CAPÍTULO 9

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F E L I P E  A N D R A D E 🌿


A Manuela era símbolo de caos e desastre. Pensando bem, eu sou o desastre. Não sei me expressar e acabo que sendo grosso com todo mundo. Quando se tratava dela, eu pedia totalmente a noção do tempo, das minhas funções e do que eu deveria fazer.

Eu era seu namorado de mentira, e eu não poderia estar de jeito nenhum me apaixonando por ela. Um dia tudo iria acabar, e eu que nunca tive um relacionamento sério, como poderia fazer a mesma feliz? Seria, na minha cabeça, um desastre total, assim como eu sempre imaginei o tenha consciência que poderia acontecer.

Ela não tem noção que através desse homem sério e arrogante, poderia simplesmente jogar tudo pra cima e estar com ela. Mas ela não merecia, ela não me merecia, eu não sou o príncipe que ela precisa ou sempre desejou, e eu estou cansado de sempre tentaram arrancarem o melhor de alguém que não tem como ou não sabe oferecer o melhor.

Eu vou cuidar dela nesses um ano e meio, e darei todo o suporte que ela precisar, mas séria somente isso. Manuela precisa de uma vida e seguir em frente com seu futuro marido.

Olho ela que dormia do meu lado, quase que encima de mim, e vejo o quanto ela merece um futuro importante. Toco de leve em sua testa, tirando seu cabelo de seu rosto. Aliso de leve, ao fazer isso, ela se mexe e faz uma careta e coça a testa. Sorrio e desço ela dormir mais um pouco, indo para a cozinha e tomando um pouco de água percebendo que ia cair um temporal.

— Nossa, parece que vai chover muito, senhor. — Maria fala pondo a mesa.

— Sim, bastante. — me sento.

Começo a comer pensando em tudo que tenho que fazer. Na segunda teria que voltar ao trabalho tendo que deixar a Manuela em casa sozinha. Infelizmente ou felizmente, teria que deixar ela trabalhar na minha empresa depois do que eu disse em relação ao contrato. Não queria deixar isso acontecer, já que ela no meu lado o dia todo é tentado ao meu juízo. Ela me deixa todo desnorteado e eu já não era bom com paciência e ela fazendo fazia eu sair do meu controle.

Vejo uma baixinha descendo devagar com os cabelos bagunçados. Sorri de leve e pedi para que ela sentasse e comesse junto comigo. Ela nem me dá bom dia e começa a devorar tudo que estava na mesa. Como ela comia muito, pra onde ia tudo aquilo? Rir baixinho negando voltando a comer ouvindo a chuva começar a cair lá fora, o que faz a Manuela parar de comer e olhar para a janela imensa que tinha naquela sala. Ela começa a se tremer e eu fico em alerta.

— Manuela? Manuela?! — chamo mais alto fazendo sua atenção se voltar pra mim. — O que houve? Está tudo bem?
Ela nega, mantendo seus olhos em mim, apertando seus dedos.

— Não gosto de chuvas. — diz a muito custo.

— Por que?

— Motivos pessoais. — reviro os olhos. Mulher difícil do cacete!

— Eu posso te ajudar, apenas me diga o que aconteceu. — insisti.

Nisso, um trovão é ouvido bem alto o que faz a Manuela gritar e pedir para deixá-la ir embora, e dizer que alguém tinha matado. Eu não entendi o que tinha acontecido, quem tinha matado quem. Em um movimento vou até ela ficando em sua frente. Ela se afasta, provavelmente por achar que machuca-la. Suspiro segurando em seus braços, trazendo para os meus apertando seu corpo pequeno. Eu estava a abraçando.

Ela apertava minha blusa e sussurrava que alguém tinha matado. Outro trovão é ouvindo fazendo-a se assustar e se enroscar mais no meu corpo soluçando. Pego ela nos braços, levando para nosso quarto enquanto ela tremia. Ao chegar lá, deitamos e eu fico com ela em meu peito que por nenhum momento, deixou a minha blusa.

— Me conte o que aconteceu, Manu. — peço baixinho, sentindo seu olhar sobre mim.

— Manu? — sorri de lado. Porra!

— Um apelido, por causa do seu nome. — me justifiquei.

— Eu gostei.

— Não mude seu foco. — falo firme
Ela deita a cabeça novamente em meu peito, e sei que não me diria nada, então apenas deixei que ela ficasse ali.

— Eu tinha 16 anos quando tudo aconteceu, estava uma tempestade muito grande e eu não sei em que momento eu consegui chegar em casa com aquela chuva. — começou. — estava na casa da minha amiga e no momento que ela me deixou em casa, estava tudo diferente, até o ar da casa estava muito diferente. — ela começou a tremer mais e eu abracei forte. — quando eu cheguei, chamei pela a mamãe, e ela não me respondeu e eu fui a procura dela pela a casa. Ao chegar em próximo ao seu quarto, eu a vi, eu vi ela, Felipe. Ela estava com um faca enfiada em seu peito e deitada na cama. Alguém matou ela enquanto eu estava fora e deixou o corpo dela na cama. — ela terminou já chorando.

Ao ouvir aquela história, eu não consegui ter nenhuma reação

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Ao ouvir aquela história, eu não consegui ter nenhuma reação. A Manuela viu a mãe morta na cama e Isis enquanto estava uma tempestade, como está agora. Engulo em seco e me arrumo mais na cama para ela ficar confortável.

— eu sinto muito. — só consigo falar isso no momento.

— Eu sinto a falta dela. — diz baixinho.

— Eu sei que sente, e ela deve sentir a sua também.

— Eu sei que sim, ela era uma mãe maravilhosa.

— Ninguém vai te machucar, eu não vou deixar isso acontecer. — sussurrei em seu ouvido.

Então ficamos daquele jeitinho. Estamos tão em silêncio, que acabei escutando a respiração dela mais calma, indicando que ela tinha dormindo e isso se deve ao choro que sentiu. Saio de seu aperto, e vou para meu escritório. Teria que saber tudo naquela noite ou algo relacionado a Manuela, quero saber quem foi a pessoa mais próxima dela além de sua mãe.

Quero ajudar ela a se recuperar de seus pesadelos mais sóbrios. Fico horas ali mexendo no computador para encontrar algo mais importante da vida de Manuela, mas não estava conseguindo encontrar nada que me ajudasse. Suspiro me encostando na cadeira, deixando isso um pouco de lado.

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