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Your dear.. Angelina

Sinceramente, minha vontade era de matar aquela piriguete de esquina. Mas rivalidade feminina não é para mim.. me estiquei um pouco retirando a minha bermuda e me jogando na minha cama novamente. Abracei o meu travesseiro e então fechei os meus olhos. Escutei Five me chamando entao eu dei um gritinho avisando que eu estava no quarto. E eu também estou brava com ele por ele ter me chamado de burra.

– Você tá legal? - Ele disse fechando a porta e pulando em mim, me abraçando.

– Eu tô ótima, já pode ir pro seu quarto, está tarde para os velhinhos ficarem acordados.

– Então você vai ficar com esse drama, por literalmente nada? - Me sentei na cama cruzando os meus braços o olhando. Molhei os meus lábios e então me levantei da cama o deixando ali. - Fala sério..Deixa de ser complicada. Eu não tô entendendo você, era para eu ficar bravo aqui. Você realmente não viu problema naquela garota quase sentando no meu pau?

– Vi sim, um problemão. Mas a gente não tem nada, então eu não mando em você. Você está entendendo onde eu quero chegar com isso?

– Na verdade, não. Você bem que poderia me dizer com palavras diretas, sabe?

– Não, você que descubra. Nem é tão difícil assim, princeso. Agora, sai do meu quarto!

– Eu não. Gosto muito mais da sua cama.

– Então eu que saiu. Até mais. - Falei e sai do quarto indo lara o dele, fechei a porta e me deitei na cama fechando os meus olhos novamente. Para ser Sincera, nem eu sei o que eu estava querendo dizer..eu só queria um draminha mesmo. - Agora eu vou ter que me desculpar?..  A não, eu me recuso. Eu vou dar mesmo, assim as coisas se resolvem mais fácil.

Mas confesso que eu tô bem curiosa para em que conclusão ele vai chegar.. Ele pode ficar com o meu quarto o quanto ele quiser, eu posso muito bem viver no quarto dele. A cama dele tem o seu cheiro, o que é maravilhoso, e as roupas dele também são ótimas. Eu vivo aqui e ponto.

Me estiquei um pouco e quando começou a esquentar eu tirei a coberta de mim. Olhei para o teto enquanto minha mente conversava comigo. Era uma mania minha responder a minha própria cabeça em voz alta, principalmente quando eu estou sozinha..eu me sinto bem confortável em não ter ninguém para me chamar de maluca.

– Tá falando sozinha, animal? - Ouvi a voz rouca de Five no canto do quarto, dei um pulo de susto fazendo com que os travesseiros batessem em minha cabeça me deixando descabelada. - Eita.. Tinha esquecido. Tá linda assim, viu?

– Vai se fuder, Five.

– A última vez que você me mandou ir me fude, acabou que eu fudi com você.  - Sinto meu rosto ficar quente e provavelmente vermelho. Revirei os meus olhos e me joguei na cama novamente, me cobri e então fechei os meus olhos respirando fundo. - Eu menti, gatinha?

– Fica quieto. Eu vou é dormir, vai pra lá vai.

– Pelo o que eu me lembro, esse aqui é o meu quarto.

– E pelo o que eu me lembro, você tomou o meu quarto de mim.

– Isso é só um detalhe. Vou ter que dormir com você.

– Não, eu posso muito bem me levantar e sair. - Disse me sentando na cama. Mas, senti ele subindo em cima de mim e revertendo as posições, me deixando em seu colo. - Você está na puberdade, querido?

– Sinceramente, eu gosto mais de você quando você está no cio. Mas você assim normalzinha até que eu posso aguentar.

– Seu biscate. Me deixa ir dormir.

– Na minha cama? Deixo.

Revirei os meus olhos e me soltei dele, fui até o canto da cama, bem no canto mesmo. Me cobri e deixei um dos travesseiros no nosso meio e escondi o meu rosto no travesseiro que estava com a cabeça.

– Dês de quando você é rebelde assim, praga? - Ouvi ele e logo resmunguei como resposta, senti ele se deitar e então dei um sorrisinho de canto e relaxei o meu corpo para dormir.

O travesseiro não adiantou absolutamente nada. No meio da madrugada eu acordei sentindo algo me abraçar fortemente. Abri meus olhos mas mesmo se não tivesse aberto, eu saberia quem seria.. Five estava agarrado em mim, como se eu fosse um urso. Só que algo não estava certo, ele parecia.. assustado. A sua respiração estava ofegante e suas mãos trêmulas.

– Ei.. tá tudo bem, Five? Querido?..acorda..- Vi ele tomar um susto grande indo para o outro lado da cama. Ele me olhou com seus olhos cansados, ele se cobriu passando a mão no seu rosto que foi para o seu cabelo. Me aproximei um pouco do mesmo, mas então ele me impediu.

– Vai pro seu quarto, Nunez.

– O que? Five, você está bem? - Tentei me aproximar novamente mas eu acabei me assustando quando ele aumentou o tom de voz me fazendo recuar de lá.

– Vai pro seu quarto, merda!

Eu o olhei por um tempo..ele parecia confuso, assustado e nervoso. Engoli seco e sai devagar da cama do mesmo. Fui até a porta abrindo a mesma e saindo de lá. Eu odiava que gritassem comigo, sinceramente, as poucas memórias do meu pai era ele gritando comigo, então querendo ou não, eu odiava que gritassem comigo.

Provavelmente eu não iria conseguir dormir de novo, então apenas passei no meu quarto para trocar de roupa. Iria dar uma saidinha. Prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo não muito arrumado, coloquei uma blusa justa branca e um moletom verde grande por cima e um short preto colado. Coloquei um tênis e sai da casa, coloquei as minhas mãos nos meus bolsos e comecei a caminhar um pouco.

Chutei que era umas quatro e meia da madrugada ainda. O sol estava prestes a nascer, o que seria lindo de se ver da praça ou de cima de algum prédio ou loja ali perto. Me estiquei um pouco e fui até a praça ali, me sentei em um banco e cobri as minhas pernas com o moletom após aproximá-las de meu rosto.

Deitei a minha cabeça em meus joelhos e fechei meus olhos sentindo um vento bater em meu rosto. Respirei fundo e fiquei sentindo o vento beijar meu rosto. Acabei levando um pequeno sustinho ouvindo um grupo de adolescentes se juntarem na quadra ali, eles aparentemente iriam jogar volêi, eu simplesmente amava esse esporte, não sou nada boa nos outros, mas em volêi eu até que dou pro gasto.

Após um tempinho, eu pude ver o grupo reclamando e reclamando com a bola na mão. Eles não iriam jogar não? Apenas deixei de lado e desci as minhas pernas jogando a minha cabeça para trás relaxando um pouco. Ouvi alguém se aproximando e então vi um garoto chegando perto junto com uma garota. Levantei a minha sobrancelha e olhei para trás para ver se não era com outra pessoa.. mas pelo jeito era comigo mesmo.

– Ei.. Você joga? Um dos nossos falto, ele não pode vir. Topa ir no lugar dele? - A loira disse com um sorriso simpático.

– Claro..Qual era a posição dele?

– Levantador.. - Disse o garoto me olhando um pouco mais distante.

– Tudo bem..Vamos?

Confesso que eu fiquei bem feliz por me chamarem. Eu queria mesmo jogar, só que é claro que eu nunca iria pedir. Morro de vergonha.

𝐔𝚖 𝚛𝚘𝚖𝚊𝚗𝚌𝚎 𝚀𝚞𝚊𝚕𝚚𝚞𝚎𝚛..- 𝐅𝐢𝐯𝐞 𝐇𝐚𝐫𝐠𝐫𝐞𝐞𝐯𝐞𝐬.Onde histórias criam vida. Descubra agora