Cap 16

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    A cabeça de Amelie caiu da forca e rolou até seus pés, ela colocou a cabeça de volta no lugar com facilidade, como se fosse um brinquedo de montar.
    Ela nos encarou, fazendo ruídos estranhos, como se fosse um zumbi. De repente, começamos a ouvir as freiras atrás de nós rezar ave maria, aquilo foi o suficiente para irritar Amelie, que apontou para direção da escada, que tinha uma abertura em baixo, sinalizando para nos esconder, parecia que ela queria nos proteger, como se soubesse quem nós somos, então obedecemos.
    Amelie, ainda parada onde estava, fez com que a porta batesse e se trancasse. Todas as freiras estavam ajoelhadas, rezando para expulsar a alma de Amelie, exorcizando-a, como se fosse um demônio. Logo uma das freiras se levantou com um crucifixo em uma mão e com uma água benta na outra, rezando mais alto, em latim, o Salmo 34.

- Júdica Dómine nocéntes me; expúgna impugnántes me.
Confundántur et revereántur quaeréntes ánimam meam.
Avertántur retrórsum et confundántur, cogitántes míhi mála.
Fíant táamquam púlvis ante fáciem vénti: et Ángelus Dómini coárctans eos.
Fiat via illórum ténebrae, et lúbricum: et Ángelus Dómini pérsequens eos.
Quóniam grátis abscondérunt míhi intéritum láquei sui: supervácue exprobravérunt ánimam meam. - A freira rezava.

   A freira que se aproximava começou a levitar, e logo foi jogada para longe, junto a ela, as outras freiras que estavam ajoelhadas também foram arremessadas em um monte de caixas.
Logo depois a porta do porão destrancou e se abriu, assim que percebemos, subimos correndo as escadas.

- Vamos!! - Segurei a mão de Kyle e corremos até a porta.

    Olhamos para trás quando chegamos perto da porta, Amelie estava lá, apenas acenou para nós com a cabeça, fiz o mesmo, pois entendi o que ela queria.

- Obrigada, Amelie. Nós voltaremos aqui, não se preocupe. - Disse.

   Amelie acenou com a cabeça novamente e desapareceu.
Corremos para as escadas dos andares, não poderíamos arriscar pegar o elevador novamente, fomos para a biblioteca e a turma ainda estava lá.

- O que aconteceu? Um monte de gente tava dizendo que tinha uma garota com o demônio no corpo no banheiro - Mia perguntou preocupada.

- Eles estavam falando de mim, tive uma crise de raiva, a carta de suicidio de Amelie me deu gatilho. Alguém viu a situação, uma aluna, e reportou a diretoria e algumas freiras que não nos receberam na entrada do colégio foram correndo até lá, elas ficam na própria diretoria. - Kyle explicava ofegante.

- Elas tentaram nos levar para o porão, provavelmente iriam nos exorcizar. Fui envolvida pois tomei a frente para defender Kyle. Chegando lá, o espirito de Amelie estava enforcado no centro do porão, ela nos ajudou a fugir, mas quer que a gente volte lá. - Expliquei ofegante.

   O pessoal nos olhou chocados com a situação.

- Amelie? A da carta e da foto que vimos a um tempo? - Oliver perguntava ainda absorvendo as informações.

- Por acaso a gente sabe da existência de outra? - Joe pergunta.

- Gente, foco. - Disse Darcy.

- Okay okay. Como nos vamos nos comunicar com ela? Ela nem sequer fala! - Kyle comenta.

- Se ela não fala, como Taylor sabe que ela queria que vocês voltassem lá e como vocês vão se comunicar com um espirito que não fala? - Mia pergunta.

- Eu senti, mas não se preocupem, eu sei como me comunicar com ela. - Digo.

- Vocês esconderam o livro? - Kyle pergunta.

- Ótimo, estão com as cartas e as fotos? - Pergunto.

- Sim, achamos que poderíamos precisar pra alguma coisa. - Mia diz.

- E vamos. - Confirmo.

- O que você tem em mente? - Mia pergunta.

- Vamos para o dormitório, explico lá.

    Descemos correndo para o andar 4 e chamamos Joe e Oliver para nosso dormitório.

- Ta..agora explica pra gente, o que você vai aprontar?

- Então, eu sou pagão, bruxo, como vocês prefiram chamar. - Comento.

- Ta falando de harry potter? - Darcy comenta.

- Santa ignorância..- Digo revirando os olhos.

- Taylor ta dizendo que segue a prática espiritual antiga, surgiu antes da igreja católica e foi julgada como demoníaca durante a inquisição, na idade média, quando a igreja continha poder. - Diz Mia.

- Obrigada, Mia.- Agradeço.

- Mas isso não vem tanto ao caso agora. - Falo pegando minha tábua de notebook que tem um tecido costurado numa almofadinha por baixo.

- Começaremos por isso. - Explico.

- Com um suporte de notebook? - Pergunta Joe.

- Não é um simples suporte de notebook. - Abro o ziper do tecido e tiro a tábua de dentro.
- Puta merda..- Diz Mia

- Mas que diabos..? - Disse Oliver.

- Vadia louca..- Disse Joe chocado.

CONTINUA.

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