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Maya on
Duas semanas depois
Eu estava deitada na cama, sentindo-me estranhamente fraca e desconfortável. A sensação de cansaço parecia pesar em meu corpo, deixando-me apreensiva. Tentei ignorar a dor que começava a tomar conta de mim, mas era impossível. Eu sabia que algo não estava certo.
Nem o meu irmão, nem Richard esta por perto, ele estão em Minas Gerais por conta de um jogo contra o Cruzeiro
Lentamente, a dor se intensificou e fui ao banheiro para tentar encontrar algum alívio. Ao me deparar com um sangramento, meu coração parou. O desespero tomou conta de mim quando comecei a chorar descontroladamente. Eu sabia o que aquilo significava.

Enquanto soluçava, segurei meu ventre vazio, ao mesmo tempo em que sentia meu coração se partir em mil pedaços. Meu bebê, aquele serzinho que me fez ficar tão feliz , havia partido antes mesmo de conhecer a luz do mundo.

Eu me sentia sozinha em minha dor, a ausência de Richard era agonizante. Eu precisava dele ao meu lado nesse momento, para compartilhar a tristeza e encontrar alguma forma de seguir em frente.

Minhas pernas cederam, e eu caí no chão frio do banheiro. Enquanto estava lá, em meio à minha agonia, uma voz dentro de mim se manteve firme. Era como se uma força invisível me dissesse que eu precisava continuar, que minha jornada ainda não havia terminado.

Eu levantei com dificuldade, sentindo uma mistura de dor física e emocional que me deixava tonta. Com um esforço sobre-humano, liguei para Raphael e contei o que havia acontecido. Ele ficou em choque, prometendo pegar o primeiro voo de volta para casa.

Enquanto esperava por ele, encontrei forças para cuidar de mim mesma. Entre lágrimas e suspiros profundos, me pus de pé novamente. A perda que sofri era inegável, mas eu não podia deixar que ela me definisse. Eu precisava encontrar a força para ir adiante.
Algumas horas depois
Richard e meu irmão, haviam voltado às pressas para São Paulo assim que receberam a notícia. Eu sabia que eles estavam tão abalados quanto eu e que a dor era compartilhada por todos nós. Eles eram meus pilares de apoio, a minha força nos momentos mais difíceis.

Meus olhos estavam inchados e vermelhos de tanto chorar. As lágrimas cessaram, mas a dor continuava a me atormentar. Eu me sentia como um vaso quebrado, incapaz de ser consertado. Tentava encontrar algum sentido na situação, mas tudo parecia vazio e injusto.

A porta do quarto se abriu lentamente, revelando Richard com os olhos marejados. Ele era um homem forte, sempre tão firme e cheio de energia. Mas agora, diante de mim, eu podia ver sua fragilidade, sua angústia.

R- Maya...
Ele sussurrou, sua voz carregada de dor. Eu olhei para ele e meus olhos se encheram de lágrimas novamente. Sem dizer uma palavra, ele caminhou até a cama e se sentou ao meu lado, segurando minha mão. Seu toque era suave e reconfortante.

M- Richard, eu sinto tanto...
Consegui dizer entre soluços.Ele apertou minha mão com firmeza e deixou uma lágrima escorrer por seu rosto.
R- Eu também, my hermosa . Eu também...

Percebi que Veiga estava parado na porta, observando-nos. Seus olhos tinham uma expressão de tristeza profunda. Ele havia perdido o sobrinho ou sobrinha que tanto esperava. Pedro e eu éramos muito ligados desde crianças, e essa dor era compartilhada por ele também.

Ra- Vamos enfrentar isso juntos, Maya. Somos uma família, e vamos superar essa tragédia juntos.

Eu sorri fraco, gratidão preenchendo meu coração por ter esses homens incríveis ao meu lado. Eles eram meu apoio, minha razão para continuar em meio a tanta dor.

Passaram-se dias e semanas, e, aos poucos, fui encontrando forças para seguir em frente. O amor incondicional de Richard e Raphael me sustentava, mesmo nos momentos mais sombrios. Eu sentia uma gratidão profunda por tê-los em minha vida.

Embora a dor da perda do nosso bebê nunca desaparecesse completamente, encontrei conforto em saber que não estava sozinha. Richard e Raphael estavam sempre ali, cuidando de mim.

My Hermosa  - Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora