Nocturne

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Boooa noite!

Hey, meu livro 'Antagonismo' está concorrendo em uma premiação, poderiam votar nele? Estou concorrendo em 2 categorias com ele, e mais uma como melhor autora.

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdSYQtemU55wjhrPhoE2SW6VUmQ57CQ_ZLJ4qZSM41RRhpllg/viewform?edit_requested=true

Falando nisso, simplesmente leiam Antagonismo. Está disponível na Amazon, como ebook.

Boa noite, e boa leitura!


29 – Nocturne

Matt, quando era humano, sempre sonhou em viver em uma casinha perto do mar.

Uma casinha simples e pequena, onde houvesse espaço suficiente para ele, uma mulher gentil e duas ou três crianças, onde viveriam em paz, com sossego.

Ele sonhava em acordar cedo, sentar na varanda com uma xícara de café quente e assistir o nascer do sol.

Bem, agora, milhares de anos depois, ele não tinha a maioria dessas coisas.

Nada de casinha na beira do mar. Nada de crianças. Nada de acordar, café e nascer do sol.

Ele tinha uma mulher incrível, que superava toda a expectativa de seus sonhos, mas ele definitivamente e indubitavelmente não tinha se quer um único dia com qualquer coisa próxima de paz e sossego.

Ele viu muito em cima a decisão de Riko de perseguir Andrew, e de invadir a casa deles. Avisou todos os irmãos, e saiu praticamente voando de volta para a casa, sabendo que estava com alguns minutos de atraso.

Sua mente girou, e ele sentiu a visão turvar quando a primeira cena que lhe golpeou foi Andrew morto no chão, e Neil de joelhos, permitindo que Riko o matasse na sequência.

Sim, seu irmão era um merdinha egocêntrico que não saberia viver, literalmente, se perdesse aquele outro merdinha egocêntrico que havia encontrado.

Matt queria encher eles todos de porrada.

A imagem convergiu conforme Riko se aproximou da casa o suficiente para Neil sentí-lo, e empurrar seu humano para dentro de um dos armários. Ele mesmo não parecia saber o que estava fazendo.

Até perceber o perigo que corriam, e entender que poderia perder Andrew, a decisão pareceu quase óbvia demais.

Ele sabia que mesmo que se envolvesse em um confronto físico, isso ainda daria margem para ele tentar alcançar o humano escondido. Neil não sabia se Matt estava a caminho.

Tudo o que ele sabia é que Riko era a pessoa mais egoísta do planeta, e que precisava tirar a atenção dele do fato de que queria matar Andrew.

O que ele poderia querer, além de fazer algo estúpido como isso?

A resposta era simples: Reconhecimento. Poder.

Neil sabia que ele tinha tido essa impressão de ter lhe visto antes, o que só poderia significar que havia estado perto de Nathan. A semelhança nunca os abandonou, embora fosse algo que Neil havia superado atualmente, a ponto de não sentir tanto desprezo pela própria aparência.

O corpo de Neil começou a procurar pelo cutelo antes mesmo dele entender o que fazia, e sua posição havia se tornado completamente deformada pelo fantasma do açougueiro. O corpo dele reagiu de forma instintiva, o que o pegou de surpresa.

Ele nunca pensou que precisaria agir daquela forma novamente, e ainda por cima para proteger alguém. Que haveria mais do que medo cravado em seus ossos, e mais do que vontade de viver vibrando em seu olhar.

Canção da Morte || ANDREIL Onde histórias criam vida. Descubra agora