029: 𝓞 que vem depois de uma seção de estudos com um final inesperado?
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EXISTEM CERTAS COISAS NA VIDA as quais nós não nos orgulhamos de ter feito. Para a minha mãe é, quando na adolescência, ter trocado o meu pai por um canadense que veio de intercâmbio ao seu colégio; Yunjin diz que hoje em dia não teria mais quebrado a guitarra do ex cunhado ao descobrir que ele traiu sua irmã; Para Jeongin, o seu maior arrependimento deve ter sido a época em que nos distanciamos. Quanto a mim, não tenho orgulho de ter demorado tanto para ouvir o meu coração.
"E eu também sinto a sua (falta), Minho". Caramba, como demorei para admitir. Na verdade, talvez o problema aqui não tenha sido a falta de orgulho e sim o excesso.
Temos um passado complicado, coisas que são difíceis de se apagar. Este sentimento me deixa inquieta, confusa. Sinto sua falta, quero poder ser sua amiga, mas, ao mesmo tempo, é difícil deixar tudo para trás. Eu quero poder confiar nele, mas sinto medo de que esteja me enganando novamente; quero chamá-lo de amigo, mas há uma parte de mim que duvida que algum dia sejamos mesmo isso.
Ele me dá suporte para andar, entregando seus ombros e corpo como apoio; eu aceito sua ajuda, mas minha mente não consegue deixar de imaginar cenários em que ele pode acabar me largando, me machucando porquê estou indefesa. O mesmo acontece com o meu coração.
Quero deixar tudo para trás, tentar novamente esta amizade de forma clara e verdadeira. É difícil, porque no meu coração sempre vai ficar a dúvida. "Será que ele está sendo honesto comigo?"
— Chegamos, é aqui. — eu digo assim que paramos em frente à minha casa.
Apoio o pé machucado no chão, agora consigo andar sozinha. Estou em casa.
Vou na frente, afinal, é o meu lar. Caminho com os meus próprios pés, dou os passos necessários até a porta de entrada, mas paro em frente à fechadura eletrônica. Deslizo os dedos na tela, meus dedos pousam um centímetro acima das teclas, mas não digitam senha alguma. Eu hesito.
Era tudo mais leve antes, mesmo com as brigas bobas e a mentira. Então, desta vez, eu resolvo culpar a mim mesma por acreditar em mais uma mentira, a de que a nossa amizade pode funcionar. Eu não posso me fechar para sempre, não posso viver no passado. Minho merece uma segunda chance, talvez esta nossa relação também mereça. Se eu estiver acreditando em uma mentira novamente, desta vez não poderei culpar ele, pois foi uma escolha minha.
Eu abro a porta, deixo Minho entrar.
— Obrigado. — ele agradece.
Os calçados ficam na sapateira antes mesmo que possamos entrar de verdade em casa, assim como é o costume em toda família. Os primeiros passos são os mais cautelosos, analisando cada pisada como se um passo em falso pudesse acabar com tudo. O verdadeiro motivo: estou a procura de Oh Hongjoo.
