6 - Heróis Imperfeitos.

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De mãos dadas com Logan, Rose corria pelos corredores, os sapatos na mão e os pergaminhos amassados contra o peito pelo braço. Tentavam correr em silêncio tentando não ser pegos pelos monitores, mas era inevitável não rir. Maldita hora para esquecer o Mapa. Sentindo seu coração acelerado ela não sabia dizer se era pela adrenalina ou pelo esplêndido sorriso que brilhava no rosto do namorado toda vez que olhava para trás e lhe encarava, cúmplices. Quando entraram pela passagem das masmorras, estavam ofegantes e suados. Logan lhe acompanhou até a escada do dormitório e se inclinou...

Rose sentou na cama suando e tremendo. Demorou alguns minutos até sua pulsação estabilizar. Os sonhos eram menos frequentes, porém mais intensos. Ela tinha dificuldade de se orientar quando acordava assim. Levantou tropeçando e se dirigiu ao banheiro.

Quando saiu do salão comunal, suas mãos ainda tremiam e se sentia gelada.

Vagou pelo castelo sem rumo, observando o ar quente da sua respiração formar uma nuvem ao entrar em contato com o frio daquela manhã. Quando seus pés alcançaram o chão do 7º andar, parou por um momento para admirar o céu ganhando cor conforme o sol ia se revelando através das colinas.

Não percebeu o tempo passar, até ouvir passos atrás de si e uma mão tocar em seu ombro. Quando se virou, encontrou os olhos gentis de seu irmão lhe observando.

— Bom dia pirralho.

— Bom dia najinha - Hugo lhe deu um abraço apertado - O que faz tão cedo perambulando aqui em cima?

— Perdi o sono e resolvi andar.

— Sonhos? - questionou preocupado.

Rose apenas assentiu, recebendo mais um abraço do irmão.

— E o que você está fazendo acordado a essa hora? Eu nem sabia que isso era possível.

— Ia escrever uma carta pra mamãe, mas deixei minhas penas na sala de música. Quer me acompanhar?

— Yep - respondeu enroscando o braço no dele - Acho que nunca entrei na sala de música.

— Merlin- Hugo exclamou - Tinha que existir uma matéria que você não fizesse né?

Ambos riram e continuaram a andar em silêncio. Quando estavam chegando ao 5º andar Hugo olhou para a irmã notando as olheiras arroxeadas.

— Então - pigarreou - Os sonhos voltaram?

Rose suspirou e apertou o braço. Um sinal não muito bom.

— Sabe, você poderia tentar conversar comigo, como era antes.

— Nada fica pra sempre da mesma forma Hugo.

— Entendi.

Andaram mais uns passos e Rose parou com as mãos esfregou os olhos. Hugo lhe encarou e esperou.

— Desculpa - respirou fundo - Eu não sei lidar muito bem com essas conversas.

— Parece saber lidar quando é o Malfoy que questiona.

Rose desviou os olhos e voltou a andar, quando entraram na sala se colocou a analisar cada espaço.

— Achei.

Hugo levantou um estojo de penas no ar, se sentou em uma carteira e pegou um pergaminho. Rose se aproximou e sentou a sua frente, olhando os detalhes do teto da sala.

— Pode pegar se quiser.

— Pegar o que? - perguntou olhando para o irmão.

— Minhas penas para escrever - diante da cara de confusa explicou - Uma carta pros pais.

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