Capítulo 12 - Descanso

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– Eu não entendi nada. Como assim a segunda parte da profecia? – Perna-de-peixe perguntou confuso. – Que profecia?

– É uma história longa e complicada, melhor explicarmos depois. – Astrid comentou.

– E tem coisas mais importantes para sabermos do que profecias. – Cabeçadura falou sorrindo.

– Exatamente, como por exemplo, como o Soluço sobreviveu e onde ele estava esse tempo todo? – Quênia o encarou e os outros fizeram o mesmo.

– Então.. – Soluço sorriu sem graça.

– Outra história longa e complicada. O Soluço precisa se recuperar primeiro, então nada de perguntas. – Astrid disse autoritária.

– Mas, eu..

Cabeçaquente interrompeu sua fala ao ouvir um barulho alto.

– O que é isso? – Andre Barn perguntou confuso.

– Pelo barulho, acho que é um enorme javali. – Cabeçadura disse simplista.

O barulho ficou mais alto e o chão começou a tremer. Todos entraram na frente de Soluço e se colocaram em posição de ataque e Banguela preparou um tiro de plasma.

Instantes depois uma pessoa surgiu na entrada da casa.

– Bocão, é você, pensamos que era um javali. – Cabeçaquente deu de ombros.

– Cadê? – Bocão perguntou e olhou ao redor. – Cadê ele?

– O javali? – Cabeçaquente franziu o cenho.

– Acho que ele não está falando do javali. – Perna-de-peixe comentou.

– Com certeza, não. – Valka sorriu.

As pessoas se afastaram, abrindo espaço para Bocão.

– É você mesmo? – Bocão encarou Soluço.

– Oi, Bocão. – Soluço abriu um leve sorriso.

– É você mesmo. – Bocão gritou e correu até Soluço, o abraçando com força em seguida.

– Bocão, ele está machucado. – Astrid o alertou, mas Bocão continuou o abraçando.

– Chega, Bocão. – Stoico o segurou pelos ombros e o puxou, o afastando de Soluço, que precisou puxar o ar com força para respirar.

– Você voltou mesmo para nós? – Bocão perguntou com os olhos cheios de lágrimas.

– Sim, voltei. – Os olhos de Soluço também se encheram de lágrimas.

– Eu sonhei tanto com esse momento. – Bocão voltou a abraçar Soluço com força.

– Bocão, assim vai machucá-lo ainda mais. – Stoico falou enquanto afastava o amigo novamente.

– Eu só estou muito feliz em ver o garoto vivo e bem. – Bocão disse em meio às lágrimas.

– Vivo sim, agora bem, eu não tenho tanta certeza. – Cabeçadura deu de ombros.

– O que aconteceu com você? – Bocão encarou Soluço. – Você está péssimo.

– Sua sinceridade é comovente. – Soluço disse irônico.

– A Brenna o torturou. – Perna-de-peixe explicou.

– Ela ficou louca? – Bocão falou irritado. – Eu vou matar aquela mulherzinha.

– Não. – Astrid falou séria. – Se alguém for matá-la, será eu.

– Que tal pararmos de falar em morte? – Valka comentou.

Dragões: a paz e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora