CAPÍTULO 3

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POV Lauren Jauregui

Acordei já sentindo o sabor amargo do inicio do meu dia. O anterior tinha sido muito difícil. Problemas e mais problemas. Parecia que nunca conseguiria achar uma solução. Sentia-me uma prisioneira. Uma eterna prisioneira das minhas próprias ações e decisões. Eu teria que pagar por todas as minhas escolhas com uma eternidade de sofrimento.

Por isso quando cheguei à empresa, odiando tudo o que me conduzia a ela, principalmente as circunstâncias, e encontrei um carro velho, modelo antigo, que era uma verdadeira ameaça aos demais motoristas de Chicago, bem na minha vaga, quase fiz um bem a humanidade e o destruí ali mesmo. Sim, porque se aquele projeto inacabado de carro batesse em outro, daria um enorme trabalho recolher os seus destroços, e, se fosse em alguém então, a pessoa com certeza morreria de tétano. Que merda era aquela? Minha vaga tinha se tornado um depósito de ferro velho?

Dirigi aborrecida pelo estacionamento dos funcionários só conseguindo uma vaga no fundo, distante de tudo, exposta ao sol e a chuva. Não tive escolha, era deixar o carro ali ou na rua. Dei uma última olhada para o veículo que tanto estimava jurando a mim mesmo que processaria quem tinha tomado a minha vaga, caso alguma coisa acontecesse a ele. Caminhei verificando meu atraso através do relógio de pulso, o que me irritou ainda mais. Quem teria sido idiota suficiente para estacionar em minha vaga?

Peguei o elevador. Acredito que minha cara impediu que outras pessoas entrassem junto comigo, à medida que ia parando pelos andares do prédio. Meu celular tocou, olhei o identificador de chamadas vendo o nome Lucy escrito nele. Não atendi.

Chega de problemas como café-da-manhã.

Assim que a porta abriu, entendi o porquê do meu estresse. A secretária substituta. Só poderia ser ela. Com tantas coisas na minha cabeça, acabei me esquecendo de que finalmente poderia devolver Alexa a Chris. Vi Taylor e Alexa me lançarem olhares especulativos, mas a garota continuava de costas. Deu para ter uma bela visão da sua bunda. Hum! Ela até que era jeitosa. Corpo bonito, cabelos arrumados, bem vestida. Não tão bem, mas da maneira correta. Então ela se virou. Seu rosto era lindo. Um pouco infantil, mas lindo. Traços finos, lábios grossos e olhos perfeitamente castanho. A garota era incrível.

Ela me encarava com ansiedade. Eu sabia identificar aquele olhar. Era mais ou menos como um costume para mim, receber olhares daquela forma. Estava deslumbrada com a minha beleza, ou com meu porte. Ela mal podia esperar para ver o que existia por trás disso tudo, no entanto fiquei surpresa comigo por sentir prazer em ser admirada por ela. Porem havia algo a mais naquele olhar. Alguma coisa que me deixou intrigada e ao mesmo tempo atiçou meu sensor de alerta. Era como se a garota frágil a minha frente fosse um perigo.

Tudo bem, ela era linda. Mas era apenas uma mulher e eu estava de péssimo humor. Por outro lado, a mesma sensação que me intrigava, me impelia a agir, a avançar. Poucas vezes tive esta vontade. Depois de tudo o que Lucy tinha feito em minha vida, fiquei cada vez mais distante destas conquistas adolescentes. Para mim, mulher e sexo estavam sempre na mesma frase. Mas não necessariamente com a mesma importância.

Sua beleza somada à forma como me fez desejá-la, apenas com o primeiro olhar, me deixou realmente desconcertada. Eu ainda estava com raiva, além de que, seu rosto corando me fez sentir uma vontade irresistível de confrontá-la. Parecia um bichinho acuado. Com medo de mim, com medo de tudo. Deveria ter mesmo. Eu, com certeza, não seria uma boa pessoa para ela. Era melhor deixar este ponto bem claro. Sua aparência frágil, quebrável, me fez entender isso quase que instantaneamente. Se aquela garota pudesse ao menos imaginar as coisas que fiz nesta vida, todos os meus passos absurdos, egoístas e as suas consequências, com certeza se partiria ao meio.

- Sra. Jauregui.

Alexa falou de maneira polida. Ela nunca me chamava desta forma, já que se casaria com meu irmão e tínhamos intimidade o suficiente para deixar as formalidades de lado, mas não expressei minha surpresa, com certeza estava ensinando à garota como deveria se dirigir a mim.

CAMREN: A Descoberta do Prazer - Minha CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora