Cap 2

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(FLASHBACK OFF)

    Enfim, poderia ser pior. A loira sai da casa para ir embora. Vou para meu quarto e pego minhas malas, meu pai me leva até o ponto de ônibus, onde o veículo vem do próprio colégio para buscar seus estudantes.
   Em 20 minutos um ônibus cinza escuro, semelhante a um de viagem para em nossa frente, algumas freiras saíram do ônibus para ajudar com a bagagem, e me levaram para dentro.

-Não faça besteiras, Taylor. - Diz o homem do lado de fora.
Olho para ele com uma expressão de "não fode!".

    O ônibus possui as cortinas vermelhas vinho, como todas estavam fechadas e a parte da frente do motorista formava uma cabine, todo o ônibus tinha um nivel baixo de claridade, eu até gostei, já que tenho astigmatismo e não seria legal lidar com aqueles ônibus de viagem que pareciam ter muitas luzes dentro. Em seguida, o veículo fecha as portas, mas algo rouba minha atenção, vejo uma menina com o cabelo preso dos dois lados, um vestido fofo com uma bota e um moletom aberto de bichinhos, descendo a ladeira do bairro correndo para chegar até o ônibus, junto com uma mulher que parecia ser sua mãe, puxando o seu braço.

-ESPEREM!! FALTOU UMA PESSOA, NÃO VÃO EMBORA AINDA!! - A mulher gritava desesperadamente.

-Essa menina é alternativa, sem dúvidas. - Falo para mim mesma.

     As portas do ônibus se abrem, as freiras saem, ajudam a menina com suas bagagens e ela entra, sentando ao lado de uma dupla que estava atrás de mim, uma garota de óculos, cabelos ruivos e ondulados, com uma calça moletom, uma jaqueta preta de corrida e uma blusa vermelha de gola alta, provavelmente uma Nerd, a garota ao lado dela usava dread, estava com um fone ao redor do pescoço, uma blusa um pouco curta, um moletom rosa e uma calça wide leg branca com um dos lados rasgado.
     Me veio na cabeça um meme Brasileiro que vi no instagram: "sapatonas, eu sinto de longe o cheiro de couro".
    Um tempo depois, comecei a sentir uma sensação estranha, parecia que eu estava sendo observada de novo. Como quando eu morava com meu pai, isso me deixava um pouco confusa, pois haviam algumas pessoas ali, mas eu sabia que era uma das três garotas que estavam atrás de mim.
    O ônibus continuou passando por outros lugares, agora está prestes a subir um garoto com moletom preto e por dentro azul, como se fosse um moletom dupla face. Uma calça jeans preta e um tênis azul. Ele estava muito bravo, dava pra perceber pois, além de seu rosto expressar o seu estresse, ele não parava de gritar.

-EU ME RECUSOOO!!! ME DEIXEM EM PAZ!! EU NÃO VOU PARA ESSA MERDA!! VOCÊS NÃO PODEM FAZER ISSO SÓ POR EU SER GAY, EU NÃO ADMITO ISSO!!! - Esbravejava o garoto.

- Precisava nem comentar, colega, uma voz açucarada dessas ja entregava tudo. - Falo para mim mesmo arrumando meus óculos.

    As freiras que estavam auxiliando no ônibus aos poucos foram tentando acalmar o garoto, que se sentou ao lado da garoto que havia entrado depois de mim.

    Por ultimo passamos em outro ponto, onde havia uma pessoa de óculos, cabelo de franja longa, blusa de mangas longas, um tênis branco e uma calça preta. Essa pessoa no minimo é não binário...mas no maximo, diria que é um garoto trans. Ele se sentou ao meu lado, não me senti na necessidade de puxar conversa, nem mesmo ele.

    Depois do ônibus finalmente estar cheio, passando pela Catedral de Winchester, fomos parar em um parte mais deserta da cidade, havia uma mansão, bem antiga, havia grades ao redor e no centro o portão.
Todos desceram do ônibus e vimos a placa acima do portão.

"Colégio Interno Católico Irmã Dorothy Stang".

                         CONTINUA.

Quem Roubou "Lolita"?Onde histórias criam vida. Descubra agora