⭃ Em meio a cicatrizes recentes, Zoe, uma mulher resiliente, confronta traumas pessoais enquanto tenta reconstruir sua vida.
Contudo, seu mundo se complica quando um colega de trabalho, Andrew, revela uma obsessão doentia por ela. Enquanto Zoe luta...
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E agora?
Dei uma de louca pra cima do Andrew, meu chefe está obcecado por mim, minha irmã está em coma e só deus sabe onde Austria está.
Eu fui andando até minha casa com gosto de sangue na língua e meu gato nos braços, fraco. Não sei dizer qual de nós dois está mais sem forças agora, tenho certeza que se colocasse as mãos nos guidões daquela moto eu iria acabar virando ela na frente de um caminhão... talvez propositalmente.
Confesso que não queria ir pra casa, pois constantemente a cena de Andrew atacando Zach tem se repetido na minha cabeça como o looping de uma cena perturbante me atormentando. E se não me engano seu sangue seco ainda deve estar no chão da minha sala.
"Minha menininha já está virando uma mulher."
Então por que ainda me sinto como uma menininha, pai? Eu não quero ser uma mulher, eu quero ser uma sua menininha e nunca mais sair dos seus braços, quero acordar todo dia com suas risadas gostosas vindo da cozinha com suas piadas idiotas que faziam meu coração derreter, suas ameças de morte toda vez que um menino sequer respirava perto de mim.
Por que me deixou num momento como esse? E pra piorar toda vez que olhos pros olhos verdes de Max eu só consigo ver você neles, e "te" ver tão vulnerável assim e saber que não estava lá quando você se foi faz eu me sentir um monstro.
Pai, eu preciso de você...
Cheguei a porta de casa e ela estava aberta, óbvio, nas últimas vezes que vim aqui a última coisa que pensei foi na fechadura da porta. Quando entrei tudo que vi foi o sangue seco de Zach no chão assim como havia imaginado, e ao olhar pra parede próxima tudo que vi foi Andrew me prendendo contra ela. Foda-se, a última coisa que preciso pensar agora é em Andrew é sua toxicidade.
Mas Deus, por que eu sinto que preciso dele? Por que me sinto culpada por ter dito aquilo a ele? Por que lembrar do seu rosto abalado faz meu peito apertar? A mágoa dele não dever doer em mim.
Max estava vivo, isso era óbvio, mas pelo o que parece ele está fraco pela falta de cuidado daquele filho da puta, que nem se quer se importou de alimentar meu gato. Não deixei ele no chão, o coloquei no sofá e ele se encolheu, fui até a cozinha e peguei um pano e cloro para limpar o sangue no chão. E talvez tentar limpar aquela cena da minha cabeça.
Coloquei um pouco do produto no chão e me ajoelhei esfregando o chão com as duas mãos, o sangue saiu facilmente e graças a Deus não deixou nenhuma mancha. Peguei Max e o coloquei frente ao seu pote de comida, o mesmo comendo freneticamente.
