Embora o ambiente da Fórmula 1 não fosse o lugar mais machista no mundo dos esportes, ainda sim era difícil ser mulher e trabalhar nesse meio, ainda mais como engenheira mecânica.
Porém, Allana, nunca abaixou a cabeça pra ninguém além de sua mãe. E...
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GP da França, Le Castellet • 20/06/2021 | Narração: Max Verstappen
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Os repórteres estavam insuportáveis, tinha muita câmera em cima da gente. Já é assim todos os fins de semana, mas hoje estava pior. Olhei pra Allana e ela também me olhou, e pela a sua expressão ela deve está tão incomodada como eu.
Arthur segurava as nossas mãos com firmezas, seu olhar era firme no chão, ele estava desconfortável com tantas perguntas. Compreensível, ele é apenas uma criança. Até nós adultos ficamos cheios de estresses por causa das câmeras, imagina ele.
Bufei. Aposto que vazou alguma coisa na internet, o que é péssimo. Eis a questão, tem alguma fofoca minha, da Allana ou de nós dois por aí, agora pra saber qual.
Mas que belo dia dos pais.
Entramos no motorhome e Arthur soltou a minha mão, abraçando as pernas de Allana. Peguei a sua mochila do seu desenho favorito, chega até ser piada eu ter decorado o nome de todos os personagens de PJ Masks.
Allana deixou a enorme bolsa no chão e trouxe Arthur para o seu colo, que logo deitou sua cabeça no ombro de sua mãe. Me aproximei e tirei seus cabelos da sua testa.
— Tudo bem, carinha? — Perguntei.
— Estou tonto. — Fechou e abriu os olhos devagar. — Mamãe, perguntaram se era verdade a notícia. — Fez desenhos imaginários no braço de Allana.
— Notícia? — Allana olhou pra mim. Eu não estou sabendo de nada. Não pego o celular desde ontem.
— É. — Levantou a cabeça. — A tia Ada chega logo?
— Ela já chegou. — Olhamos para a porta do motorhome e ela entrava.
— Oi, casal vinte. Reunião depois da corrida, lindinha. — Lhe entreguei a mochila do Arthur. — Não entre no Instagram, nem no Google, não pegue seu celular hoje. Pelo menos não até a corrida acabar.
— Ada, é grave? — Perguntou e a afro-brasileira acenou com a cabeça. — Puta merda.
