28 – The Death
Para qualquer pessoa que os olhasse de fora, tudo parecia completamente normal no mundo de Andrew Minyard e Neil Josten, quando os dois desceram as escadas da casa muito grande, diante da proximidade do horário que os outros chegariam.
Quem olhasse para Andrew, jamais imaginaria que ele passou os últimos sessenta e sete minutos rolando pela cama de Neil, enquanto se beijavam como se o mundo fosse acabar na próxima esquina.
Andrew tinha ar de indiferença profunda ao caminhar, certo que ninguém poderia ler seus pensamentos ou que ele finalmente havia empurrado Neil para uma boa decisão.
Amanhã todos estariam falando sobre a morte deles. Sobre o terrível acidente de carro, e caminhão. Isso fazia Andrew se sentir aliviado, de certa forma.
Neil não parecia ser contra a ideia de fugirem juntos, de desaparecerem pelo mundo. Isso provava que ele realmente o queria por perto, e o único inconveniente era transformar Andrew.
Mas ele tinha rotas de escape trilhadas. Se Aaron tinha o dom inútil do autocontrole, se qualquer um insistisse em não transformar Andrew, ele iria apelar para o gêmeo.
Ainda assim, tinha certeza que as pessoas ao redor de Neil o amavam, e pela forma como agiam sobre Andrew, o queriam por perto para cuidar daquele coelho impulsivo e burro.
Stuart faria. Andrew tinha certeza que ele iria ceder, se pedisse.
A linha de raciocínio dele foi quebrada quando uma almofada voou da sala diretamente jogada por Aaron, na cara de Neil. Ele foi acertado em cheio, e Andrew suspirou.
Ele jamais foi capaz de entender como alguém que lia mentes conseguia ser pego de guarda baixa.
Renee dizia que ele só era assim ao redor de Andrew, porque esquecia sua prudência quando olhava para seu humano.
– Para com isso! – Aaron rosnou entre dentes para Neil, e Andrew se virou para o ruivo, soltando um suspiro pesado.
Toda sua intenção de manter a expressão neutra, de forma que ninguém soubesse se ele e seu vampiro conversavam, brigavam ou se espancavam quando estavam sozinhas era completamente destruído pelo sorriso aberto e eufórico de Neil ao descer as escadas ao lado do namorado.
A expressão de nojo no rosto de Aaron era engraçada, e Andrew suspirou ao imaginar como seria viver a eternidade com aqueles dois se odiando.
– Então... porque acidente de caminhão? Isso é tão mais complicado de resolver – Matt murmurou, e todos se viraram para ele.
– Caminhão?
– Nos vejo falsificando um acidente de caminhão amanhã – Matt disse cuidadoso – Depois da aula. Vocês...?
– Vamos lidar com a bagunça dos Moriyamas e Riko. Tirar Andrew de circulação é o primeiro passo – Neil respondeu com seriedade, os dedos procurando pelos do humano ao seu lado.
– Onde vamos achar não um, mas dois corpos de caras do tamanho deles? – Allison questionou com um suspiro, e Andrew fechou a expressão, insultado.
– De repente achamos o corpo de alguma criança em algum cemitério.
– Ou podemos pegar um corpo grande e dividir ao meio – Seth disse, preguiçoso. A expressão de Aaron era de horror.
– Se o carro explodir, não vamos precisar de corpos. Apenas DNA e uma boa história – Dan decidiu, contrariando a ideia de encontrar corpos de pessoas mortas para aquilo.
– Ainda precisamos de ossos – Andrew e Neil disseram juntos, e Matt assentiu.
– Vou decidir o que fazer. Wymack em menos de cinco minutos chega.
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Canção da Morte || ANDREIL
FanfictionNeil Josten jamais deveria ter cedido; Quando percebeu que a pura existência de Andrew colocava a si, e sua família em risco, deveria ter sido maduro o suficiente para resolver aquilo da maneira mais simples. Era imortal, e a imortalidade deveria si...