em sua universidade e em seu querido e imaculado território.

Xiao Zhan, o moreno, o cara por quem ele era (é) extremamente apaixonado, parecia estar fazendo um grande sucesso em meio aos veteranos e calouros do Campos. O empresário já muito bem formado em administração empresarial, que começou há três semanas atrás fazer graduação em administração. Conseguiu se tornar um dos galãs mais populares da universidade. As garotas ficavam loucas e eufóricas só em vê-lo passar pelos corredores das salas delas. E entre essas tais garotas estava a naja e a bruxa mais artificial da universidade: Yang Zi.

Seis meses para o amor!Onde histórias criam vida. Descubra agora