T r i n t a

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[Nᴏᴍᴇ]

— O que aconteceu ? — Kokonoi pergunta enquanto estou sentada no banco do passageiro encarando a paisagem e ele ao meu lado.

— Você poderia parar no aeroporto por favor ? - pergunto vendo o olhar do motorista parando Kokonoi.

— Senhor ? - ele pergunta para o Kokonoi e eu cerro os dentes.

— Não é senhor! - digo irritada - Ele não manda em mim e se eu estou pedindo para me deixar no aeroporto.

— Isso é por que eu estava falando com uma mulher ? - o encaro - Ou porque você está ficando com outro cara ?

— Eu ficando com outro cara ? - falo irônica - Por quê eu ganhei um buquê de flores que não foi você ? Me poupe.

— Por quê está estranha então ? - ele segura meu maxilar me fazendo o encarar. - Eu aluguei um hotel para nós comem.. - o interrompo.

— Não estou no clima para isso ! - digo tirando a mão dele do meu rosto.

— Leve a gente pro jatinho por favor! - ele fala e me olha - Vou te deixar na sua casa.

Não respondi nada, apenas acenei com a cabeça e segurei a vontade de chorar, me encolhi no banco e fiquei ali olhando a paisagem passando. Lembrando do que aconteceu, como aquilo se torno o pior dia da minha vida, quando deveria ter sido o melhor ?

Tudo por conta de que eu estou com um cara, porém Kallie estava certa, nos dois não combinávamos, eu não sou o padrão dele. Ele colocou a mão na minha coxa e meu corpo estremeceu! Claro que ele estava percebendo algo. Não olho nem para ele e não tiro sua mão.

Meu celular começa a tocar no bolso da minha calça e eu o pego sentindo o olhar do Kokonoi em mim, era minha mãe.

— Oi mãe ! - murmuro baixo com a voz embargada.

— Como foi o desfile em ? - ela fala empolgada e eu sinto as lágrimas queimarem nos meus olhos.

— Foi bom! - sinto a lágrima escorrer nos meus olhos e tento não falar com a voz trêmula. - Depois a gente se fala tá ?

— Por quê você está chorando ? - ela pergunta e eu olho de canto pro Kokonoi e ele me olha bravo. — [Nome] está acontecendo algo ? Você está bem ?

— Estou bem. - limpo a lágrima rápido - Quando eu chegar em casa a gente conversa pode ser ?

Desligo o celular, segurando com força, e volto a me encolher no banco. Evito a todo o custo não olhar para ele, sei que ele não tem culpa, mas todos estão certo.

Essa nossa relação não vai dar certo. Caminho um silêncio, apenas o som do carro e o ar condicionado. Eu estava com frio, então me encolhi mais e fechei meus olhos. Eu só queria que esse dia deixasse de existir.

Abro meus olhos, tudo escuro, excerto a luz de emergência do jatinho, já estávamos decolando. Olho para o lado e para outro não vendo o Kokonoi. Me sento, coçando meu olho e me levanto, também estava sem sapatos. Caminho o chamando mas nada. Mas quando ia abrir a porta, ouvi sua risada.

— Tudo bem! Quando eu deixar ela na casa dela eu passo para te buscar! - ele fala baixo mas perfeitamente audível.

Só engulo em seco, e caminho de volta para o meu lugar. Minha respiração está um pouco alterada. Coloco a mão em cima do meu coração e fecho meus olhos respirando fundo, eu estava bem e tudo ia ficar bem.

Estava sem sono, então apenas fiquei olhando pela janela, coloquei uma música no meu fone de ouvido e deixei tocar. Quando eu vi o flash de luz que a porta tinha sido aberto, imagino que tenha sido ele.

I wanna F*ck you | Hajime KokonoiOnde histórias criam vida. Descubra agora