18; Exagerado.

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"Amor da minha vida,
Daqui até a eternidade
Nossos destinos forma traçados
Na maternidade.
Paixão cruel, desenfreada, te trago mil rosas roubadas."
— Exagerado, (Cazuza)

ERA VÉSPERA DE NATAL. E eu e João Lucas combinamos de passar em Ribeirão Preto com sua família, já que eu nunca citei a minha. Guri se demonstrava curioso em relação às minhas origens, já que ele apenas sabia que eu estava morando com Bob, mas eu nunca falei pra ele o que aconteceu comigo.

Eu me sentia envergonhada pelos meus pais, pelo fato de eles me deixarem, e que assim que eu contasse para ele sobre isso, ele me deixaria também. Eu estava com medo, medo de o perder. Não tive mais notícias de meu pai, nem de minha mãe e nem mais nada daquele número, quem sabe eles me deixaram de vez e eu apenas não queria ser um peso na consciência de minha mãe.

Jhonny demonstrou estar escrevendo uma diss para mim em alguns posts do insta e do Twitter, e eu apenas ignorei. Já dei minha opinião, e ele se ofendeu no nível de gastar a cabeça pra escrever um rap sobre mim? Isso era deplorável. Decidi deixar o brigando sozinho.

Eu e João Lucas combinamos de passar o natal com sua família onde eu finalmente conheceria sua irmã e sua mãe, e o ano novo com nossos amigos no qual o Jotape e Kakau nos convidaram para ir pro Rio. Barreto entre outros amigos nossos também iriam.

Estava concentrada em escolher uma das roupas para ir pro jantar, até meu tio aparecer na porta. Ele andava muito ocupado com algumas coisas pra resolver, eu me ofereci para passar o natal com ele, porém ele me disse que iria passar com alguns amigos que eu não conheço, então resolvi passar o dia da véspera com ele até escolher a roupa da ceia.

Bob caminhou até mim, devagar enquanto segurava algum tipo de pacote, fechei os olhos enquanto ele beijava o topo da minha cabeça e me cumprimentava, logo desviando o olhar para cima da minha cama, vendo os dois vestidos ali em cima.

— Que coisa feia, vai dar de presente pra alguém? - Ele disse, enquanto franzia o cenho.

Eu olhei pra ele desacredita e incrédula.

— Esses vestidos são meus! - Exclamei, o olhando. — E eles não são feios! - Concluí, enquanto olhava para o vestido.

Tio Bob me olhou de canto e sorriu, logo caindo na gargalhada e naquele momento eu notei que era piada. Ele me abraçou de lado e eu sorri.

— Em você qualquer um vai ficar lindo, Raquel. - Ele disse, sorrindo.

Nós dois ficamos em silêncio, admirando o belo nada enquanto pensávamos.

— Especificamente esse. - Bob cortou o clima, ficando sério, apontando pro vestido preto tomara que caia. Dando a entender que ele achava o outro feio, aquilo fez eu rir.

— Obrigada, tio! - Falei, o abraçando.

Ele me abraçou de volta e assim que nos separamos, me entregou o pacote, parecia uma caixinha um pouco pesada. Olhei pra ele confusa.

— De quem é isso?

Sua mãe. - Afirmou, em um tom calmo e naquele momento eu franzia o cenho, jamais esperaria que fosse ela, em minha cabeça ela não queria ver minha cara. — Ela enviou para cá. E um bilhete dizia que era pra você.

Meus olhos se encheram de lágrimas, eu o observava triste, e logo notei que os olhos dele também se encheram.

— E papai? - Perguntei, nervosa pela resposta.

— Seu pai teve uma overdose, Raquel.

Minha boca se abriu, o estado de choque percorreu todo meu corpo, tudo pareceu ficar em silêncio quando eu dei um passo para trás desacreditada e as lágrimas começaram a escorrer.

Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor, (guri mc - batalha de rima) !HIATUS!Onde histórias criam vida. Descubra agora