01; A Flor e o Beija-Flor

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"E a flor conhece o beija-flor
E ele lhe apresenta o amor
E diz que o frio é uma frase ruim
Que ela era a flor mais linda do jardim."
Henrique e Juliano, (Flor e o Beija-Flor)

(ponto de vista: João Lucas.)

O Amor é meio Brutal. Quando é intenso é emocionante, quando é pouco é deprimente. Ele é literalmente a classificação de 8 ou 80. Ou você ama muito ou pouco, ou você gosta ou odeia. Não tem essa de "Mais ou Menos". Pois isso também inclui amar, e pra você amar você necessita de intensidade, pois amar sozinha é a mesma coisa que não se amar. Guri era intenso, ele tinha tudo na dele na medida do possível, mas quando amava, amava pra valer pois isso descrevia ele.

Sem contar que é tão fácil odiar hoje em dia que é tão difícil encontrar amor. Intenso demais era se entregar demais, e quando você se entrega, você dá tudo de si. Era fácil odiar intensamente, mas era difícil amar intensamente.

— Aí, seu viado, você nem me escutou né? - Barreto chamou a atenção de Guri que estava perdido nos próprios pensamentos.

— Quê? - Falou, meio sem graça.

— A sobrinha do Bob, vai aparecer ai. - Ele disse, enquanto levava o garfo com feijão tropeiro e arroz até a própria boca, ele comia em um pratinho de plástico. A festa estava lotada, com várias pessoas e um som estouradaço na sala.

— Ah, legal. - Ele disse respirando fundo. — E ela é gente boa?

— Demais! Você vai amar ela, eu tenho certeza. Já é minha melhor amiga já. - Ele disse, em um tom de brincadeira, mas obviamente ele estava falando sério.

— Se eu não gostar vai ficar me devendo 50 reais. - Ele se inclinou para o lado.

— Em primeiro lugar, não. Seu pobre! Em segundo lugar, é literalmente impossível você não gostar de alguém, você simpatiza com todo mundo. - Barreto falou, terminando de comer e jogando o pratinho no lixo da cozinha.

— Tá me confundindo com você. - Guri zoou e eles mudaram de assunto.

Foi quando ouviram uma campainha apitando, e assim que chegaram na sala, viram que Bob entrava destrancando a porta, e os olhos de Guri focaram na imagem atrás dele. Uma garota absurdamente linda, cabelos lisos moreno, branquela, cílios grandes e um sorriso contagiante no rosto entrava pela porta, ela saltitava para perto de Bob enquanto ele fechava a porta.

Barreto falou algo para seu melhor amigo que nem sequer escutou por estar prestando atenção nela. Foi quando levou um soco no ombro que finalmente desviou a atenção.

— Tá alucinado é? - Ele xingou, e a garota veio em direção a Guri. Bem, não ele, ao Barreto.

— BARRETO! - Ela gritou

— PHOENIX! - Ele retribuiu o grito

— PHOENIX? - João Lucas perguntou. Foram muitas expressões ao mesmo tempo.

— João Lucas, viado, no caso, Guri, essa é a Raquel, ou Phoenix. A Sobrinha do Bob, tá ligado? - Barreto os apresentou, ele sorriu e ela também, feliz e alegre.

— Eu tô meio eletrizada porque bebi uns dois copos de cerveja já, mas tô sóbria, ok? - Foi a primeira coisa que ela disse pra ele. — Eu sou desse jeito por natureza.

E naquele momento, ele percebeu que ela era como o Barreto em uma versão feminina, porém, um pouco mais tímida. Demorou uns 3 minutos para ela estar dançando funk junto do Barreto de uma forma totalmente zuada. Até ela finalmente cansar e ir até a cozinha.

— Meus pés doem. - Ela reclamou, terminando de beber a última cerveja e a jogando fora.

— Tira o sapato. - João Lucas disse, dando de ombros.

— Não vai ser muita falta de educação? Vou parecer uma criança. - Ela disse, olhando para baixo.

— Você já está parecendo. - Ele brincou. — E se estiver cansada, tem um quarto lá em cima, você pode dormir aqui, já que é a sobrinha do dono…

Raquel o encarou com uma sobrancelha erguida, um sorriso pequeno nos lábios e as bochechas vermelhas, e ele entendeu.

— Meu Deus! Não, não foi isso que eu quis dizer, é só que… - Ele se desesperou, rindo, tentando se explicar e ela o interrompeu caindo na gargalhada.

— Relaxa, eu tava zuando. - Ela deu de ombros. — Você é amigo do Barreto, e qualquer amigo do Barreto é meu amigo também. - Ela afirmou, sorrindo.

Se virou, e foi em direção às escadas.

— Não vai nem me dar seu número? - Ele pediu.

— Torça pra gente se esbarrar de novo! - Ela gritou pra ele, por cima da música, sorrindo.

E ele desviou o olhar com um sorriso bobo nos lábios, abriu as notas do celular e escreveu uma poesia que lhe veio à mente. Bem, que ele havia criado naquela pouca interação de ambos e quando colocou os olhos sobre ela pela primeira vez.

— VOCÊ TÁ APAIXONADO! - Barreto entrou na cozinha, ameaçando ele, sorrindo e gargalhando.

Guri não negou, seu melhor amigo sabia tudo de sua vida então obviamente notaria que ele estava mentindo, talvez ele não esteja mentindo mas… Nunca se sabe.

— Você nem negou! - O girassol falou. — Meu Deus, eu só posso estar sonhando. - Ele afirmou, dando vários beliscões no próprio braço.

— Cala a boca! - Guri disse, rindo, nervoso. — Não estou apaixonado. Achei ela bonita. - Ele admitiu.

— Bonita tipo, beijinhos ou bonita tipo a música do Bruno Mars "Marry You"? - Barreto debochou, rindo.

— Bonita tipo, nossa, ela é bonita. - Guri disse, simples.

— Já shippo, meu Deus, eu preciso contar pro Brennuz, ele vai amar. - Barreto falou, mexendo no próprio celular.

— Kauã, fica quieto! - João Lucas disse, rindo.

— No dia em que vocês casarem eu exijo que um de seus filhos se chame Barreto 2.0 ou Kauã Júnior. - Ironizou novamente e dessa vez os dois caíram na gargalhada.

Ele não estava apaixonado. Quer dizer, essa coisa de paixões à primeira vista nem faz sentido. Vai que ela é um serial killer? Ele não sabe nada sobre ela. Mas não podia negar que ela era bonita. Uma beleza perigosa para ele e seu coração.

Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor, (guri mc - batalha de rima) !HIATUS!Onde histórias criam vida. Descubra agora