Quem Roubou "Lolita"?

POV: KYLE

    Eu nunca fui uma criança normal, na adolescência não foi diferente.
Recentemente fiz 16 anos, e com 15 fui diagnosticada com boderline depois de uma "crise de raiva" que tive no meu antigo colégio em um dos eventos em que todos os alunos eram obrigados a comparecer. Além de ter algumas alucinações, as vezes, enfim.
    Nessa mesma escola comecei a ter um rolo com uma garota alguns meses antes do ocorrido e, até então, meus pais não sabiam.
    Tudo isso levou com que minha mãe descobrisse que eu estava ficando com uma garota, ouvindo uma conversa em particular com minha ficante, onde ela estava tentando me acalmar se declarando pra mim, enquanto minha mãe estava na escola para me acompanhar até a emergência do hospital, junto com a ambulancia que chamaram para mim.
   Ela não é uma pessoa que torce muito pela minha felicidade, nada de tão surpreendente vindo de uma mãe narcisista. Não demorou muito para que ela contasse para meu pai, um homem que não é de tomar muitas atitudes, pode-se dizer que ele é até mesmo submisso a ela em questões de decisões, mesmo sendo separados a muito tempo. Logo minha mãe decidiu me enviar para um colégio católico, com a intenção de que eu fosse purificada e me convertesse ao Deus dela, mesmo sabendo que pratico a arte do paganismo. Talvez tanto esse fato quanto minha orientação romântica tivesse sido motivos que ela juntou para me enviar para um lugar que mais parece uma prisão do que um local que um dia foi uma igreja. Além de panromântica, se ela soubesse que sou uma pessoa não binária, talvez ela me mantesse presa nesse lugar para sempre.