Capítulo XXX - Cores neons

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POV: LOUIS TOMLINSON

Estou esparramado no sofá, o cigarro entre meus dedos e o pino de cocaína repousa no bolso da minha calça de moletom. Uma ansiedade familiar surge ao pensar nos efeitos do entorpecente: o sentimento de supremacia dominando minha mente, enquanto o êxtase e a euforia queimam na corrente sanguínea. Se fosse há alguns meses, nesse exato momento, sem dúvidas, eu estaria naquele clube, canalizando todo o meu estresse nas cenas mais promíscuas, obscenas e arriscadas, regadas a drogas, álcool. Pensar nisso só aumenta meu tesão, mesmo tendo me aliviado no chuveiro há alguns minutinhos.

Falando em chuveiro, ao fundo, escuto o som dele ligado nesse momento e me incomodo só de pensar que a água - um elemento inanimado - escorre deliciosamente naquele corpo imaculado que me pertence. Sinceramente, devo confessar que fiquei surpreso com o meu alto controle e fidelidade hoje mais cedo dentro daquele clube. Afinal, foi basicamente uma tortura ir lá e apenas ficar observando, nem mesmo como um voyeur. O que o meu garoto está fazendo comigo?

O cheiro tentador da bruschetta preenche o ambiente, trazendo-me de volta para a realidade, fazendo-me sentir meu apetite aumentar. No entanto, minha fome maior é pela figura delicada que adentra a sala nesse momento e... puta que pariu... esse xingamento é a coisa mais pura que pode sair de mim, observando adentrar no ambiente o ser mais angelical - e a porta do paraíso mais maquiavélico da minha mente.

POV: NARRADOR

A iluminação é suave, proveniente de uma lâmpada de pé próxima ao sofá, quando Harry caminha com meias sobre o piso de porcelanato. A bochecha do mais novo exibia um rubor sutil, seus lábios curvados em um sorriso nervoso que trazia uma pitada de expectativa. Cautelosamente, ele puxava a barra da saia branca curta, um presente de seu namorado, ao caminhar. A camisa azul de botão, estrategicamente amarrada como um cropped, marcava parte de sua cintura fina e deixava em evidência parte de sua barriga leitosa. Os fios úmidos de seus cabelos adicionavam uma textura ondulada, realçando ainda mais sua beleza natural.

O mais velho soprou a fumaça de nicotina e então umedeceu os lábios com discrição usando a língua. Inicialmente deitado de maneira despojada, ao se deparar com Harry, ele ajustou-se, sentando-se no sofá de linho escuro com as pernas abertas. Deu tapinha em sua própria coxa direita, enquanto a outra mão fazia um gesto convidativo para que seu submisso se aproximasse.

Inseguro, o mais novo iniciou a aproximação, mas antes que pudesse se acomodar no colo de Louis como de costume, foi impedido.

— Fique parado, princesa. — A voz do mais velho ressoou com uma autoridade suave, enquanto seus olhos azuis escaneava o corpo a sua frente.

Sentado, Louis segurou as coxas fartas de Harry, mantendo-o parado e de pé diante dele. Em um movimento calculado, o mais velho se inclinou, buscando a pele exposta entre a barra da saia e a barra da camisa, depositando ali um beijo lento e provocante. Suas mãos deslizaram pela cintura do mais novo, uma delas segurando perigosamente um cigarro aceso.

O artista acariciava a região como se esculpisse a pele com seus toques. O deslizar de suas mãos transmitiam uma mistura de carícia e posse. Harry, com os olhos fechados, apoiava suas mãos delicadas nos ombros do mais velho, entregando-se ao toque provocante. O mais novo prendia o ar, sentindo-se incerto considerando o estado mais explosivo e embriagado do mais velho.

— Estou com fominha... e essa bruschetta está cheirando tão bem, Daddy. — Harry disse com uma pequena engasgada, querendo adiar o inevitável.

The Birth of Venus || L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora