Mesmo depois de um semestre em Palmetto e algumas semanas praticando no maior estádio de Exy dos Estados Unidos, Minho ainda ficava sem fôlego em meio ao Foxhole.
Deitado de costas na linha da meia-área, mergulhou em seus pensamentos. Contou as fileiras de assentos, alternando entre laranja e branco, até que se desfocaram indistintamente próximo as estrutura metálicas do teto; observou os banners do campeonato de primavera pendurados em ordem numérica em torno da quadra. Um com cada Raposa, incluindo a falecida Shin Yuna. Os banners não estavam lá durante os preparativos das Raposas para o Natal, e Minho perguntou-se o que Hyunjin diria quando os visse.
— Esqueceu de como se levantar, Lee?
Minho inclinou sua cabeça para o lado, enxergando o seu treinador. Ele deixara a porta da quadra aberta e, agora, Christopher Bang estava parado na entrada. Minho não achava que tinha ficado tempo o suficiente a ponto de Christopher ter finalizado sua papelada.
Ou Christopher não confiava em Minho para manter sua promessa de não treinar até que estivesse completamente curado, ou Minho tinha perdido a noção do tempo novamente. Minho esperou que fosse a primeira opção, mas seu estômago revirado dizia o contrário.
Ele concordara em passar o feriado natalino em Edgar Allan, porém, os Corvos treinavam 16 horas por dia durante os feriados. O que deveria ter sido duas semanas passou como se fossem três, e o relógio interno de Minho estava desordenado mesmo depois de dois dias na Carolina do Sul. E com as aulas começando na quinta-feira e a temporada de primavera iniciando na semana seguinte, Christopher tinha absoluta certeza de que ter uma rotina normal novamente ajudaria. Restava a Minho manter-se na expectativa de que ele estivesse certo.
— Hora de ir – disse Christopher.
Foi o suficiente para fazer Minho se levantar, embora seu corpo agredido protestasse. Ele ignorou a dor com facilidade, por ter uma grande familiaridade com a mesma, e resistiu ao impulso de esboçar a dor em seu ombro enquanto cruzava a quadra até Christopher. Ele não deixou de reparar o olhar julgador que ele lhe dirigiu, optando por ignorá-lo.
— Eles já desembarcaram? – perguntou Minho, quando estava perto o suficiente.
— Você saberia se respondesse as mensagens.
Minho retirou o celular do bolso e abriu-o. Pressionou alguns botões, então virou a tela escura na direção de Christopher.
— Devo ter esquecido de carregá-lo.
— Deve ter – repetiu Christopher, não se deixando enganar.
Ele estava certo em ficar desconfiado; Minho tinha deixado seu celular descarregar de propósito. Antes de ir para a cama no Ano Novo, o aparelho descarregou e Minho o manteve longe da tomada. Ele ainda não tinha lido as mensagens que seus colegas de equipe o enviaram durante o feriado. Ele não poderia evitá-los para sempre, mas Minho ainda não tinha descoberto como explicaria suas ações.
Os ferimentos horrendos eram uma consequência por ter desafiado Jimin. A tatuagem em sua bochecha lhe daria um pouco mais de trabalho para justificar, mas nada que fosse impossível. No entanto, Minho não conseguiria contornar o que Jimin fez com sua aparência.
Depois de nove anos de lentes de contato coloridas e tinturas de cabelo, Minho finalmente tinha suas cores naturais de volta. Com o cabelo castanho-avermelhado e olhos azuis brilhantes, ele era a imagem cuspida do pai assassino que ele passara metade de sua vida tentando fugir. Ele não havia se olhado no espelho desde que retornou. A negação não mudaria sua aparência novamente, mas ele vomitaria se visse seu reflexo outra vez. Se pudesse ao menos pintar seu cabelo de alguns tons mais escuros, respiraria um pouco mais aliviado, mas Jimin deixara claro o que faria com as Raposas se Minho mudasse de fisionomia.
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𝐀𝐋𝐋 𝐅𝐎𝐑 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐀𝐌𝐄 - 𝐌𝐈𝐍𝐒𝐔𝐍𝐆
Fanfiction𝐀𝐃𝐀𝐏𝐓𝐀𝐂𝐀𝐎 𝐃𝐀 𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐃𝐄 𝐍𝐎𝐑𝐀 𝐒𝐀𝐊𝐀𝐕𝐈𝐂 Lee Minho, um adolescente que passou a vida fugindo do pai, um lorde do crime com sangue nos olhos, e que graças a certas circunstâncias acaba recebendo a oferta de uma bolsa de estudos c...