𝙿𝚁𝙸𝙼𝙴𝙸𝚁𝙾

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𝐁𝐑𝐔𝐍𝐀 𝐕𝐈𝐕𝐈𝐀𝐍 São Paulo — CT do Palmeiras

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𝐁𝐑𝐔𝐍𝐀 𝐕𝐈𝐕𝐈𝐀𝐍
São Paulo — CT do Palmeiras

MAL CONSIGO segurar tudo nos braços. Esse clima fodido de São Paulo ainda vai me matar, minha boca tá toda cortada, a jaqueta oversized fica escorregando de um dos meus ombros e a pilha de livros e microfones combinados com o MacBook não me dão um pingo de paz e de equilíbrio.

E eu aqui achando que estagiar ia ser moleza. Só assistir e anotar... Avá! Primeiro dia e já me fizeram revirar o centro de treinamento inteiro de um lado para o outro pra procurar uns microfones que com certeza são da época da minha vó.

Ergui um dos joelhos pra conseguir subir um pouco mais a pilha de coisas e abri o zíper da minha bolsa lateral, tentando alcançar o carmed de fini que tem ali, mas antes de alcançar e colocar o pé pra dentro do CT de novo, alguém me grita.

—Ei! Seu carro tá estacionado na minha vaga — O dono da voz diz, parando à minha frente.

É o Raphael Veiga e ele tá vestido de um jeito, que assim... Sinceramente. Não tem um espelho em casa não? Essa calça deve caber dois dele dentro e a jaqueta é preta com umas flores imensas pintadas.

Deus, espero estar conseguindo disfarçar minha cara porque mentalmente eu fiz uma careta daquelas. O cara é rico, porque não contrata um stylist?

—Oi? — Pisquei sem entender — Não sabia que tinha vaga marcada.

—Tem, literalmente, meu nome na placa — Ele apontou pra onde meu Argo tá estacionado.

—Jura? Não vi não — Lhe mostrei um sorrisinho. Ele abriu os braços e me encarou com os olhos um tanto quanto arregalados.

Quem nunca julgou o livro pela capa que me perdoe, mas a primeira coisa que penso quando olho pra ele não é nada boa. Ele tá com umas olheiras imensas, essa roupa combina direitinho com essa vibe de pastor que ele tem. Simplesmente muito chato.

—É sério? — Ele solta uma risada, parecendo nervoso enquanto passa a mão no cabelo.

—Você viu o tanto de vagas sobrando? É só estacionar seu carrão numa delas, tenho certeza que você não vai morrer por conta disso — Estalei a língua no céu da boca, me desequilibrando e deixando a bolsa cair do ombro — Merda.

—Eu até te ajudaria, mas você não tá colaborando — Ele faz como eu e estala a língua no céu da boca também.

—Dispenso sua ajuda — Murmurei, me agachando pra catar os fios que caíram no chão.

—Você vai morrer se tirar seu carro da minha vaga? — Perguntou, me olhando lá de cima.

Jesus.

Essa calça larga daqui de baixo é pior ainda e ele tem um maxilar marcado demais, só dá pra ver o queixo.

—Vou, sim — Embolei a caralhada de fios no braço e levantei — Não sei se você percebeu, mas eu tô bem ocupada. E atrasada.

𝐒𝐄𝐌 𝐎𝐅𝐄𝐍𝐒𝐀𝐒 • 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora