CAMREN: A Descoberta do Prazer - Minha CEO

CAPÍTULO 25

POV Camila Cabello

Senti mãos me levantarem e que algo escorria de mim, talvez um cobertor, abandonando meu corpo. Estava tão cansada! Meus olhos se negavam a abrir. Ele me apertou em seu peito enquanto me segurava como uma criança. Entendi que Shawn me levava para cama. Não para a minha cama, mas para aquele monstro que Lauren teve a ousadia de deixar em meu quarto. Reuni minhas forças e me debati em seus braços.

- Não. Deixe-me no sofá - meus movimentos eram lentos.

- Algum problema com a cama? - a voz rouca e doce de Lauren invadiu meus ouvidos como uma perfeita melodia. Meu coração acelerou. - Pensei ter comprado a melhor e você a despreza? - deitou-me sobre a cama. Eu não conseguia raciocinar direito. O que eu tinha mesmo para dizer a ela além da imensa saudade que sentia?

- Lauren! - chorosa, envolvi meus braços em seu pescoço. Ela riu baixinho. As lágrimas caíram sem minha permissão.

Até aquele momento eu não tinha percebido o motivo da minha tristeza. Sabia que me arrependia por ter deixado que tudo acontecesse e que havia cometido um grande erro ao me apaixonar por ela, só não imaginava que, todas as lágrimas derramadas de indignação ou humilhação, eram também lágrimas de saudade. A ausência de Lauren era um imenso vazio em meu peito. Um buraco gigantesco e doloroso que só fechava ou parava de sangrar quando estávamos juntas. Eu estava perdida.

- Eu... Eu senti... Eu pensei... Eu...

Não conseguia encontrar palavras para dizer como estava me sentindo, simplesmente porque não havia palavras que pudessem esclarecer o que realmente se passava dentro de mim. Era tão confuso e ao mesmo tempo tão claro para mim.

Ainda assim, mesmo sabendo perfeitamente o que sentia, não podia contá-la. Eu sempre fui uma péssima jogadora, não seria daquela vez que faria diferente, mas Lauren tinha deixado claro que o amor era a única carta proibida naquele jogo.

- Eu sei, Camz. Eu também - murmurou em meu ouvido. Então nada mais tinha importância.

Nenhuma raiva, nada do que eu tinha jurado fazer ou dizer. A única coisa que importava era que ela estava ali, em meus braços, de volta para mim, dizendo que foi ruim para ela também. Não consegui conter os soluços.

- Shiiiiiiii, Camz. Não chore! - ela passava as mãos em meu rosto limpando as lágrimas que caíam sem conseguir impedir que as novas descessem. - Camz! Não faça isso. Não me condene também, eu... - puxou forte o ar. - Não imaginava que poderia ser assim. Por favor! Acalme-se - eu me sentia uma criança chorando pelo brinquedo quebrado e estava muito vergonhada da minha reação.

- Você...

Engoli as palavras. Não tive coragem para dizer o que estava pensando. Eu queria acusá-la de ter me ignorado, de não se importar comigo ou com o que tínhamos vivido, mas o que podia cobrar dela? Sempre soube como seria. Lauren foi bem claro quando definimos as nossas regras. Era tudo um jogo.

- Eu sei. Não tive escolha. Lucy ficou desconfiada e aproveitou as reuniões para pegar no meu pé. Não podia colocar tudo a perder, não agora que estou quase conseguindo.

- Conseguindo o que? - analisei seu rosto que, mesmo no escuro do quarto, era perfeito. Lauren desviou o olhar indecisa sobre o que deveria me contar. Sua boca formou uma linha fina.

- É difícil, Camz. Não quero você envolvida com os meus problemas.É triste, doloroso e sujo demais para que possa entender - não contestei, ela estava lá e era o que importava no momento. Lauren se voltou para mim e com seu rosto muito próximo ao meu hesitou sobre o beijo. - Como senti a sua falta!

Sua voz estava baixa e fraca, quase um sussurro. Imaginei se ela, assim como eu, tinha medo de que qualquer barulho nos acordasse daquele sonho. Sim, um sonho. Porque era difícil demais acreditar que estávamos juntas outra vez.