CINQUENTA- QUATRO

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                                [NOME]

Ai - foi a primeira coisa que saiu do meus lábios, abro meus olhos lentamente e sinto como se a alma tivesse voltando para o meu corpo agora.  Como se tivesse acordado de um coma. Tivesse um pesadelo ruim. Olho para o lado vendo um copo plástico. Com esforço me sento na cama, estico meu braço e pego a água. Parecia que meu corpo não sabia o que era água a muito tempo. Antes de virar o líquido, olhei na minha mão e tem duas agulhas, sigo a linha com o líquido e vendo as duas bolsas com talvez soro ? Eu lembro que eu perdi muito sangue por conta da brincadeira de Akane.

O líquido gelado em contato com a minha garganta seca, parece que estou anos sem tomar água. Tomo todo o líquido, sentindo meu corpo querer mais, meu Deus parece que dormi por dias, anos. Meu celular não está por perto, quero ligar para o Kokonoi, ou melhor eu quero ver ele, ele não deve estar em um quarto tao longe, eu lembro de poucas coisas antes de eu desmaiar, eu lembro da faca, Akane .. Inui matando a irmã porque ela tentou matar o Kokonoi. Meu Jesus. Pelo menos acabou com Akane, não precisamos mais nos preocupar. Respiro aliviada porque agora Koko e eu podemos agora viver. Olho para minha perna e na hora eu sinto o desânimo batendo em mim. Porque eu sei que esses pontos que liga do meu joelho quase na minha bunda, é o fim da minha carreira como modelo, porque no mundo da moda.. mas mesmo sendo meu sonho ser uma modelo extremamente famosa, eu estou feliz de ter chegado até aqui, porque agora minha vida vai tomar outro percurso.

Mas também está na hora de parar, talvez eu devesse da oportunidade sobre ser mãe ? Quem sabe né ! Suspiro e tento me levantar, me olho do espelho e estou tão pálida Jesus. Caminho até a saída do quarto abro a porta mas minha perna falha e eu sinto meu corpo indo para o chão. Quando sinto pares de mão me segurando.

— Opa — a voz doce do Inui — acho que você precisa de cadeiras de rodas

— Inui — falo porém não consigo encaro.

— Como você está ? — pergunta — você dormiu por um dia completo ! — ele fala sorrindo mas logo some o sorriso.

— Preciso ver ele — respondo e Inui me pega no colo. — Inui ? — o chamo quando ele entra de volta no quarto comigo.

— Precisamos conversar — ele me coloca na cama e puxa uma cadeira sentando ao meu lado, seus olhos claros encontram o meu — Quando chegamos ..

— Não ! — viro a casa imediatamente e sentindo a lágrima arder no meu olho — Eu sei o que você vai falar.

— Eu sinto muito ! — Inui fala com a voz de quem tá segurando o choro — 'Une autre vie' ele mandou te dizer isso.

— Quando ? — pergunto

— Quando a ambulância chegou, tentaram reanimar ele, mas não conseguiu — Inui começa a chorar — Você tinha desmaiado e sinto muito não queria estar te dando a porra dessa notícia, ele era meu irmão.

Você pode me levar até ele por favor ? — pergunto e em seguida que ele ergue o olhar para mim o puxo para um abraço — Eu ..

Seguro o choro enquanto vejo Inui levantar e sair do quarto, não demora para ele volta com uma cadeira de rodas, ele me ajuda a sentar e então me tira do quarto. Em silêncio paramos em frente ao elevador, quando a porta de metal abre, nos dois entramos. Fecho meus olhos segurando minhas lágrimas. Quando chegamos no subsolo o vento gelado e a pouca iluminação, eu sabia aonde estávamos, o cheiro de morte. Eu sabia bem aonde eu estava. Puta merda. Entramos em uma sala e uma mesa coberta com um pano branco, as luzes piscando.

Inui para cadeira em frente a mesa de metal aonde tinha um corpo. Inui sai da sala em seguida me deixando sozinha. Com as mãos trêmulas, puxo o lençol e minha respiração falha e eu mordo meus lábios quando vejo o Kokonoi ali. Seu cabelo todo jogado para o lado, ainda com os brincos, sua pele branca e sua boca branca também. Ele está sem camiseta. Meus dedos encostam em seu peito e quando sinto sua pele fria ao meu toque minha respiração falha e as lágrimas começam a cair.

— Une autre vie — deixo escapar — Isso não tá acontecendo né ? Abre os olhos, por favor, me fala que isso é uma brincadeira na qual você está me zoando como de costume.

— Kokonoi por favor abre os olhos amor — olho de um lado para o outro — Eu prometo que vamos ter filhos ou se você quiser casar, eu faço qualquer coisa, só abre os olhos. — limpo minhas lágrimas — Você me prometeu que íamos casar, que íamos ter filhos, você me prometeu me amar, prometeu cuida de mim, isso não é justo comigo porra, abre os olhos — quase grito — Não me deixa aqui, não me deixa assim, você não pode me dá a porra da vida e tirar ela de mim entendeu ? Eu nunca vou te perdoar por você está me deixando.

— Acorda por favor — falo em soluço e escuto a porta abrindo — Você não pode me deixa entendeu, você não pode me deixa assim, você prometeu a porra da vida para mim Kokonoi.

— [Nome] — sinto meu corpo sendo puxando quando eu estava chacoalhando o corpo dele — Vem comigo.

— Não .. eu não terminei — Inui para de me puxar e eu volto minha mão para o peito dele — Você me prometeu a vida, você lembra ? Você me deu os melhores sorrisos, as melhores respiradas, a alegria ao sentir seu corpo quente no meu, o privilégio de sentir seu cheiro e sentir seu beijo. O privilégio de me fazer me sentir tão amada, tão valorizada. Por você ter colocado sua vida na frente da minha e por isso você está deitado aqui. — me abaixo perto do ouvido dele — Eu nunca vou te perdoar — falo chorando — Eu nunca vou te perdoar por você me fazer te amar e me deixar. — os soluço aumenta e meu desespero também — Abre a porra dos olhos.

— Chega — Inui me puxa e eu o abraço chorando em seu ombro enquanto ele se afasta do Kokonoi.

Quando a porta fechou foi como se meu coração tivesse quebrado totalmente, eu não fazia ideia de como os capítulos da minha vida ia continuar, eu não sabia como eu ia seguir minha vida.

O Kokonoi se foi, e junto levou meu coração com ele. Porque sinceramente eu estou morta junto.

I wanna F*ck you | Hajime KokonoiOnde histórias criam vida. Descubra agora