05; Vem cá.

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"Deixa eu te fazer sorrir
Tá esperando o que pra vir
Se joga no ato do amar
Igual a você não há"
Vem cá, (Pelé MilFlows)

RAQUEL MENTIRIA SE dissesse que “não teria gostado” do selinho que rolou entre ela e João Lucas na live do aldeia cast. E que ela desejou que se transformasse em um beijo mais profundo e durasse mais. Barreto a perseguiu o resto da live inteira, Guri a olhava e dava sorrisos de canto, e ela achava ele mais atraente do que nunca.

Nesse momento estava ela e Mel dentro do quarto da mansão, ocorreria uma batalha de rima onde ela retornaria. Fez o maior marketing em cima disso, e todos estavam animados com sua volta, ela gravava vídeos e lives – já que ela era influenciadora. – postava fotos 24 horas por dia. Estava decidindo a roupa junto de sua atual melhor amiga, um trap estava tocando no fundo e ela respondia perguntas em uma live que estava fazendo.

— Amiga, coloca esse aqui e esse short. - Mel falou, se referindo a um moletom que estava cortado acima de meu seio, por baixo um top de academia preto e um short desfiado em tons claros. — Fica show pô.

— Fica muito piriguete, eu vou ser cancelada na internet. - Ela falou rindo. — Vou usar esse aqui. - Ela apontou pra um blusão roxo, calça preta e uma blusa de gola alta preta.

— Vai ficar parecendo o teu namorado. - Mel falou, e ela ergueu uma sobrancelha.

— Que namorado?

— Uai, o que você deu um selinho ontem. - A mc loira disse rindo e Raquel caiu na gargalhada, estendendo a mão esquerda.

— Parceira, sem anel, sem namoro. - Ela disse. — Mas vou usar esse sim. Tá frio.

E realmente estava. A temperatura girava entre 25° graus para um pouco menos. As duas garotas conversavam, brincando e rindo de várias coisas bestas na live, e acompanhando a música de fundo muitas vezes cantando e dançando de forma zueira.

Quando finalmente terminaram de se arrumar, Raquel estava cheia de acessórios em tom prata e uma bandana roxa amarrada nos cabelos. Sem make mas com o cabelo em um penteado delicado. As unhas estavam pintadas e decoradas em tom de azul escuro com alguns brilhos de fila única no dedo anelar. Elas desceram as escadas e encontraram geral lá embaixo.

O som já estourava seus ouvidos, indicando que já havia começado, assim que se virou, sentiu um braço a agarrando, era Barreto a abraçando.

— Para de ser linda garota, vai roubar meu homem. - Ele falou, e ela caiu na gargalhada.

— É a intenção. - Raquel disse, e cumprimentou o resto.

Quando se localizaram em direção ao lado de fora, encontraram uma enorme plateia, e Bob estava ali organizando tudo, ele se aproximou dela.

— Oi Raquel, tá linda. - Ele falou, beijando sua bochecha tal como de costume. — É o seguinte, ‘cê vai batalhar hoje, tá ligada?

Ela assentiu, nervosa.

— É o seguinte, a batalha vai ter que ocorrer mais cedo porque tenho uns imprevistos pra mais tarde, tá ligada? Já anunciei no Instagram e a maioria das pessoas já estão aqui ansiosas com a volta de Phoenix MC. - Bob, seu tio, afirmou. Ela sorriu confiante e assentiu.

Subiu no palco e escutou a multidão gritar, um coro de “Phoenix” foi escutado, e ela riu, pegando o mic, enquanto seu adversário subia no palco.

— Boa noite, Batalha da Aldeia. - Ela cumprimentou a todos, sorrindo.

Quando ela olhou pro lado, e viu seu adversário, quis morrer no mesmo instante. Guri estava ali, a plateia gritou e os dois estavam ridiculamente combinando as roupas.

— Vai se fuder. - Ela falou rindo, sarcasticamente enquanto soltava gargalhadas.

— Você me copiou, parceira. - Ele disse, debochando.

— Nem nos seus piores sonhos, meu amigo. - Raquel falou, bebendo um gole de água enquanto o beat começava e Bob puxava o grito, os dois jogaram ímpar ou par e ele iria começar.

Fechou os olhos se concentrando, procurando palavras.

— É necessário ter paciência, é necessário ter competência, é necessário esperar o tempo sério para entrar e ter essência. Por isso eu não ajo prepotência, te mostro que tô em absti…nência de fazer rimas na praça, e agora eu mando pra desgraça. Quem não entendeu o peso do fundo que saiu de uma corda vocais, - Ele respirou fundo. — Paro pra respirar e depois me levanto mandando umas rimas legais, e que também são letais. Se ‘cê não entendeu, é deprimente. Vamos rebater rimas dialogais porque eu sei que cê é capaz de me bater de frente!

Algumas pessoas gritaram, mas não muitas e Raquel levantou o olhar.

— Bater de frente, entendo quando fala que tá em abstinência, mas na verdade eu entendo a ciência, por isso a julgo com inteligência. Isso é um ciclo contínuo, isso eu continuo. O Rap é um vício, por isso eu vou atrás e não recuo, mas, falar de cordas vocais, por isso mesmo eu sou sagaz, eu faço as coisas que me satisfaz, por isso que eu busco minha paz. Cordas Vocais, tinham no meu pescoço, eu usei ela na improvisação, as que estavam no meu pescoço eu tirei e coloquei elas no meu violão. - Dessa vez algumas outras gritaram. Bob virou para ela e falou que já estava valendo, o que significava que aquilo já era a própria batalha, sem teste.

— Eu as tirei do teu violão, depois as coloquei no chão, e pisei em cima pra falar que rimar não é uma coisa fácil não. Mas eu sou capaz de me equilibrar, cê não entendeu? O sujeito não é aliado, a corda bamba era minha vida, mas eu cheguei do outro lado! - Ele falou e Phoenix fez uma careta, o público gritou e ela ficou sem graça, pensando no que dizer.

— Entendo isso, sou uma enorme equilibrista, com a mente toda desequilibrada, por isso mesmo que eu sou artista. - O público gritou. — Por isso que eu continuo fazendo tudo, mc vira freguês, porque eu aprendi que a minha loucura é só um sinal de pura sensatez! - Raquel avançou, e o público gritou.

Ela soltou um riso debochado, acenando pra algumas pessoas, rindo, Guri ao ver aquilo riu também, mas ela logo ficou séria pra não atrapalhar ele.

— E eu nem bebo mas, te falo que eu sou um estranho no ninho. Você toma um susto e apanha, garanto que fica sóbria rapidinho. - Algumas pessoas gritaram e a garota jogou os cabelos para trás. — Eu te falo, que agora eu tô correndo, pois a vida é um só caminho, várias gatas atrás desse rato, mas nenhuma pega, eu sou ligeirinho pô. - Guri concluiu e ela deu uma gargalhada enquanto ele sorria.

— Não tem rato na minha cama, por isso mesmo que eu faço drama, — As pessoas e ele riram. — Entende, se cê não aprende, a vida ensina, não tem nenhum rato na minha cama, já que tem uma gata em cima. - Raquel disse, e todos gritaram.

Ela virou de costas, debochando com um sorriso no rosto.

— Essa foi tensa, meu mano. Por isso agora te falo que o sangue eu derramo, porque o Guri é insano. Mas isso que é foda, queria acordar contigo, mas sou um cara noturno. - As pessoas gritaram e Raquel ri. — Como que eu vou falar o que tem em cima de cama se na cama eu não durmo? - Todos gritaram e ela riu, novamente, se levasse pra esse lado.

— Na cama você não dorme? Você é um cara noturno? Lembrei daquela noite em que eu te beijei e seu pau ficou... Eita! Eu não sou a Lya MC, não falo de putaria, mas o Guri me faz atingir meu limite... Todos os dias. - Falou e todos gritaram, o som acabou e ela sorriu, o puxando para um abraço.

(...)

1. Nessa última rima, é pra rimar com "Noturno", no caso, "Lembrei daquela noite em que eu te beijei e seu pau ficou (duro)". Eita como essa Raquel é safada viu.

2. Capítulo novo amanhã, TO TÃO FELIZ QUE O GURI VENCEU O RANKING DE BATALHA DA ALDEIA. O cara é um monstro!

3. Animados pras festas de fim de ano? Comprei um vestido na shein em novembro e até hoje não chegou....

Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor, (guri mc - batalha de rima) !HIATUS!Onde histórias criam vida. Descubra agora