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Your dear

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Your dear..Angelina

Dia 23 de fevereiro. O dia em que eu olhava de trás de uma árvore os caixões dos meus pais serem enterrados. Eu estava paralisada, com medo, com fome, com sede e sem ver um chuveiro a três dias. Eu não podia acreditar no que eu havia feito. Mas os gritos não saiam de minha cabeça. Fecho os meus olhos enquanto as lágrimas desciam em minha bochecha caindo na grama verde do chão. 

Flash back on. 

Dia 19 de fevereiro. Dia do acidente. 

Estava voltando de uma das minhas possíveis festas..Na qual eu fui proibida de ir, e até ameaçada com uma garrafa de vidro quebrada. Entrei pela janela do meu quarto querendo não fazer nenhum barulho ou algo assim. Mas eu estava bêbada..então o silêncio não era presente ali. 

Mesmo que eu não fizesse nenhum tipo de barulho, meu pai me aguardava sentando na poltrona do meu quarto. Lembro o seu rosto furioso e podia sentir seu olhar mortal e seu sangue fervendo de raiva. Nesse momento, eu queria correr, por que eu sabia que eu acordaria só no dia seguinte com uma poça de sangue ao meu redor. 

– P-pai?..- Eu o vi se levantar e retirar o seu cinto de sua calça, engoli seco indo para trás e me encostando na parede. Senti o pânico tomar conta do meu corpo, eu me arrepiar da cabeça aos pés enquanto ouvia o barulho de seu sapato vindo até mim. Eu já sabia o que estava por vir, abaixei as minhas mãos trêmulas e esperei que ele começasse logo. 

Ele não tinha feito nada e então eu abri os meus olhos olhando para ele, seus olhos estavam vazando sangue junto com o seu nariz, boca e ouvidos..Ouvi os dedos de suas mãos quebrarem e logo ele foi arremessado contra a parede. Eu o encarava com minhas mãos tremendo e suando frio, minha mãe apareceu na porta assustada com o barulho, ela colocou as suas mãos na boca e correu até o papai que já estava morto no chão. 

– O que você fez?.. O que você fez? O que você fez? O que você fez? - Ela falava isso repetidamente fazendo a minha cabeça doer junto com as minhas orelhas que soltavam um zumbido forte que me deixaram tonta. Eu murmurava sem parar.."Eu não.." "eu não fiz nada" "mãe..eu não fiz nada" Enquanto as vozes de minha mãe se repetiam, eu acabei gritando com ela fazendo com que a mesma ficasse presa contra a parede.. 

– Mae.. O que tá acontecendo?! - Eu perguntava para ela mas a mesma tentava lutar procurando ar já que estava sufocada..Seus olhos explodiram e logo eu me encolhi no canto de meu quarto os olhando fixamente enquanto estava tentando entender o que estava acontecendo. 

Depois disso, eu fugi por um tempo..mas tinha que aparecer no velório deles para me desculpar de alguma forma..

Flash back off 

Atualmente. 

Eu estava pronta para ir ate lá..me desculpar mesmo que eu ache que não tinha sido eu, até porque não foi..Né? Quando eu fui dar o primeiro passo além do tronco de árvore, senti uma mão, com um tipo de luva me segurando. Senti um arrepio em minha nuca e logo me virei para trás..Eu conhecia esse velho de algum lugar.. 

𝐔𝚖 𝚛𝚘𝚖𝚊𝚗𝚌𝚎 𝚀𝚞𝚊𝚕𝚚𝚞𝚎𝚛..- 𝐅𝐢𝐯𝐞 𝐇𝐚𝐫𝐠𝐫𝐞𝐞𝐯𝐞𝐬.Onde histórias criam vida. Descubra agora