Capítulo 5 - Marca

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Astrid não conseguia respirar direito, o peso de Magnus sobre si pressionava seu peito, impedindo que o ar fluísse normalmente e o fato de estar tonta só piorava a situação. Magnus continuava apertando seu queixo com força enquanto a olhava com raiva.

– Estou esperando, Astrid. – ele levou a mão livre até o ombro dela, apertando no exato local da marca. – Quem fez isso com você?

– Deve ter sido no treino, é um machucado. – Falou com dificuldade.

– Machucado? – Magnus franziu o cenho e observou melhor a marca no ombro dela.

Astrid aproveitou o movimento e o empurrou, o fazendo sair de cima de si. Ela puxou o ar com força, tentando normalizar a respiração.

– Eu treinei hoje, sabe como são meus treinos, alguém sempre se machuca.

– Mas nunca é você.

– Eu fiquei meses presa em uma ilha sem treinar, eu perdi o jeito, por isso estou pegando tão pesado nos meus treinos.

– Então isso foi um machucado, só isso? – Magnus a olhou esperando que ela confirmasse.

– Claro, o que mais seria?

– Hoje cedo você deixou a entender que me traiu, eu pensei que..

– Que a pessoa com quem eu te trai, fosse alguém daqui? – Astrid abriu um leve sorriso. Ela se apoiou em uma das paredes e se sentou. Sem que Magnus percebesse, ela começou a puxar a adaga em sua bota.

– Espera, está me dizendo que o que me disse hoje, é verdade? Você me traiu mesmo?

– Eu não chamaria de traição, já que para mim, você nunca foi meu marido. Mas, por que a surpresa? Eu não fiz nada que você já não tenha feito. – Astrid deu de ombros. – Ou vai me dizer que só você tem esse direito?

– Você é minha, Astrid. Só minha. – Magnus falou bravo.

– Errado, eu nunca fui sua e nunca vou ser.

Magnus se aproximou da Astrid e segurou o cabelo dela com força, mas a soltou, assim que sentiu uma dor no braço.

Ele olhou para o local dolorido, percebendo que havia um corte profundo no local.

Ele encarou Astrid, que girava a uma adaga em sua mão. Ela deu uma cotovelada com força, no local da ferida e deu um chute na barriga de Magnus, o fazendo cair no chão.

– Se lembra o que eu disse hoje pela manhã? – Astrid se levantou e o encarou. – Cada vez que você me machucar, eu vou revidar com mais força. Então cuidado com o que pretende fazer comigo, você pode até me fazer sofrer de alguma forma, mas saiba que você vai sofrer bem mais.

Astrid disse irritada e saiu da casa. Foi direto para a casa da Gothi, estava preocupada que a pancada em sua cabeça tivesse sido grave.

– Tem certeza de que estou bem? – Astrid perguntou após a anciã examiná-la.

Gothi apenas assentiu enquanto preparava um chá com algumas ervas.

– Ainda me sinto um pouco tonta e ainda dói. – Astrid tocou de leve o local da batida.

Gothi colocou um pouco do chá em uma caneca e entregou para Astrid, em seguida, ela jogou um pouco de areia no chão e começou a desenhar.

"Não é grave, a dor sumirá logo e o chá ajudará na tontura"

– Obrigada! – Astrid abriu um leve sorriso e bebeu um gole do chá, fazendo careta assim que sentiu o gosto amargo.

"Tome cuidado, ele é perigoso"

Dragões: a paz e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora