Eu Me Levantei

522 66 7
                                    

O caminho foi feito totalmente em silêncio, meu interior se consumia em ódio, eu estava a cada segundo apodrecendo mais por dentro.

Eu nunca poderia ter imaginado isso.

Kazutora morrer?

Eu imaginava uma vida com ele mesmo que achasse que ele não me amava, então se existia algo que eu não conseguia acreditar.

Era no fato de que ele havia morrido em meus braços.

Kakucho guiava um veículo preto até algum lugar que eu não sabia onde era e sinceramente não me importava, eu não sabia se tinha mais vontade de morrer ou de matar.

Chegamos a um prédio abandonado e os Haitanis saíram se dirigindo a algum lugar qualquer, então Kakucho abriu a porta pra mim, segurando levemente meu braço e me indicando o caminho.

Nos subimos vários lances de escadas e certamente uma pessoa normal teria se sentido cansada, mas eu nem mesmo vi os degraus a minha frente.

– Acho que ela está em choque – Ouvi Kalucho dizer, e quando ergui o olhar, lá estava ele, meu irmão, meu confidente, um pedaço de mim, e agora, a única coisa com a qual me importava.

– Quando saiu? – Perguntei.

– Poucos dias – Ele respondeu baixo.

– Por que não me procurou? – Olhei com uma pontada de desconfiança.

– Por que achei... Achei que quisesse viver sua vida – Se aproximou – Mas quando os Haitanis te viram na briga, me avisaram na mesma hora e eu mandei Kakucho atrás de você.

Ele chegou bem a minha frente e eu pendi a cabeça para frente, encostando minha testa em seu peito.

– Ele morreu, Izana – Sussurrei e senti uma de suas mãos em meu cabelo.

– Eu sei... Sinto muito – Sussurrou de volta.

Foram apenas duas pequenas palavras, mas tudo o que restava de mim pareceu se partir, eu cai de joelhos e Izana se ajoelhou junto comigo, me abraçando forte enquanto eu gritava e chorava.

Talvez tudo que foi suprimido dentro de mim por esse lado transtornado foi liberado naquele momento.

Toda a dor, a raiva, o medo, todos os sentimentos que foram trancados, estavam saindo de mim contra minha vontade, por que por mais que eu tentasse não chorar, eu não conseguia parar.

Eu devo ter passado o que foram horas naquela posição com Izana, chorando e gritando até ficar rouca, até que finalmente meu corpo cedeu e eu adormeci.

E assim, se passou uma semana.

Uma semana em que eu não comi.

Uma semana que eu não sai do quarto.

Uma semana que passei gritando pela dor que sentia.

Uma semana que eu passei chorando todos os dias e noites.

Até que as lágrimas finalmente secaram.

Então, eu me levantei.

Psico Love - Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora