Ardente 13 [ Jikook ]

Prólogo

Posso resumir em três palavras o que aprendi sobre a vida: "a vida continua".

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Birmingham Inglaterra
Anos atrás...

<< Jimin >>

O tempo estava frio e amargo. As folhas de outono voavam de um lado para outro sem destino. O céu em nuvens cinzas e carregadas de chuva, alertava sobre as gotas que desabariam em breve.

As árvores se moviam se inclinando como se fossem tombar; o silêncio era insuportável em agonia sufocante de sentir. Tudo estava passando como em um filme, só que lento, doloroso e cortante.

As pessoas estavam em volta dos dois caixões em um ritual famíliar, que para mim, não tinha significado algum, porque quem estava dentro deles, eram os meus pais.

Uma viagem rotineira e um acidente trágico, tirou eles de mim. Minhas lágrimas molhavam minha face miúda, o gosto salgado delas entravam em minha boca, era uma sensação aterrorizante.

Eu não os veria mais. Não os sentiria mais. Não mais...

A morte é algo difícil e chocante, mas inexoravelmente um dia ela baterá à porta; não sabemos a hora e o dia, se virá de forma repentina ou antecedida de prolongado período de sofrimento. Ao nascermos a única certeza, um dia haveremos de morrer. Quanto mais amada e admirada a pessoa tiver sido em vida mais doloroso o sentimento de pesar e saudade dos que ficam.

O luto e a tristeza fazem parte da última despedida, pois não somos robôs insensíveis, mas pessoas providas de almas. Mais a dor intensificou, quando os caixões fechados, desceram ao fundo das covas, cada vez mais distante eles iam sumindo; meu coração arrebatado por uma solidão e saudade misturados, me diziam o tempo todo; eles não voltam mais.

Me aproximo das covas, e em um ato de um último adeus, jogo uma rosa branca em cada uma. - Adeus papai, adeus mamãe.

- Jimin venha, precisamos ir, vai chover. - Sra. Bo-Young, minha avó paterna me chamava.

As primeiras gotas começaram a cair como cristais, senti cada uma levemente em minha pele e olhei para o céu. Parecia que ele também estava chorando.

Me viro na direção da pequena tenda montada e sigo até os poucos parentes que se escondiam da chuva.

E assim, tudo ficou para trás.

Dias depois...

- Você precisa se alimentar, sua saúde ficará frágil, menino Jimin. - Frida, a governanta que acompanhou meus pais por anos, falava tentando me convencer.

- Estou sem fome.

- Meu menino, coma ao menos um pouco; sua avó vai me matar, se souber que se recusou.

Frida me chamava de menino desde que eu era um bebê. Ela só não podia falar assim na frente da minha avó, que achava um absurdo tamanha intimidade.

- Olha, consegui todos as revistas em quadrinhos que me pediu, quando terminar de ler, coloque-os na caixa de brinquedos ao lado da cama, para que Sra. Bo-Young, não veja.

- Está bem, nina.

Como um pouco da comida e subo para meu quarto. Mas batidas na porta me alertam que algo vai acontecer.

- Jimin? - minha avó me chama assim entra, acompanhada de um homem muito elegante que segurava uma pasta na mão.

- Sim, vovó.