Capítulo 2

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Jhope saiu logo em seguida, me deixando ali com meus próprios pensamentos, acabei me sentando e soltando um longo suspiro, porque as coisas boas só aconteciam por segundos, já as coisas ruins me visitavam todos os dias. Olhei para a carta de despejo que estava ali em minha frente, iriam fechar minha cafeteria se eu não pagasse o aluguel, nenhum cliente entrava, as coisas realmente estavam difíceis, o que eu menos precisava era me apaixonar por um idol que sem querer veio se esconder no meu café. Quando cheguei em casa coloquei o dinheiro que ganhei no dia dentro do potinho de economias, peguei uma cerveja na geladeira e deixei meu corpo cair sobre o sofá velho, estava cansada, mentalmente cansada, era difícil manter tudo no lugar quando sua mente estava uma bagunça. Acabei acordando no meio da noite com uma ligação, percebi que tinha dormido no sofá, olhei a hora e eram 3 da manhã.

-Quem liga para uma pessoa as 3 da manhã? -Esfreguei os olhos, então um medo tocou conta de mim.

Ligação on:

-Alô? -Atendi em desespero, com medo de estarem me ligando sobre minha cafeteria.

-Jinna? Meu deus quanto tempo. -Uma voz familiar ecoou em meu ouvido.

-Quem é? -Me tranquilizei, se fosse sobre minha cafeteria, a pessoa não estaria de tão bom humor.

-Sou eu a Elena, sua prima. -Tive que respirar fundo para não a mandar a merda.

-Elena como conseguiu meu número? -Eu tinha cortado laços com minha família, quando decidi sair do Brasil e vir para a Coreia.

-Eu peguei no celular da tia Hee na, ela não sabe que consegui contato com você, porque ela é toda orgulhosa, mas prima, sua mãe está mal, ela só fala de como sente sua falta, ela está doente, queria que você voltasse para casa. -Suspirei.

-Elena, ela deixou bem claro que não tinha mais filha da última vez que nos vimos, aqui onde estou são 3 da manhã, eu trabalho amanhã e preciso dormir, então até mais. -Afastei o celular para desligar a ligação.

-Espera Jinna... -Ouvi ela gritar.

-O que você quer Elena? -Um suspiro irritado saiu dos meus lábios.

-Você sabe que se sua mãe morrer, você vai ter que voltar ao Brasil para cuidar da parte burocrática né? -Joguei fora as latinhas que estavam espalhadas pela mesa e fui para o quarto.

-Não me importo se ela vai morrer na casa dela ou na rua, eu acabei de dizer, ela deixou claro que não me queria como filha. -Me irritei. -Agora eu vou desligar. -Não a deixei responder, apenas desliguei o celular e o joguei em cima do criado mudo onde havia um carregador por proximidade.

Tirei a calça jeans e fiquei só com a camiseta, que era grande o suficiente para se transformar em um vestido, me joguei na cama e fiquei olhando para o teto manchado do velho apê que eu tinha conseguido comprar, minha mente viajou para o acontecido da manhã, Jhope, ele realmente era lindo parando para pensar, o beijo dele, por mais que tivesse sido rápido, ainda tinha sido incrível, toquei meus lábios lembrando da sensação que foi ser beijada daquele jeito.

-Que merda. -Cobri meus olhos com meu braço. -Por que aquilo tinha que acontecer comigo? Eu estava muito bem sozinha na minha, ai vem um idol doido e me beija, causando sentimentos bobos, Jinna, lembre-se o que aconteceu da ultima vez que você ficou apaixonada. -Bati na minha testa. -Isso mesmo, ele fingiu gostar de você e estava com outra na nossa cama. -Dei um soco no colchão. -Que merda, pelo menos eu nunca mais vou vê-lo, espero. -Senti uma lagrima escorrer no meu rosto, limpei rapidamente e me virei para dormir.

Acordei com o despertador berrando, estava cansada por ter acordado no meio da madrugada, fui direto pro banho para ver se conseguia despertar. Depois de um tempinho eu já estava pronta para trabalhar, fui direto para a cafeteria, precisava produzir algumas coisas antes de abri-la.

-Universo que hoje seja um dia bom de vendas. -Falei para quem quer que ouvisse.

Depois que finalmente terminei de organizar tudo, fazer o café e preparar os doces para abrir, olhei bem para o céu que estava um pouco nublado, mas ainda havia raios de sol, dei um longo suspiro e virei a plaquinha de aberto. Eu estava postando algumas coisas na rede social do café quando ouvi o sino da porta, abri o maior sorriso pensando que era cliente, mas um homem de terno com semblante fechado veio até mim e me entregou um envelope misterioso.

-Do senhor Hoseok. -Ele me cumprimentou e saiu.

-Ok, e quem é esse? -Perguntei para mim mesma.

Quando abri o envelope tinha uma cartinha com um ingresso de show, minha mente foi para o Jhope imediatamente, seria dele que o homem de terno estava falando? Obvio né, quem mais seria, eu já tinha conhecido outro famoso na vida?

''Senhorita Moon,

Queria ter ido ao seu café pessoalmente, mas é complicado para mim sair assim sem me notarem.

Queria me desculpar por ontem, então estou te mandando um ingresso para você conhecer meu trabalho já que conheci o seu delicioso café.

O show acontecerá nesse sábado e você terá um espaço VIP para aproveitar a vista, se der quero conversar com você de novo, dessa vez como pessoas civilizadas, não que eu esteja dizendo que você não é, mas aquele dia foi caótico.

Me chama no Instagram se quiser (@uarmyhope), assim consigo provar que não sou um tarado lunático.

Aguardo sua mensagem,

-Hope (Esperança). ''

Minha boca se abriu, por que ele queria conversar comigo? O que eu tinha de especial para ele querer falar comigo, já estava de bom grado o ingresso, ainda não sabia se iria, eu não conhecia nada sobre a música dele, sem contar que esse ingresso provavelmente me renderia um valor bem alto, talvez eu até conseguisse pagar o aluguel do café.

-Que merda, por que estou com peso na consciência? -Suspirei.

Metade de mim queria ir nesse show, queria saber mais sobre o Jhope e seu universo, mas essa metade não se comparava a realidade da outra metade, pensar na perda do meu café só me deixava mais apreensiva.

O dia passou voando, mal tinha tido tempo para pensar no show, fiquei feliz pelo dia ter sido movimentado, ia fazer as contas para saber quanto faltava para pagar o aluguel.

-Finalmente em casa. -Fechei a porta atrás de mim e corri para o potinho das despesas. -Tá, talvez eu não precise vender o ingresso, preciso me esforçar. -Sorri esperançosa.

Na hora de me deitar, peguei a cartinha do Jhope e fiquei olhando, ele tinha dito para mandar mensagens e eu estava louca para fazer isso, mas aquela mesma parte de mim que queria vender o ingresso não me permitiu, achei o insta dele e fiquei olhando as fotos, ele realmente era incrível e tinha muitos seguidores, pesquisei no Youtube o nome dele e acabei descobrindo que ele era integrante de um desses grupos de kpop, eu já tinha visto algumas coisas sobre o BTS espalhadas pelas ruas, mas nunca tinha parado para ouvir, principalmente por não ter tempo. Nessa dúvida de mandar mensagem ou não, acabaram se passando dois dias, acabei deixando um pouco de lado essa história para poder panfletar nos tempos livres, queria mesmo arrecadar o dinheiro para não ter que vender o ingresso.

-Seja bem-vindo. -Sai de trás do balcão com o cardápio em mãos, assim que ouvi o sino da porta.

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Obrigada por ler.

-A

Hope in loveOnde histórias criam vida. Descubra agora