Capítulo 8 - Calma

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Astrid andava apressada pela floresta, estava quase correndo.

Ela estava com raiva, estava irritada, estava brava, mas principalmente, estava preocupada.

Bateu com força em um galho que surgiu em seu caminho e acabou cortando o braço. Soltou um resmungo de dor e continuou sua caminhada.

Ao chegar na clareira, não encontrou ninguém.

– Aparece. – Falou brava enquanto olhava ao redor. – Anda logo.

Ela ouviu um bater de asas e olhou para cima, vendo Banguela se aproximar. Ele segurava alguns pedaços de tronco nas patas, os deixou no chão e pousou ao lado.

Soluço desceu do dragão e encarou Astrid.

– Onde estava? – Astrid perguntou irritada.

– Fomos pegar lenha. – Soluço se aproximou de Astrid. – Achei que viesse mais tarde, não a esperava aqui tão cedo. – Ele sorriu, mas seu sorriso se transformou em um gemido de dor, assim que ela bateu com força no ombro dele.

– Você ficou louco? – Ela continuou batendo, cada vez mais forte.

– Astrid, calma. – Soluço se encolheu. – Vamos conversar.

– Ah, agora você quer conversar? – Ela começou a dar alguns socos.

Banguela, me ajuda aqui. – Soluço olhou de relance para o dragão que assistia a agressão sem fazer nada.

Eu falei que ela não iria gostar de termos saído. – Banguela abriu um sorriso e se deitou na grama.

Valeu, réptil inútil.

Soluço suspirou e com um movimento rápido segurou os pulsos de Astrid, a parando.

– Astrid, calma.

– Calma? Você quer que eu fique calma? – Gritou brava e acertou uma cotovelada com força na barriga de Soluço, o fazendo encolher com a dor e diminuir o aperto em seus pulsos.

Ela o empurrou se livrando do seu toque e se afastou, começando a andar de um lado para o outro.

– Eu não acredito que você fez isso, Soluço. Você tinha que ficar aqui. Só isso. Ficar na clareira. Você sabia dos riscos e mesmo assim, você.. você.. aaahh.. – Ela gritou novamente.

– Não aconteceu nada demais.

Astrid parou sua caminhada e se virou para Soluço, o fuzilando com o olhar.

– Não.. aconteceu.. nada.. demais? – Falou pausadamente, entonando sua raiva em cada palavra. – Ir até a casa do chefe da ilha, espancá-lo e ameaçá-lo não é nada demais?

– Ta bom, não escolhi muito bem as palavras. – Ele abriu um sorriso fraco.

– Você tem ideia do que você fez?

– Sim. – Soluço falou firme, endireitando a postura. – Eu fiz o que eu devia ter feito há muito tempo, na verdade eu devia ter feito muito mais, eu ainda fui generoso com ele.

– Soluço.. – Ela o repreendeu.

– O quê? Por que está brava? Está preocupada com ele?

– Você não me perguntou isso. – O rosto de Astrid ficou vermelho de raiva.

– Astrid, eu..

– Não é com ele que estou preocupada, é com você, Strondus. – Astrid respirou fundo, tentando se acalmar. – O Magnus está atrás de você.

Dragões: a paz e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora