Ardente 13 [ Jikook ]

Capítulo 6

"Tua boca é isqueiro e meu corpo um barril de pólvora".

A festa, parte 1.

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<< Jungkook >>

No antro de minha insônia eu penso em você. Em quando você se deita, apaga as luzes, e a constelação fosforescente das estrelas de teu quarto invadem o cômodo. Da mesma forma, eu deito, apago as luzes, e um clarão invade o cômodo pela brecha da janela mal fechada. É uma dicotomia essencialmente marcada pela distância. Um trecho simples, superavel. Mas ainda
assim, capaz de fomentar em mim, saudades inimagináveis.

Eu me perco na imensidão de suas demonstrações mais profundas de dominador, como se eu fosse o próprio banhista que suscita Heráclito, mas caísse sempre no mesmo rio e nadasse até chegar cada vez mais fundo. Somos essencialmente mutáveis, mas nossa essência de casal que não se beija é um vazio que incomoda, mas que se tem por inteiro, é fixa, prática, estática. Meu rio, meu mar, oceano, ilha e arquipélago.

Jimin é tudo além do que eu sou capaz de definir. Seus detalhes aspiram em mim, os nados mais profundos no âmago do seu ser. Quero conhecer muito além do que ele é capaz de compreender.

O que te move, Jimin? O que te anima em dias mais vazios? Amor, felicidade, tristeza, instinto...? Perguntas, ainda sem respostas. Reconheço a fluidez dos casos matinais, a correnteza de rios rasos e a passagem da vida pelos desejos acumulados. Eu quero sentir, então a gente aproveita cada nado que fazemos nesse rio. Agora que estou aprendendo a nadar, tudo me torna experiente o suficiente pra saber que só sei nadar com você.

Se você me guia, eu sou sei guia. Como um alívio de meus dias, eu te trago pros sons mais relaxantes possíveis que me permitam respirar. Você toca para mim, eu danço a música que só você sabe tocar.
E no interior dos meus sonhos eu penso em você... é quando eu te sinto deitar ao meu lado, a cama é fria, teu corpo, quente. Você toca em meu corpo e meus arrepios são ocasionais. Eu sinto teu abraço, de quem protege e só quer dormir bem, é aí que nós dormimos entrelaçados.

Mas quando eu acordo sozinho, me vem o desejo gritante de te ter. E com o conforto que somente um travesseiro é capaz de me proporcionar na tua ausência, eu imagino milhões de coisas. Onde está você agora, além de aqui, dentro de mim? Meu pensamento te busca, como um GPS farejando o destino.

Ahh... você suscita em mim o desejo que somente deuses seriam capazes de alcançar. A pura ataraxia aristotélica. Meus medos encaixotados dormem enquanto teu beijo em minha pele, me trás pra
superfície das constelações do teu quarto, onde eu queria morar.

É dentro de você, onde reside a incógnita de tudo. Exatamente agora, você me fez ter a sensação desarmada de uma manhã em teus braços, depois de uma.noite quente de prazer, onde pude sentir mais que a carne tremendo com a possessividade que seu corpo tomava o meu; mas pude sentir a satisfação de tocá-lo como eu almejava, e isso me fez ter os melhores orgasmos da minha vida, me desprendendo em suor e lágrimas de prazer.

Nunca a inconstância foi tanta pra nós. Mas também, nunca foi tão bom sentir isso e saber que apesar de um contrato, existe, um nós. Eu lembro de olhar bem em seus olhos enquanto me tocava. É quando eu te admiro. Então, imagino você saindo do estado implacável, para o romântico. Do frio e calculista, para o sensível e apaixonado. Do cheio de regras, para o despojado e livre.

É inegável que me tem, que me prende, que me enfraquece, que me domina. Que seus medos agora são os meus. O que o move em seus dias mais vazios move a mim. É tudo sobre o que sinto e quero faze-lo sentir também. Sobre como a vida é melhor quando não estamos longe. É tudo sobre o que você faz em mim. O Submisso que deixei guardadinho pra reconhecer somente em você, a dominação plena. A nossa conexão de quem se deseja e admite, escreve, declama, toca e sempre, no fim, só quer isso... Só quer sentir, só quer se pertencer.