Capítulo XXXVI - Cores metálicas

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— Quem decide quem fica perto dele ou não é o próprio Harry. Pare de querer tomar decisões por ele. — O artista respondeu mantendo a calma, observando o loiro adentrar o quatro e fechar a porta.

A tensão no ar era palpável, mas Louis, afrontoso, inclinou-se sobre a maca, acariciando suavemente as mãos daquele que segurava um ursinho de pelúcia.

— Princesa, você quer que eu me afaste? — O mais velho perguntou, olhando fundo nos olhos verdes.

Com uma feição fragilizada Harry responde com convicção:

— Nunquinha! — Afirma, puxando Louis para mais perto de si. Em seguida, ele franziu a testa fazendo uma cara brava para Niall.— Não precisa tratar o Lou assim. Ele só está cuidando de mim.

— Na primeira sessão de terapia, você largaria esse idiota manipulador. Harry, só está internado aqui por causa dele. Ele te machucou, ele te agrediu e fora as coisas muitos piores que devem ter acontecido. — O irlandês retrucou, ainda tenso.

— Niall, quem está tentando manipulá-lo é você. Eu estou tentando ajudá-lo, e essa sua atitude ridícula e infantil só vai deixá-lo mais fragilizado. — A voz do artista soava, apesar do tom normal, carregava uma certa raiva.

— Você é o problema, Louis. Ele precisa se livrar de você para se curar. — Niall insistiu, os olhos fixos no mais velho com um misto de raiva e preocupação.

— Por favor, parem de brigar. — Harry murmurou, a fragilidade em sua voz ecoando pelo quarto hospitalar. Ele segurava o Rainbow Bear com força, como se buscasse consolo na pelúcia colorida.

O artista, mesmo irritado com as acusações de Niall, tentou manter um tom de voz calmo. — Harry, meu amor, só quero o seu bem. Não escute as baboseiras que ele fala. — Ele tentou acalmar, mas o clima tenso persistia.

O irlandês, por sua vez, estava determinado a expressar sua revolta. — Você não percebe, Harry? Ele te faz mal. Ele é abusivo. Você precisa se libertar desse manipulador.

O mais novo fechou os olhos, como se quisesse bloquear o conflito ao seu redor. — Por favor, não façam isso. — Sua voz era um sussurro desesperado.

A inimizade no ambiente pareceu acirrar ainda mais, tornando o espaço mais sufocante. O cheiro de hospital trazia uma dramaticidade extra à cena. O mais velho, por sua vez, tentava conter a fúria crescente dentro de si. Enquanto Niall, geralmente calmo e longe de confusões, não parecia tão passivo e complacente dessa vez.

O artista se afastou do hospitalizado, caminhando de maneira decidida. O namorado de Harry e o melhor amigo, Niall, se aproximaram, encarando-se frente a frente em uma demonstração de desafio. O silêncio tenso era quebrado apenas pelos suspiros e murmúrios de Harry, que se encontrava no meio desse conflito, ainda agarrando-se ao seu ursinho.

...

No dia seguinte, o sol timidamente iluminava o quarto hospitalar quando Harry, acordando de um sono induzido por sedativos, aguardava a visita da psicóloga do hospital. O silêncio era quebrado apenas pelos ruídos típicos do ambiente hospitalar. A enfermeira-chefe havia instruído, desde o ocorrido na noite anterior, uma equipe para monitorar mais de perto a situação.

A porta do quarto se abriu suavemente, revelando uma mulher de meia-idade com cabelos castanhos e um sorriso gentil. Seus olhos, atentos e acolhedores, examinavam o garoto perdido e sonolento. Ela adentrou o quarto com confiança e postura profissional.

— Bom dia, Harry. Sou a Dra. Turner, psicóloga do hospital. Como você está se sentindo hoje? — Sua voz era serena, projetando uma atmosfera de calma e compreensão.

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⏰ Última atualização: Jan 03 ⏰

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