Capítulo 4 - Conversa

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Heather andava de um lado para o outro, irritada, enquanto Andre Barn se mantinha quieto fitando uma das paredes da cela.

– Vai abrir um buraco desse jeito – ele comentou simplista.

– Talvez assim consigamos sair daqui. – Heather bufou. – Não acredito que a Astrid nos deixou aqui, presos.

– Ela não fez por mal, sabe como ela fica quando se trata do Soluço, devíamos ter previsto isso.

– Ah claro, com certeza devíamos ter previsto que a Astrid nos traria para a prisão. – Heather sorriu sarcástica. – Não acredito nisso, ela sabe o quanto eu odeio esse lugar. – ela parou de andar e abraçou seu próprio corpo. – Acho que foi nessa mesma cela que eu fiquei da última vez.

– Tinha me esquecido disso.

– Eu pensei que eu também tinha me esquecido, mas foi só entrar aqui, que as lembranças voltaram. Ela me deixou acorrentada bem ali. – Heather apontou para o local. – Três dias sem comer e sem água.

– Você foi muito forte em aguentar tudo, foi ainda mais forte em ter perdoado ela. – Andre Barn se aproximou de Heather e segurou as mãos dela.

– Acho que o que contribuiu para eu perdoá-la, é que eu percebi que não foi culpa dela. Na época, a Astrid só estava perdida, espero que agora de volta à Berk, ela não volte a ser a mesma Astrid de antes.

– Como assim? – Andre Barn a encarou.

– A Astrid que eu conheci enquanto estive aqui não é a mesma Astrid que você conheceu. Sei que você viu o lado dela como Hodeskalle, mas a Astrid que me torturou é pior que ele.

– Isso foi antes do Soluço.

– Eu sei, mas é que esse lugar tem uma grande influência na Astrid, só espero que de alguma forma não a influencie para o mal.

– Tenha fé na Astrid, ela não vai fazer nada de ruim.

*

*

– Vou sim. – Astrid comentou, enquanto colocava seu vestido. – Na verdade já comecei. Proibi à caça aos dragões. Teve alguns que me desobedeceram e mesmo assim trouxeram algumas, mas estou cuidando deles.

– Você é incrível, ainda não acredito que em alguns dias você já conseguiu parar a caça aos dragões em Berk.

– Não é grande coisa e não comemore ainda, o povo está um pouco desconfiado, não estão aceitando muito bem essa história, não sei até quando vão me obedecer.

– Pelo menos enquanto ainda te obedecem, não precisamos nos preocupar com os dragões, apenas em tomar o poder de Berk.

– Ah, claro, apenas isso – Astrid disse sarcástica e começou a desfazer a trança.

– Precisamos pensar em como vamos fazer isso.

– O povo e o Conselho não estão nada satisfeitos com a liderança do Magnus, logo o acordo que ele tem com os berserkers e com os exilados será desfeito, ele perderá força e não terá o apoio de ninguém, então vamos mostrar para todo mundo que o Magnus deve ser tirado da liderança. Claro que precisaremos indicar outra pessoa, é aí que você entra.

– O Conselho nem o povo vão simplesmente me aceitar, não depois de tantos anos longe, vou precisar convencê-los.

– E já pensou em como vai fazer isso?

– Acho que vou precisar fazer isso aos poucos. – Soluço começou a prender as fivelas da sua armadura. – Não posso já requerer a liderança, antes eu vou precisar provar que sou capaz, para isso preciso ganhar a confiança deles, acho que vou precisar inventar uma história do porque fiquei tanto tempo fora.

Dragões: a paz e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora