9 - Em casa.

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Sonolenta e perdida, Rose observava a paisagem passar pelo trem.

Sentia seu estômago agitado, as mãos trêmulas. A cada minuto que passava, se arrependia por estar voltando para casa. Deveria ter ficado em Hogwarts, mas como todas as decisões que vinha tomando, foi de última hora e impulsiva.

Quando o Expresso parou na plataforma e os alunos começaram a descer, a primeira coisa que Rose notou foi o olhar surpreso de seus pais. Por insistência de Scorpius e Alvo, na noite anterior ela havia feito a mala e embarcado para passar as férias em casa, não avisou ninguém. A segunda coisa que notou foi Janice Sweetwater se aproximar de Scorpius e falar alguma coisa em seu ouvido. A terceira coisa foi Theodore Nott ao lado de seus tios.

Seu estômago se agitou mais uma vez, e ela teve dificuldades para se aproximar do grupo de adultos. A cada passo que dava em direção a eles seu coração errava uma batida.

— Rose, querida - sua mãe lhe esmagou em um abraço - Porque não avisou que viria?

— Decidi de última hora - deu de ombros.

Deu um abraço em seu pai e virou-se para abraçar seus tios.

— Por favor princesa, me diga que manteve meu filho na linha - Harry lhe puxou em um abraço.

— Como se fosse possível colocar o Alvo na linha papai, nem a Rose consegue essa façanha - Lily apareceu e cumprimentou a todos.

Não sendo possível simplesmente ignorar a figura ao seu lado, Rose se virou e estendeu a mão, trêmula, para o Sr. Nott.

— Senhor Nott - cumprimentou formalmente.

— É Theo, Rose, por favor - comentou aceitando o aperto de mão - Como você está?

— Vou indo bem - respondeu com um sorriso no rosto.

Quando todos os primos se aproximaram Gina pediu que fossem seguindo para os carros, iriam direto para a Toca.

{...}

Rose não se lembrava da última vez que teve uma sensação parecida, de ver algo tão familiar e reconfortante. Se havia um lugar no mundo que pudesse melhorar o astral dela, era definitivamente a casa dos avós.

Desceu do carro dos pais e pegou a mala indo em direção a casa. No momento em que chegava na porta, sua vó Molly saiu atrapalhada secando as mãos em um pano.

— Ah meu Merlin, que saudade de vocês - ela gritou esmagando Rose em um abraço.

Sua avó era teatral, gostava de falar alto, gesticular e contato físico. Não havia nada mais parecido com 'casa' do que o abraço dela.

Todos entraram na casa e seguiram pelas escadas se acomodando nos quartos.

Mesmo que fosse reconfortante estar de volta, e era uma surpresa se sentir assim, foi um alívio para Rose encontrar o jardim desocupado e silencioso. Ela estava impressionada com a quantidade absurda de barulho que seus primos conseguiam fazer quando estavam animados. Ficou sentada durante muito tempo observando os gnomos andando pelo jardim.

— Posso sentar aqui senhorita? - olhou sobre o ombro e viu seu pai lhe olhando risonho.

— Claro senhor.

— Senhor é o seu avô.

Rose descansou a cabeça no ombro do pai e ficou observando as árvores mexendo com o vento.

— Rose?

— Sim.

— Posso te perguntar uma coisa?

A Unexpected LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora