020: 𝓞 que vem depois de a ovelha voltar para o rebanho?
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
PROCURO NÃO OCUPAR MINHA mente com pensamentos sobre a conversa que tive com Lee Minho. Volto direto para a enfermaria, isso é bem mais importante agora.
Somos apenas Lia e eu na sala, as outras ainda não retornaram. Vejo Jang Wonyoung ainda desacordada na maca, assim como estava quando saímos, mas agora tomando soro na veia; dormindo, não mais desmaiada.
Embora ela esteja sendo bem cuidada aqui, eu não me sinto aliviada. A sensação que fica vendo-a assim novamente tem nome, é angustia.
Sento-me junto da Choi, na cama vazia ao lado da "Bela Adormecida" (eu brinco, mas agora não é hora para isso). Deito a minha cabeça sobre o ombro alheio, procurando por algum lugar de conforto no meio de tanto caos. Parece que tudo acontece ao mesmo tempo, sem que me sobre algum para respirar. Perco o fôlego, por isso respiro fundo enquanto observo a nossa amiga em descanso. Ela parece um pouco melhor agora, com mais vida no seu rosto, sem tanta palidez.
- Como a enfermeira conseguiu colocar o soro com ela dormindo? - faço uma pergunta para a amiga acordada. Fico ansiosa, procuro algo para matar o tempo. - Não precisa, tipo, fechar a mão com força para a veia ficar visível?
- E você acha que eu fiquei olhando? - ela me devolve com outra pergunta. - Não posso nem ver uma agulha que minha ansiedade ataca.
É verdade, Jisu odeia agulhas. Recordo da vez que teve uma campanha de vacinação no colégio, quando foi a vez dela, Lia sumiu de repente. Quando a encontramos, ela já estava em casa. A garota simplesmente pulou o muro do colégio e fugiu, apenas para não ter que tomar a vacina sem a companhia da sua mãe.
Devo confessar que eu também não sou uma grande entusiasta de agulhas. Odeio ser furada e sangue, não posso olhar que tenho agonia. É por essa e outras razões que eu tenho certeza de que não vou me dar bem no curso de medicina, mas isso é assunto para outra hora. Um problema de cada vez.
- Você não consegue nem olhar para uma agulha e mesmo assim continua aqui, foi você quem tomou a frente e ficou responsável por ela. - eu tiro a cabeça do ombro alheio para olhar no rosto dela. - Mesmo morrendo de medo de hospital, médicos, agulhas e tudo, você está aqui cuidando dela.
- Quando vocês estão em perigo, eu não tenho tempo para pensar nos meus medos! - ela exclama, abraçando meu pescoço e encostando a cabeça na minha.
- Nós temos sorte, você é a melhor amiga que alguém poderia ter, Lia.
Tem muitas coisas incertas sobre o mundo que nos cerca, eu possuo tantas dúvidas, em tantos aspectos da vida, que não consigo contar nos dedos, mas disso eu tenho absoluta certeza, estou perfeitamente convicta de que é a melhor.