Cinquenta- Cinto

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Alguns meses depois
Quase 1 ano.

— Corre corre corre - Mitsuya gritava para uma das modelos e eu observava enquanto entrava no evento, eles ainda não me viram, como o movimento aqui é corrido, entra e sai grande, Hakai olha para trás me vendo e arregala os olhos quando me vê.

— Você realmente veio — ele correu para me abraçar e eu abri um sorriso. — YUZUHA vem aqui — ele grita a irmã.

— Quando eu te enviei o convite não achei que você viria mesmo. — Mitsuya fala vindo me abraçar. — Te enviei duas proposta de trabalho e você recusou todas, me diz que agora vai voltar a ser modelo. — balanço a cabeça lentamente engolindo o sorriso e Mitsuya revira os olhos.

— Eu sinceramente estou bem com tudo que está acontecendo no momento ! — falo e Mitsuya me olha.

— Até em relação .. — o corto.

— Com ele eu nunca vou ficar curada, ele levou uma parte de mim que eu nunca vou recuperar — ele concorda com a cabeça — Mas eu tive que aprender a lidar com a situação !

Não demorou nada para Yuzuha aparecer, ela continua linda como sempre. Ela corre até mim e me abraça. Desde que Kokonoi se foi, eu fui embora, queria ficar sozinha, ainda quero, só voltei por conta do Mitsuya. Mas o foda que tudo me lembra ele. O lugar, o cheiro, já faz quase um ano. Depois do enterro eu simplesmente decidi ir embora, comprei passagem de ônibus e então sai por aí. Inclusive minha passagem para essa noite.

Yuzuha me leva para onde ia ser o desfile e nos duas nos sentamos, e eu pego uma taça de champanhe e assisto as modelos começar a caminhar mostrando todas as roupas da coleção incrível de Mitsuya. Ele me convidou duas vezes para ser uma das modelos. Eu achei que depois do hospital minha carreira de modelo tinha acabado por causa da cicatriz, mas não, quem encerrou minha carreira fui eu mesmo. E também não falo com a minha mãe quase um ano.

O advogado do Kokonoi tentou entrar em contato comigo falando que tinha uma coisa para me entregar porém eu também não o ouvi, sei que o Kokonoi deixou todo o dinheiro para mim, estou usando para viajar, para me manter distante de tudo o que me lembra dele. Também fiz uma tatuagem na cicatriz com intuito de olhar não espelho e não lembrar da porra daquela noite.

— Então .. a filha da Emma é a coisa mais linda — Yuzuha murmura — Podemos ir ver ela depois do desfile.

— Sim, podemos .. — não falei que iria embora hoje.

— Talvez depois podemos ir em uma balada ? Comemorar que você voltou ? Que tal. — como acabei de dizer.

Não vim com a intenção nenhuma de ficar, queria me sentir em casa ou superar que ele se foi. Mas para mim realmente é difícil, difícil lidar com essa situação de a cada esquina eu lembrar dele. Saber que ele morava tão perto mas ele não tá aqui para me abraçar ou me amar. Eu sempre fui uma pessoa sozinha, sempre aprendi a lidar com tudo. Mas eu não sei lidar com o fato de ser deixada, claro que não foi opção. Talvez eu devesse ficar brava com Deus ? Eu já cansei de sentir raiva do Kokonoi por isso. Mas ninguém pode me chamar de fraca por ir embora, foi a melhor saída que achei para conseguir esquecer ele. O que não adiantou nada.

Depois que o desfile acabou voltamos para a área de festas, vejo todos que trabalhavam com ele aqui menos o Inui, não sei se ele vai vir. Haitanis assumiram as empresas de Koko e metade de tudo vem para a minha conta. Meu celular vibra com uma mensagem do Inui .. perguntando se eu estava aqui mesmo. Pretendo ver ele, viro meu copo de champanhe quando alguém se aproxima de mim, Hanma .. eu lembro dele vagamente.

— [nome] quanto tempo .. — descanso murmura tirando um cigarro do bolso.

— Desde o parque .. — abaixo minha cabeça ao falar.

I wanna F*ck you | Hajime KokonoiOnde histórias criam vida. Descubra agora