T1 - Capítulo 02

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Fazia tempo que Minho havia perdido a conta de quantos aeroportos tinha visto. Seja qual for o número, era insano e ele nunca ficava confortável neles. Havia muitas pessoas o vigiando e voar com passaporte falso era sempre arriscado. Ele herdara as conexões de sua mãe, depois de sua morte, então sabia que o trabalho era bem feito, mas seu coração batia mais rápido cada vez que alguém pedia para verificar seus documentos.

Ele nunca havia estado no aeroporto Sky Harbor ou da Carolina do Sul, mas havia algo familiar em seu ritmo frenético. Ele ficou ao lado do portão norte, por quase um minuto, depois que todos os outros passageiros do seu voo saíram para seus destinos. A multidão em torno parecia à mistura habitual: turistas, empresários e estudantes voltando para casa no final do semestre. Ele não esperava ver alguém que o reconheceria, como nunca tinha ido à Carolina do Sul, mas não custava checar antes.

Finalmente, ele seguiu em frente por um corredor até as escadas de desembarque. À tarde de sexta-feira significava que o pequeno corredor estava lotado, encontrar a carona que o treinador Bang o prometera foi mais fácil do que Minho esperava.

Foi o olhar certeiro de seu companheiro de equipe que captou o olhar de Minho quase certo para ele. Era um dos gêmeos. A julgar pelo seu olhar, Minho fez sua aposta, não era Jisung. Han Jisu era frequentemente referida como "a normal" dos dois, embora isso fosse geralmente seguido por um debate sobre se ela poderia ou não ser saudável, por compartilhar genes com Jisung. Mesmo que os gêneros dos gêmeos fossem diferentes, eles eram exatamente iguais, e o corte de cabelo semelhante não ajudava nenhum dos dois, mesmo porque Jisu nunca estava maquiada ou usando roupas consideradas femininas. Eles eram uma cópia exata.

Minho atravessou a sala para encontrá-lo. Minho era o jogador mais baixo no time dos Cães Selvagens de Millport, mas agora ele era um pouco mais alto que Jisu. O conjunto todo preto que Jisu usava não a fez parecer mais alta e Neil se perguntava como ela conseguia vestir mangas compridas em maio. Minho sentiu calor só de olha-la.

— Minho –, disse Jisu em vez de oi, e apontou: – Me dê sua bagagem. — Sua voz era calma e um pouco mais rouca que uma voz feminina, soava quase igual a de seu irmão.

— É só isso.

Minho pegou a alça de sua bolsa e dependurou-a sobre o ombro. A bolsa era pequena o suficiente para ser uma bagagem de mão, e grande o suficiente para carregar tudo que Minho tinha.

Jisu aceitou sem nenhum comentário e partiu. Minho a seguiu através do portão de vidro deslizante em uma quente tarde de verão. Uma pequena multidão esperava no semáforo, na faixa de pedestre, mas Jisu os empurrou e seguiu em frente. Um barulho de freios grunhiu quando um táxi freou a um centímetro do corpo de Jisu, que pareceu não notar, mais interessada em acender um cigarro entre seus lábios. Ela prestou ainda menos atenção nos xingamentos que o motorista gritou. Minho gesticulou em desculpa ao taxista e correu para alcançá-la.

Um elegante carro preto estava no estacionamento. Minho não sabia muito sobre carros em geral, mas sabia que aquele carro deveria valer uma fortuna. Pensou por um momento que deveria haver um carro menor fora de vista, atrás dele, mas Jisu destrancou o carrão com um botão em seu chaveiro.

— Bagagem no porta-malas – disse ela, abrindo a porta do motorista e sentando-se de lado no assento para fumar.

Minho obedientemente colocou a mochila no porta-malas antes de subir no assento do passageiro. Jisu não foi a nenhum lugar até fumar seu cigarro pela metade. Entrou no carro e fechou a porta. Um girar da chave na ignição fez o motor zumbir, e Jisu olhou para Minho novamente. A sombra de um sorriso puxando o canto de sua boca foi uma expressão decididamente hostil.

— Lee Minho – disse novamente, soando mais como um teste. – Aqui para o verão, hem?

— Sim.

𝐀𝐋𝐋 𝐅𝐎𝐑 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐀𝐌𝐄 - 𝐌𝐈𝐍𝐒𝐔𝐍𝐆 Onde histórias criam vida. Descubra agora