Capítulo XIX - Cores quaternárias

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A porta foi lentamente aberta, revelando com um certo receio a pessoa por detrás da porta. Nos pés calçava um scarpan baixo de cor coral, ao subir o olhar foi revelado um vestido branco e justo de tamanho midi. Apesar do corpo magro, na barriga havia uma certa protuberância indicando uma gravidez recém iniciada. O decote era profundo e ultrapassava a linha da sensualidade e caia na vulgaridade. O jovem de olhos verdes não deu passagem para mulher, apenas olhou para ela com um olhar questionar.

— Com licença, garoto. — Disse Eleanor com desdém adentrando o apartamento. — Quero falar com o Louis... — Ela olhou pra Harry de forma dura antes de prosseguir. — à sós.

O assistente ficou um pouco atordoado com a audácia da mulher, ele não conseguia nem ao menos se manifestar. Algo ali o intimidava, na verdade alguém.

— Por educação, primeiro, é corretor perguntar se pode entrar e não apenas invadir minha casa, Eleanor. — Disse Louis em um tom de voz calmo e irônico, enquanto chegava no ambiente, agora devidamente vestido com uma blusa preta de banda.

— E segundo... — O mais velho prosseguiu. — não gostei da forma grosseira que falou com o meu namorado, então peça desculpas. — A voz do homem ainda era calma, porém o tom de autoridade e ordem estava presente ali.

— Ah claro... namorado... — Eleanor falava entre gargalhadas. — Esse garotinho sem sal tem ao menos 18 anos, Louis?

— E o seu tempero deve ser muito bom, então. Pelo jeito que implora pelo meu namorado e ele continua te rejeitando. — Finalmente, Harry se manifestou em um momento de coragem.

A mulher soltou uma risada forçada, como se achasse graça das palavras do de olhos verdes. Ela então caminhou lentamente em direção a Louis, ignorando completamente o assistente, como se ele fosse invisível.

— Ah, Louis, você sabe como eu gosto do seu tempero. — Ela disse, com um olhar provocante. — E quanto a essa coisinha... bem, ele pode assistir. Talvez até aprender algumas coisas. — Eleanor passou os dedos pelo peito de Louis, provocando-o abertamente.

Louis deu um passo para trás, afastando-se dela. Sua expressão estava mais séria agora. A tensão era paupável, o de olhos azuis colocou o seu braço em frente ao peito de Harry, a fim de impedir que o mais novo se aproximasse.

— Eleanor, não provoca... vai logo me diga o que quer. — O artista dizia impaciente.

Ela rolou os olhos e suspirou dramaticamente. — Tudo bem, tudo bem. — Ela então olhou para Harry com um sorriso de escárnio. — Louis, precisamos resolver algumas coisas sobre o nosso futuro. Eu estou tão ansiosa esperando pelo nosso filho, isso está me enlouquecendo. Ainda mais sozinha em casa... me sinto tão só... — Eleanor fez esboçou um semblante de tristeza. — Tenho tido alguns desejos estranhos ultimamente. Quem sabe você possa me ajudar com isso, sabe? Como o dever de um pai...

Harry não suportava mais a presença de Eleanor e suas insinuações sugestivas. Sua paciência estava se esgotando rapidamente, e ele estava prestes a sair quando Louis o segurou pelo braço, impedindo sua saída.

— Princesa, fique. — Louis repetiu, sua voz calma, mas sua firmeza estava mais evidente agora. Em seguida, virou-se em direção a mulher audaciosa. — Quanto a isso, Eleanor, nós já conversarmos o suficiente, eu já disse que não sou o pai! Vamos esperar sair o resultado, enquanto isso você não é bem-vinda dentro da minha casa. Agora saia, por favor.

Com o olhar castanho coberto pela ira, a mulher respirou fundo e em seguida balançou a cabeça em sinal de decepção. Logo, virou-se para Harry e falou. — Esse é o tipo de homem que você quer pra sua vida, garotinho? Um homem que desampara uma mulher grávida?

The Birth of Venus || L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora